segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A Esperança Atleticana


Por Deiber Nunes Martins

Assistir aos jogos do Atlético tem sido como ir ao cinema ver filme de quinta categoria, repetidas vezes. Deprimente o estado do nosso Glorioso! Este texto é apenas mais um libelo de insatisfação com o que estão fazendo com o clube mais popular de Minas Gerais. Sou obrigado a reconhecer que meu time não é capaz de vencer o Ipatinga! Também reconheço, pelas projeções matemáticas e pelo desempenho do clube, que não escaparemos da segunda divisão, no próximo ano. Que presente de grego no ano do centenário, hein Galo?
Um time desmotivado, sem brio, sem raça e sem nenhuma técnica. É digno de dó, ver este time jogar. Na copa Sul-Americana, no jogo decisivo no Mineirão contra o Botafogo, um dos principais jogadores deles, disse na entrada pro vestiário, no intervalo:
“Eu não estou acreditando que o Atlético está facilitando as coisas pra gente!”
Aquele jogo foi doído. Como tantos outros este ano, que não carecem ser lembrados. Mas de toda a tragédia, o que fica claro é a total incompetência dos dirigentes atleticanos. A diretoria meteu os pés pelas mãos desde o início do ano, quando não renovou com Emerson Leão e fechou as portas para Wanderley Luxemburgo, que antes de fechar com o Palmeiras, procurou o Galo. Preferiram ficar com Geninho que tempos atrás renegou nosso time.
De Geninho até hoje, com Marcelo Oliveira, nem sei ao certo quantos treinadores já passaram pelo CT de Vespasiano este ano. Sei que foram várias derrotas, vários jogadores contratados de modo errado, dinheiro desperdiçado, dinheiro que não chegou, frente a pífia campanha na temporada. Somos obrigados a agüentar as gozações dos refrigerados, de ipatinguenses e de tudo quanto é porcaria de time por aí... Em meio a isso, o presidente chegou a ser ameaçado de morte e diante de tanta pressão teve de renunciar.
Agora, o conselho deliberativo do clube deve decretar novas eleições e pra felicidade da maioria dos atleticanos, Alexandre Kalil se postula como candidato. Pra quem não sabe, Kalil foi aquele senhor que foi afastado do futebol por dois anos pelo supremo tribunal desportivo, só porque peitou Ricardo Teixeira da CBF e a cartolagem carioca. Alexandre Kalil é a esperança atleticana de mudança e melhorias. Em sua entrevista coletiva nesta segunda, seu argumento foi simples e direto: levar o Atlético ao lugar de destaque que ele merece. E para isso, os bons exemplos gerenciais trazidos por Botafogo e Flamengo (dois cariocas que Kalil em outros tempos, combateu veementemente) deverão ser copiados. Estes dois clubes, há menos de cinco anos estavam à beira da falência e hoje estão brigando pelo título nacional. Disputa que o Atlético nunca pode ficar de fora.
É chegada a hora do Galo voltar a ser personagem principal do futebol nacional. Quero neste texto, manifestar meu apoio a Alexandre Kalil, para que ele possa trazer de volta o Galo que a Massa merece: Forte e Vingador!

Belo Horizonte, 29 de setembro de 2008.

Diário de Bordo


Por Deiber Nunes Martins

Enquanto estou neste quarto de hotel, vou me recordando de Belo Horizonte e dos meus problemas. Uma coisa boa quando se viaja, é a possibilidade de sair de dentro de si mesmo e olhar os problemas de um ângulo exterior. Dentro de casa, não é possível tal fuga e muitas vezes acabamos alienados aos nossos problemas, às nossas dificuldades.
Aqui em Uberlândia vou tendo a oportunidade de rever meus problemas e percebo a real dimensão deles. Ficou em Belo Horizonte uma batalha perdida e o gosto de sangue na boca. Fui derrotado por mim mesmo.
Tenho agora a oportunidade de me erguer de minha derrota. Ainda posso ser um vencedor, perdi apenas uma batalha e pelo visto há uma guerra inteira pela frente. Aqui sozinho neste quarto de hotel, vou percebendo minha real situação. Posso escutar minha respiração. Posso parar um pouco. Quem sabe eu não ouça Deus falar comigo. Mas Ele me observa atentamente e não diz nada. Não há ninguém aqui pra me dizer uma coisa qualquer. De repente, percebo o quão ruim é estar longe das pessoas, o quão ruim é estar sozinho.
Uberlândia é acima de tudo, uma cidade simpática. Sedutora, me faz querer morar aqui. Mas alguma coisa me diz que há um plano pra mim em Belo Horizonte. Cidade que eu amo, é como se de repente, nos braços da amante, se pensasse na esposa. Mas esta tem sido insensível ao meu desalento. Talvez nada possa fazer, mas Uberlândia me oferece colo. É uma coisa a se fazer...
Neste quarto de hotel, já passam das onze e provavelmente não pegarei no sono antes de uma da manhã. Automaticamente, vou trocando os canais de TV a procura de um assunto, a procura de um mote, ou mesmo algo que me faça dormir. Que saudade da minha amada! Não consigo dormir se não estou nos braços dela. Que falta ela me faz!
Mesmo que eu quisesse me enganar nos braços de uma outra, não conseguiria. E olha que Uberlândia oferece mulheres tão lindas como as belo-horizontinas! Mas meu coração pertence a uma baiana!
Tentarei dormir. Rolarei na cama de um lado para outro. Amanhã acordo cedo, começo cedo minhas atividades. Mas a minha essência, calejada, derrotada, destruída pelo mal da saudade não entende que preciso do sono. Não bastasse a falta da mulher amada, falta também o sono... Uberlândia é uma cidade bela, aprazível e mais bem cuidada que BH. E pelo pouco que percebo as pessoas, reconheço que ao menos se importam um pouco com os outros. O importar-se me deixa feliz. Que bom seria se resgatássemos esta virtude nos belo-horizontinos? Enquanto não podemos milagres, clamemos por um. E o meu milagre agora seria o calor do corpo de minha orquídea...

Uberlândia, 24 de setembro de 2008.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

I Still Haven't Found What I'm Looking For


Música: U2


Eu Ainda Não Encontrei O Que Estou Procurando
Eu já escalei as montanhas mais altas
Eu já corri através dos campos
Só para estar com você
Só para estar com você

Eu corri, eu rastejei
Eu escalei os muros da cidade
Estes muros da cidade
Estes muros da cidade
Só para estar com você

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando

Eu beijei labios de Mel
Eu senti a cura na ponta dos dedos dela
Queimou como fogo
Esse desejo ardente

Eu falei com a língua dos anjos
Eu segurei a mão do demonio
Estava quente à noite
Eu estava frio como uma pedra..

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando

Eu acredito na vinda do Reino
Então todas as cores
irão sangrar em apenas uma
irão sangrar em apenas uma
Mas sim, eu ainda estou correndo

Você quebrou as ligações, você afrouxou as correntes
Você carregou a cruz
E a minha vergonha
E a minha vergonha
Você sabe que eu acredito nisso

Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando
Mas eu ainda não encontrei
O que estou procurando

Manual de Instruções

Por Deiber Nunes Martins

Certas pessoas procuram meios de lidar comigo, outras meios para se comunicarem comigo. Percebi recentemente que até pra me amarem, procuram um jeito apropriado. Em vista disso, resolvi vir a público, lançar meu manual de instruções, visando resolver toda esta celeuma. Viso também com este manual, esclarecer aos incautos, que não sou tão espinhoso assim. Tenho virtudes e fraquezas como qualquer outro, tenho manias, tenho um comportamento bem pessoal, mas nada que seja tão complicado, a ponto de não entenderem. De todo modo, pra quem deseja fazer parte da minha vida e história, o presente manual pode ser necessário. Ou não...

Requisitos Básicos
Para se adequar ao jeito “Deiber” de ser não é preciso muitos recursos. O Deiber não exige muito, apenas respeito. Após inúmeros estudos e pesquisas, verificou-se a não aplicabilidade de quaisquer exigências visto que todas elas geraram um alto índice de reprovação pública.
Com relação ao respeito, ainda este, é um requisito questionável. No entanto, a falta dele é incompatível com o Deiber. Na verdade, desrespeito é incompatível com qualquer modelo de ser humano que tenha o mínimo de amor próprio.

Condições Gerais
O Deiber se caracteriza pela simplicidade, inteligência, pelo altruísmo e também pela instabilidade emocional, pela impulsividade e excentricidade. Diversas outras características acompanham o Deiber, mas no presente momento, estas são as predominantes.
O Deiber é caracterizado pela seriedade, timidez e às vezes até por ser insuportável. Há quem não consegue conviver com ele e quem o considera muito chato.
Por valorizar demais os relacionamentos e as amizades, ele tem pouquíssimos amigos. Entretanto, os poucos que têm, merecem seu apreço e confiança. Possui também inimigos, que contribuem para sua prudência e seu ceticismo. O Deiber não confia cegamente nas pessoas, mas também não lhes é resistente. Não é comum vê-lo dizendo seu amor. Ele procura demonstrá-lo. É possível que poucos o amem, poucos o odeiem e muitos lhe sejam indiferentes. Entretanto, o que vale para ele é amar sem nenhuma medida. E quem é amado (a) por ele, é como se recebesse um prêmio valioso, uma jóia rara.

Modo de Convívio
Conviver em harmonia com o Deiber, pode não ser tarefa das mais fáceis. Seu humor instável, seu jeito crítico e cáustico de ser é um desafio dos mais complicados. Entretanto, ele procura ser amistoso, leal, sincero e dedicado. Ao mesmo tempo, usa de muita franqueza e não gosta de deixar as coisas pra depois. Dá um boi pra não entrar em uma briga e uma boiada pra não sair dela.
Com o Deiber, os argumentos nunca são os corretos. Ele sempre tem um que julga ser perfeito. E não é fácil demovê-lo em relação às suas opiniões. Ele não gosta de ser questionado. Mas gosta de questionar. É incisivo, gosta de ir até o fim. É preocupado com as pessoas a sua volta e isto pode até torná-lo chato. Mas é apenas o jeito dele cuidar de quem ama.

Considerações Finais
Não é preciso jeito para lidar com o Deiber. É preciso carinho. É preciso uma dose cavalar de paciência para compreendê-lo e na verdade, compreensão é o que ele mais precisa. Pois ele sabe na pele que não é fácil ser ele mesmo. E sente na pele também, não ser compreendido. O Deiber não importa com a rejeição, não importa com o que as pessoas dizem a seu respeito. O que realmente o machuca é a indiferença, o não se importar das pessoas.
Há muitas particularidades sobre o Deiber que não constam neste manual. Não daria pra enumerar todas. De todo modo, o básico sobre este rapaz, foi dito. Para quem precisa de métodos e procedimentos para lidar-se com ele, este manual é um achado. Para todos os demais, talvez seja de pequena valia, pois o Deiber é simples. As pessoas é que tentam complicá-lo.

Belo Horizonte, 15 de setembro de 2008.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Deus Imenso


Música: Vida Reluz
Composição: Walmir Alencar, Pe. Fábio de Melo
Texto: Deiber Nunes Martins

Não sou nada, eu bem sei
Tão pequeno, um grão de areia em tuas mãos
Barco à vela que se abandona
Segue o rumo e vai buscando o alto mar.

Assim me encontro diante de ti
Um Deus imenso que por amor se deixa alcançar

Te adorarei, meu Deus, enquanto eu existir
Proclamarei as maravilhas que fizeste em mim
O teu calor me envolve, o teu olhar me acalma
E em teus braços, o teu amor
Inflama minha alma
Que posso mais dizer se o coração já disse
Te amo!


Senhor, perdoa-me por minha insensatez. Perdoa-me substituir o louvor pelo murmúrio. Perdoa-me por não reconhecê-lo ainda mais presente em minha vida. Senhor, as vezes eu vejo outros rapazes de minha idade, completamente perdidos, completamente entregues a destruição. Em cada caso assim, eu devo louvá-lo, Senhor, pois poderia ser eu. E o Senhor, me livrou desses males. O Senhor vem em meu socorro. Devo louvá-lo, sim.
Que eu sempre te adore, que eu sempre te louve, Senhor. Minha prece de hoje, é pedir-te mais tempo para o louvor. E que eu consiga vencer o mal da reclamação diante dos problemas do cotidiano e vos louve ainda mais neste momento. Que eu seja efusivo no louvor e não no lidar com os outros. Que eu saiba manter a calma. Que o louvor dispensado a Ti, me faça melhor. Me faça mais santo. É o que busco, Senhor.
Obrigado, meu Deus, pela minha vida. Pela minha família. Pelo meu noivado. Pelo meu trabalho. Por todas as realidades que vivo. Tu és mais, Senhor. Tu vais além. Obrigado, Senhor.

Belo Horizonte, 10 de Setembro de 2008.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

9 de Setembro: Dia do Administrador

Por: Deiber Nunes Martins

Hoje, dia 9 de setembro, é dia do administrador de empresas. Uma profissão desejada por muitos jovens, porém pouco conhecida e respeitada de fato. No dia de hoje, nós administradores, temos muito a comemorar. Mas há também muito a ser almejado por nós. O administrador hoje sofre com a falta de delimitação do seu espaço profissional.
Em nosso país, somos obrigados a disputar o concorrido mercado de trabalho com profissionais de outras áreas, como a engenharia, o direito e a psicologia. As empresas, no intuito de direcionar seus projetos, acabam por contratar estes profissionais, para ocuparem as vagas que pertencem por direito a nós administradores. Infelizmente, nossos órgãos representativos – CFA’s e CRA’s – são organismos frágeis, sem nenhuma ou quase nenhuma representatividade política. Muitos colegas acabam invejando profissionais da engenharia e arquitetura, pela importância política do CREA. Ou até mesmo o direito, pela representatividade da OAB. Não contamos com esta representatividade a nosso favor. Mas certamente, contamos com nossa capacidade de liderar, motivar e transformar o mundo do trabalho. Capacidade esta que não pode ser renegada pela sociedade. A ciência administrativa vem comprovando sua importância ao longo dos tempos e em diversas áreas da economia, as teorias administrativas ou simplesmente o feeling e a capacidade de gestão, fazem a diferença.
Mas, será que nós administradores, temos consciência da nossa importância?
Creio que não. Infelizmente, muitos de nós foram alienados dentro das salas de aula, nas faculdades, com teorias sistêmicas que explicam o funcionamento de um pequeno mundo global. Muitos de nós, somos administradores de grandes empresas e conglomerados econômicos. E nada mais. Muito do que aprendemos nos bancos de faculdade, ficam na faculdade. O que definirá nosso posicionamento perante a sociedade é a nossa experiência pessoal com a arte de gerenciar.
Arte esta, que se aprende nos livros e com os mestres. Mas também no cotidiano. Nas pequenas coisas da vida. Em pequenos momentos da nossa rotina, podemos aplicar nossa capacidade de gestão. Seja no trabalho, seja no clube, na Igreja, na família, com os amigos, ou até dentro das empresas pelas quais passamos. É preciso que o administrador de hoje tenha consciência da sua importância no processo de mudança de uma sociedade. É preciso que nós, administradores, reconheçamos nossa capacidade de disseminadores do conhecimento ao qual aprendemos e somos diariamente confrontados. Realidade esta que está aos nossos olhos, capacidade de mudança.
O administrador não pode estar satisfeito, seja qual for a posição que ocupe na sociedade e no mercado. Somos agentes de mudança e somente por nosso conhecimento adquirido e experimentado ao longo dos anos, é que podemos executar o grande planejamento estratégico de nossa sociedade: nós mesmos. A maneira como devemos nos portar diante desse processo é com toda simplicidade possível. Devemos administrar primeiro nossas vidas.
O bom administrador é aquele que consegue administrar a si próprio, por primeiro. É preciso gerir bem nossos processos, nossas realidades emocionais para depois administrarmos os bens que nos são confiados. É nesta condição que somos agentes da mudança. Devemos mudar a nós mesmos, a mudança começa em nós. O administrador que cuida em primeiro lugar do seu bem-estar, terá maiores capacidades para cuidar do bem-estar de uma empresa, de um grupo de trabalho, de um universo de recursos. A administração começa dentro de casa. Do interior para o exterior.
Minha mensagem aos colegas administradores é esta: sejamos agentes de mudança. Mudemos o mundo, o universo de coisas. Mas comecemos por nós. Façamos o feedback do nosso interior, motivemos nossa capacidade emocional e remuneremos melhor o nosso bem-estar. Se precisamos conquistar muitas vitórias dentro da profissão que escolhemos. Conquistemos primeiro a nós mesmos.
Parabéns a nós, administradores! Que Deus nos abençoe!

Belo Horizonte, 09 de setembro de 2008.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

GP da Bélgica - Punição Injusta


Por Deiber Nunes Martins

Quem assistiu ao GP da Bélgica deste domingo, viu uma das corridas mais emocionantes da temporada. Após um começo arrebatador, Kimi Raikkonen contou com um erro do pole Lewis Hamilton para assumir a liderança da corrida logo nas primeiras voltas. O piloto finlandês começava uma prova de maneira irretocável e contava com a sorte até então. Sorte essa explicitada no erro de Hamilton e no tráfico em que este se meteu, na saída de sua primeira parada nos boxes.
A chuva, personagem sempre presente em Spa Francorchamps, não se fez de rogada e deu seu ar da graça. No entanto, deixou para faze-lo a três voltas do fim da prova. A esta altura, Kimi Raikkonen defendia uma diferença de pouco mais de cinco segundos para Hamilton. Parecia pouco para quem não tem a menor habilidade em pista molhada, como é o caso do “homem de gelo”. Ainda mais pelo fato de seus principais concorrentes até então Hamilton e Felipe Massa, serem bons também em pista molhada. Com isso, o que parecia improvável, aconteceu. Em uma volta, a diferença entre Kimi e Hamilton caiu para menos de um segundo e passou a ser visual. Vendo que o líder não conseguia andar naquelas condições, Hamilton partiu para o ataque, possivelmente amparado com a anuência de sua equipe. Na primeira tentativa, o finlandês fechou a porta, obrigando o piloto da Mc Laren a cortar caminho pela chicane. Ao fazê-lo, tomou a dianteira, devolvendo-a a Raikkonen ainda na mesma reta. Entretanto, Lewis Hamilton manteve-se bem tracionado e conseguiu a ultrapassagem sob a Ferrari no final da reta. A esta altura, a pista estava como que ensaboada. Muito escorregadia. E os dois pilotos fizeram um festival de saídas de pista, sem que o terceiro colocado, Felipe Massa, conseguisse aproveitar a oportunidade de tomar a dianteira. O festival de escapadas culminou com Kimi Raikkonen perdendo o controle de seu carro e parando no muro de Spa. Hamilton neste momento, segurava o carro no braço até o final da prova, fazendo-se o vencedor.
Como na atual Fórmula 1, o espírito esportivo e a competitividade têm dado lugar aos interesses comerciais e políticos, não se pode dizer que um vencedor é de fato aquele que sobe no lugar mais alto do pódio ao final da corrida. Esta, ainda é passível de endosso, pelos comissários da Fia, senhores do bem e do mal, dentro da categoria mais importante do automobilismo mundial. Assim sendo, os senhores comissários, acabaram vendo irregularidade na manobra de devolução do primeiro lugar a Kimi e resolveu punir o inglês Lewis Hamilton com a perda de 25 segundos. Tempo julgado como sendo o real a ser perdido pelo inglês com a manobra. Com esta decisão, Hamilton perdeu a vitória conseguida e caiu para o terceiro lugar, ficando atrás do brasileiro Felipe Massa, rival direto do inglês na disputa do campeonato e maior beneficiado pela decisão da Fia e o alemão Nick Heidfeld, que na pista chegou em terceiro lugar.
A punição a Lewis Hamilton é no mínimo exagerada, além de desanimadora para os amantes do esporte. Em um momento onde a tecnologia se sobressai sobre o talento dos pilotos, manobras de habilidade como a de Hamilton em cima de Kimi Raikkonen, chamam a atenção e deveriam ser premiadas, não punidas. Os segundos supostamente ganhos pelo piloto da Mc Laren ao cortar a chicane não impediriam que na volta seguinte, ele conquistasse a posição, visto que para o piloto ferrarista estava impraticável a condução, tanto que este acabou perdendo o controle de seu bólido e batendo no muro, na volta seguinte. Em vista disso, achei improcedente tamanha punição, visto que a manobra de Hamilton obedeceu o regulamento e ainda foi um indício que o talento ainda sobrevive na Fórmula 1, mesmo diante dos carros que praticamente funcionam sem um condutor.
Além disso, o espetáculo de uma corrida de Fórmula 1 ou de qualquer outra categoria do automobilismo deve ser julgado mediante o desempenho do piloto ao longo da prova e não em decorrência de uma irregularidade que não alteraria o resultado da corrida. Assim, a Fórmula 1 segue descendo a ladeira, perdendo o interesse e acabando com a esportividade, tão presente nos tempos de Senna, Mansell, Piquet, Prost e tantos outros.

Belo Horizonte, 08 de Setembro de 2008.

domingo, 7 de setembro de 2008

Batman o Cavaleiro das Trevas


Por Deiber Nunes Martins

Pela segunda vez, fui ao cinema conferir aquele que dizem ser o melhor filme do ano. Para este que escreve e para quem viu o ótimo "Na Natureza Selvagem", o novo filme do Batman não é. No entanto, o filme de Christopher Nolan é muito bom. E certamente se encaminha para um Oscar póstumo a Heath Ledger, na pele do impagável Coringa.
O Cavaleiro das Trevas mantém o clima sombrio de Batman Begins. Agora, no entanto, a história tem um pouco mais de densidade, fruto de um roteiro bem ajeitado e riquíssimo. O roteiro de Cavaleiro das Trevas é como aquele viajante que retorna a sua casa, cheio de histórias pra contar. Christopher Nolan tem o mérito de contar toda esta história sem perder um detalhe, um fiapinho sequer da história. Méritos também da montagem, impecável.
Em termos de atuações, o Batman de Christian Bale é apenas razoável. Sem conseguir fugir de estereótipos, Bale é feliz ao conseguir humanizar Bruce Wayne. Aaron Eckhart consegue ser ainda mais feliz, construindo um personagem riquíssimo, o promotor Harvey Dent. Tem-se outros destaques individuais como Gary Oldman e Morgan Freeman, que já haviam brilhado em Batman Begins. Mas o grande destaque de o Cavaleiro das Trevas é sem dúvida Heath Ledger. Na pele do Coringa, Ledger faz a melhor interpretação do ano, reconstruindo um Coringa irreverente, anárquico, cruel e nada caricato. Este enfoque mais real de um dos vilões mais importantes dos quadrinhos deve render a Ledger uma homenagem póstuma da Academia.
Batman o Cavaleiro das Trevas possui razoáveis efeitos sonoros e uma fotografia apenas correta. Em termos técnicos, a sensação que se tem é que não quiseram arriscar e apenas fizeram o feijão com arroz, para que o filme se destacasse mais pela densidade do roteiro e pelas atuações individuais.
Sobre o roteiro, ainda deve ser dito que não fosse a escorregada conseguida com a fatídica aparição do Espantalho, que nada acrescenta à trama, este seria uma obra-prima. É um dos pontos altos do filme. Deixa transparecer que a história é sobre Harvey Dent, sem ao menos tirar a importância do herói. Algo que os roteiristas de O Homem-Aranha 3 tentaram fazer com o Homem-Areia, sem sucesso. Batman – O Cavaleiro das Trevas merece sim ser visto e revisto. Não é o melhor do ano, mas certamente, é o melhor que já foi produzido neste gênero de super-heróis.

Belo Horizonte, 07 de Setembro de 2008.

Vivir Sin Aire


Música: Maná
Texto: Deiber Nunes Martins

Cómo quisiera poder vivir sin aire
Cómo quisiera poder vivir sin agua
Me encantaría quererte un poco menos.
Cómo quisiera poder vivir sin ti

Pero no puedo, siento que muero,
me estoy ahogando sin tu amor.

Cómo quisiera poder vivir sin aire
Cómo quisiera calmar mi aflicción
Cómo quisiera poder vivir sin agua
Me encantaría robar tu corazón.

¿Cómo pudiera un pez nadar sin agua?
¿Cómo pudiera un ave volar sin alas?
¿Cómo pudiera la flor crecer sin tierra?
Cómo quisiera poder vivir sin ti.

Pero no puedo, siento que muero,
me estoy ahogando sin tu amor.

Cómo quisiera...

Cómo quisiera lanzarte al olvido
Cómo quisiera guardarte en un cajón
Cómo quisiera borrarte de un soplido
Me encantaría matar esta canción.

Amigos, esta canção retrata minha vida sem minha amada. Para muitos, pode parecer bobagem, mas só quem vive uma dor, sabe na alma a intensidade dela. Mas estou aqui. Estou de pé. Pronto pras pancadas que a vida tem pra me dar...
Assim como uma ave não voa sem asas, assim como um peixe não nada sem água, uma flor não nasce sem terra, assim eu não vivo sem Bárbara. Não tem jeito. Sem ela, meto os pés pelas mãos, não sei como agir. Sinto-me fraco, sensível demais. Perco minha essência. Morro aos poucos.
Este blog é um pouco do Deiber. Talvez o(a) amigo(a) leitor não entenda o que eu vivo. Talvez não veja sentido no que escrevo. O que tenho a dizer em minha defesa é que este é um esboço do Deiber. Não é aqui o Deiber completo. O Deiber passado a limpo, só com a Bárbara. É quando entendo isso, é que vejo e entendo quem eu sou. Preciso de minha amada porque com ela, me completo. Com ela não sou um esboço. Sou eu.

Belo Horizonte, 07 de setembro de 2008.

Visita Indesejada


Por Deiber Nunes Martins

A tristeza chegou dias atrás. Veio de mansinho, como quem não quer nada. Mais uma vez. Chegou confiando em minha bondade de deixá-la ficar. E assim foi. Veio de mala e cuia. Ninguém a pegou no aeroporto, mas ela já sabia o caminho. E mesmo se não soubesse, descobriria. É amigos, a tristeza é fogo! O que ela quer, ela consegue.
A tristeza é uma morena linda. Cabelos lisos, brilhantes, voam com o vento. Pele alva, macia, sedosa. Tem um olhar sedutor e um corpo envolvente. É difícil resistir a ela. Tem de ser muito homem pra conseguir. E mesmo assim, mesmo resistindo, ela arruma um jeitinho de ficar. As vezes, envolvente, fica até na nossa cama, passa a noite com a gente. Não se faz de rogada, promete fazer de nossas noites um paraíso. Para ela. Nos olha as vezes nos olhos, com jeito de menina e malícia de mulher. Ela sabe muito bem o que quer de nós. Quer que nos entreguemos a ela. Diz que quer um filho de nós. Em ocasiões até, ela consegue.
A tristeza chegou e já foi se abancando em minha casa. Desfez as malas, colocou suas roupas no guarda-roupa. Roubou-me a paz. Levou minha calma. Levou meu sorriso. A tristeza é uma ladra. Conquista as pessoas próximas a nós, pelo olhar. E quando pensamos, todos estão do lado dela. Contra nós. A tristeza é mestra em criar conflitos, confusões. Desgasta nossos relacionamentos, mata nossos sonhos. Quantas namoradas eu já perdi por culpa desta danada? Quando ela consegue seu intento, acaba indo embora. Depois volta, com a cara deslavada, se fazendo de vítima, conquistando as pessoas a nosso redor. Quantas e quantas vezes, a tristeza aprontou comigo e eu a perdoei? Não tem jeito, é difícil resistir a lábia daquela mulher...
Mas a tristeza chegou aqui em casa, e já está de saída. Antes que faça mais estragos, estou a fazer uma grosseria. Invado o quarto, pego suas roupas, as coloco na mala, e a despacho para o aeroporto. Até compro a passagem dela. Primeira classe. Só sossego quando o avião está no ar, indo pra bem longe. Com ela dentro.
A tristeza é visita indesejada. Vem quando menos se espera. E faz estragos. A tristeza deve ser banida de nossa lista de amigos. Deve ser banida do nosso convívio. Infelizmente, eu não aprendo, acabo recebendo esta mulher em minha casa. Mas vou tomando jeito. Já consigo ser indelicado a ponto de colocá-la porta afora. Mulher faceira, surreal. Que consigamos colocá-la no seu devido lugar. Que não a recebamos. Que sejamos deselegantes, mal educados com esta tal. Que esta visita indesejada, nós possamos botar pra fora da nossa casa. Do nosso coração. Da nossa alma.

Belo Horizonte, 07 de Setembro de 2008.

Estou à Porta e Peço Entrada


Música: Pe. Fábio de Melo

Eu te vejo procurar muitos caminhos,
é sincera tua busca eu bem sei
Tu anseias um alento, um abrigo,
nos afetos que procuras conquistar.
Nos teus olhos eu percebo a tristeza,
um vazio que ninguém pode suprir
Eu te amo e quero ser teu grande amigo
Se me acolhes, vida nova te darei.

Cheguei agora, estou à porta e peço entrada
Vim pra ficar na tua casa, estou aqui
Sentar-me à mesa, partilhar a nossa vida,
na intimidade revelar meu coração.
Por muito tempo esperei por esse dia
Vem pros meus braços neste abraço de perdão
Não me importa se tu tens as mãos vazias
Eu sou Jesus e quero estar junto de ti.

Eu te chamo e quero ouvir tua resposta,
te respeito nesta tua decisão.
Tens a vida e a morte a tua frente,
tu és livre para agora escolher.
Se tu vens comigo assumo o teu fardo,
tua dor será também a minha dor.
Eu te amo com amor que não se acaba,
sou Jesus e quero estar junto de ti.

Cheguei agora, estou à porta e peço entrada
Vim pra ficar na tua casa, estou aqui
Sentar-me à mesa, partilhar a nossa vida,
na intimidade revelar meu coração.
Por muito tempo esperei por esse dia
Vem pros meus braços neste abraço de perdão
Não me importa se tu tens as mãos vazias
Eu sou Jesus e quero estar junto de ti.

Sim, Senhor Jesus, minha casa é sua. Podes entrar, Senhor. Me perdoa pelas vezes quando não te deixei entrar. Pelas vezes que não fui sensível ao teu bater em minha porta, pelas vezes em que quis arrumar minha casa sozinho. Não quero mais, Senhor. Arruma minha casa comigo. Me ajuda a carregar este fardo que eu não posso mais.
A porta de minha casa, está agora, aberta a ti, Senhor Jesus. Obrigado por tornares a bater, por não desistir de mim. Obrigado Senhor, pela sua misericórdia. Obrigado pelo seu amor que não se cansa de me amar.
Minha porta está aberta, Senhor. Podes entrar em minha casa. Podes cear comigo, partilhar o que eu não tenho. E o que tenho também. Podemos conversar a tarde inteira, depois tomarmos um cafezinho quentinho, feito por meu pai. Minha casa é sua, Senhor. Minha família, minha noiva, minha vida, também. Tudo é Teu, meu Cristo. Meu Deus, meu Pai. Amém.

Belo Horizonte, 07 de Setembro de 2008

terça-feira, 2 de setembro de 2008

O Trunfo de Aloísio


Por Deiber Nunes Martins

As pessoas sempre admiraram Aloísio por seu bom humor. Sempre foi o cara mais querido do grupo, o mais simpático, o que todos queriam por perto. O mais amigo. Eu admirava aquele moço também. Eu conhecia um pouco mais sobre a história de vida dele. E por isso o admirava.
Aloísio sempre foi pra mim, um exemplo a ser seguido. Ele dava aulas de futebol e música na escola. Seus alunos nas duas disciplinas o adoravam. Ele sempre estava bem disposto, com um sorriso desconcertante nos lábios. A vida para ele, não tinha tempo ruim, embora lhe parecesse madrasta.
No dia em que Aloísio perdeu os pais, em um acidente de carro, eu estava lá. Vi como ele chegou à escola, dois dias depois do ocorrido. Estava triste, como deveria estar, mas não dispensara o bom humor. Conseguiu arrancar até um sorriso da diretora. E olha que ela vivia emburrada com tudo!
Tempos depois aquele jovem professor perdeu a mulher, vítima de uma doença rara. Era o amor da vida dele. Mas ainda assim, ele se manteve tranqüilo e sereno. Bem humorado e bem disposto, para seguir a vida. Um mês depois, lhe foi o único filho. A única alegria que um homem na situação dele, poderia ter, foi-se embora de modo trágico: afogado na piscina da casa dos tios. Todos esperavam que Aloísio se ausentasse por alguns meses, mas uma semana depois e o cara estava ali, trabalhando. Ensinando os filhos dos outros, o que gostaria de ensinar ao próprio filho e não mais podia...
Ainda vi Aloísio passar por inúmeros infortúnios. O que eu nunca vi foi ele se abalar com alguma coisa. Estava sempre com um semblante sereno. Diante de todo sofrimento, eu nunca o vi reclamar. E talvez tenha sido este o seu maior trunfo.
Pois bem. Aloísio é um exemplo que desejo seguir. Quero viver tudo em silêncio. Aprendi que não devemos fingir que não é com a gente, que não está acontecendo nada. Mas, podemos nos silenciar. Podemos olhar com bons olhos para a vida. Mesmo que esta seja por hora madrasta conosco. Quando reclamamos, flertamos com o demônio. Ao silenciarmos, o derrotamos. O trunfo de Aloísio foi este: derrotar o demônio em cada tentação, em cada situação em que qualquer um capitularia. Que eu comece a aprender esta lição.

Belo Horizonte, 01 de Setembro de 2008.