Por
Deiber Nunes Martins
A
cidade de Caravággio na Itália, na província de Bérgamo, situa-se entre Milão e
Veneza. No ano de 1432, época em que milaneses e venezianos travavam uma terrível
guerra, Giannetta Vacchi, às vésperas de completar 32 anos, teve um encontro
com Nossa Senhora, que mudou sua vida.
Aquela
pobre mulher, era muito devota da Virgem Maria, não deixando um só dia de
recomendar sua vida à Mãe de Seu Senhor. Tendo casado muito nova e contra sua
vontade, sofria com resignação a violência do marido que entre humilhações e
ofensas, também batia nela. Num de seus ataques, a 26 de maio de 1432, mandou
que ela fosse buscar feno para os animais. A pobre Giannetta, mesmo muito
machucada, atendeu obediente a ordem do marido. Era fim de tarde e após muito
esforço, a pobre mulher percebeu que teria dificuldades para levar todo aquele
feno que havia colhido para sua casa, pois o lugar em que estava, um campo
chamado Mazolengo, ficava muito distante. Preocupada e com medo do marido
agredi-la ainda mais, pôs-se a jovem senhora a orar pedindo a intercessão da
Mãe de Jesus.
Nem
bem terminou sua prece, e a Virgem Maria lhe apareceu de forma majestosa,
causando-lhe espanto e ao mesmo tempo admiração. Pediu a Mãe de Nosso Senhor que
Giannetta ajoelhasse e prestasse atenção no que ela lhe diria. Incrédula e
ainda temerosa do marido, a pobre mulher se desculpou dizendo que tinha que
levar todo aquele feno com certa pressa, mas Nossa Senhora, com a afabilidade
que lhe é peculiar, ordenou que Giannetta se ocupasse do que Ela teria a lhe
dizer.
Disse
então a Virgem que o intento de Seu Filho era destruir o mundo por conta da
iniquidade dos homens. No entanto, graças às insistentes preces da Mãe, Jesus
tinha se demovido de seu justo intento. Todavia, cabia aos homens todas as
sextas-feiras jejuarem a pão e água e em honra a Ela, celebrarem as tardes do
sábado.
Giannetta
estava receosa das pessoas não acreditarem nela. Porém Maria Santíssima a
tranquilizou, dizendo que deixaria sinais visíveis de que sua aparição era
verdadeira. E após abençoar Giannetta, a Virgem Maria desapareceu, deixando um
sinal onde havia pisado. Naquele mesmo lugar, sem nenhuma explicação brotou uma
fonte de água.
Vendo
os sinais e a honestidade de Giannetta, as pessoas creram no seu relato. E
buscaram acolher o pedido de Maria. Inúmeras pessoas que beberam da água da
fonte de Caravággio foram completamente curadas de suas enfermidades. O vigário
de Caravággio mandou construir uma igreja no lugar da aparição e esta ficou
pronta dezenove anos depois. As romarias a Caravággio se intensificaram,
cabendo a São Carlos Borromeu a ampliação da Igreja. Porém os efeitos do tempo,
fizeram com que a igreja se deteriorasse e tivesse de ser demolida , para dar
lugar ao grandioso Santuário de Nossa Senhora do Caravággio.
No
Brasil, a devoção a Virgem de Caravággio chegou com os imigrantes italianos e é
mais intensa no sul do país, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
OREMOS:
Santa
Maria de Caravággio, olhai pelas mulheres que assim como Giannetta, sofrem nas
mãos de homens violentos e injustos. Fazei com que a violência doméstica que se
tornou um flagelo na vida sobretudo das mulheres, seja banida do nosso meio.
Que a família seja preservada de ideologias egocêntricas e irresponsáveis como
o machismo e o feminismo, para que os casais percebam que o respeito e o
carinho são essenciais na vida a dois. Que as autoridades sejam mais rigorosas
contra todo tipo de violência doméstica, fomentando assim o princípio de que a
família é a base de toda sociedade.
Nossa
Senhora de Caravággio, rogai por nós!
REFERÊNCIAS:
ADUCCI,
Edésia. Maria e Seus Títulos Gloriosos. São Paulo: Ed. Loyola, 2003.
BERALDI,
Pe. Roque Vicente. 101 Títulos de Nossa Senhora na Devoção Popular. São Paulo:
Ed. Ave Maria, 2012.
BISINOTO,
Pe. Eugênio. Conheça os Títulos de Nossa Senhora. Aparecida, SP: Ed. Santuário,
2010.
ROMAN,
Ernesto N. Aparições de Nossa Senhora: Suas mensagens e milagres. São Paulo:
Ed. Paulus, 2015.
ZANON,
Frei Darlei. Nossa Senhora de Todos os Nomes: Orações e História de 260 Títulos
Marianos. São Paulo: Ed. Paulus, 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário