segunda-feira, 31 de maio de 2010

Nossa Senhora da Boa Viagem


Por: Kátia Bizan, no Blog "Mãe Amada"

Chegamos ao final das postagens com o título da padroeira de Belo Horizonte, Nossa Senhora da Boa Viagem. Ela, que considero ser também a padroeira dos viajantes e sempre que estou em viagem, é a ela quem peço intercessão. Chegamos ao final e para mim, fica o gostinho de quero mais. Tenho a certeza de que ficaram títulos para trás e por esta razão, prometo ao longo do tempo ir postando outros títulos de Nossa Senhora, como o de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais e que ficou de fora.
Foi muito bom este estudo, estou muito feliz com o que postei. Aprendi mais sobre Maria e me bate o desejo de aprender ainda mais. Espero que tenham gostado e espero também os comentários. Se você tem alguma sugestão de Nossa Senhora que deva ser postada no Blog, comente, participe. Um grande abraço a todos vocês!


Na época dos grandes descobrimentos, os navegadores portugueses e espanhóis levaram sua civilização e a fé cristã às populações das novas terras. Os padres jesuítas e a tripulação, erguerem a primeira igreja dedicada ao Senhor Jesus, à Maria, Mãe de Deus, e ao santo festejado no dia da chegada. Foi assim, que o culto à Virgem Santíssima, sob a invocação de Nossa Senhora da Boa Viagem, se difundiu entre o povo.
Não sabemos quando Maria começou a ser invocada com o título de 'Nossa Senhora da Boa Viagem', pelos navegadores. Ao certo temos que os portugueses construíram a primeira igreja dedicada à Ela, próximo da capital Lisboa, em 1618. Desde então é a festa mais esperada do ano pelos pescadores e suas famílias, pois ao final são abençoados junto com as embarcações e o mar.
No Brasil a tradição desse culto desembarcou primeiro em São Salvador, Bahia. Nessa capital existe a mais antiga igreja sob a invocação de Nossa Senhora da Boa Viagem, construída junto à praia. Na capital pernambucana, além da igreja erguida em 1707, surgiu o bairro e a praia da Boa Viagem. No Ceará existe uma cidade chamada Boa Viagem, que surgiu do pequeno povoado cujos habitantes eram muitos fieis à essa devoção.
Na baía de Guanabara, a igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, deu origem à uma irmandade de pescadores que mantêm o templo e sustenta as obras assistenciais às famílias mais necessitadas dos trabalhadores do mar. Curiosamente Nossa Senhora da Boa Viagem tornou-se a Padroeira da capital das Minas Gerais, que não possui costa marítima. Consta que isto se deve a um comandante do navio Nossa Senhora da Boa Viagem, da esquadra portuguesa que chegou ao Rio de Janeiro em 1709. Entusiasmado com as notícias sobre as descobertas de ouro, o piloto Francisco Homem del-Rei foi buscar a imagem de sua protetora, da Virgem da Boa Viagem, que ainda estava no navio. Francisco mandou construir em Congonhas uma capela em honra de sua padroeira. Em 1905, essa capela foi demolida e no local surgiu a igreja mais antiga da cidade de Belo Horizonte. Hoje ela é a Catedral da capital mineira. Nossa Senhora da Boa Viagem foi declarada oficialmente Padroeira de Belo Horizonte, pelo Papa Pio XII.
São Paulo também possui uma dessas raridades. É a paróquia dedicada à Nossa Senhora da Boa Viagem, em São Bernardo do Campo, no ano 1812. A igreja, concluída apenas em 1848, desde o início foi dedicada à invocação de Nossa Senhora da Boa Viagem. O dia de sua festa é 08 de setembro, mas pode ser celebrada em outra data dependendo da comunidade.

Belo Horizonte, 31 de maio de 2010

domingo, 30 de maio de 2010

Nossa Senhora do Desterro


Por Deiber Nunes Martins
Fonte: www.fatima.com

Quem visita a catedral de Florianópolis tem sua atenção vivamente chamada para uma bela escultura de Nossa Senhora do Desterro, colocada num altar lateral. Trata-se de um conjunto representando São José puxando um burrico, sobre o qual está a Virgem Santíssima com o Menino Jesus ao colo.
A artística e piedosa obra, de autoria dos escultores Demetz, é feita de madeira de tília, em tamanho natural, e evoca a fuga da Sagrada Família para o Egito.
A capital de Santa Catarina, durante mais de dois séculos, chamou-se Nossa Senhora do Desterro, pois nasceu em torno da capela com essa invocação, construída em 1673 por Francisco Bias Velho, que morreu heroicamente alguns anos depois na própria igreja, defendendo o povo contra um ataque de piratas.
Entretanto, em 1894, para homenagear o segundo presidente da República, Floriano Peixoto, os republicanos mudaram o piedoso nome da capital catarinense de Nossa Senhora do Desterro para Florianópolis...
'Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe, e foge para o Egito'
Pouco tempo depois da adoração dos Santos Reis Magos, um Anjo apareceu em sonhos a São José e disse-lhe: 'Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe, e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise; porque Herodes vai procurar o Menino para O matar' (Mt. 2, 13).
O Santo Patriarca, sem discutir as ordens de Deus, pôs-se logo a caminho com o Menino Jesus e a Santíssima Virgem, servindo-se do mesmo burrico que utilizara no trajeto de Nazaré a Belém.
A viagem foi longa e penosa, mas também com muitas consolações. Conta a tradição que uma tamareira, junto à qual a Virgem repousara com o Divino Infante, inclinou-se para que seus frutos ficassem ao alcance de suas virginais mãos.
Registra a tradição que, noutra ocasião, a Sagrada Família foi atacada por salteadores, mas estes não lhes fizeram nenhum mal, em atenção ao pedido de um jovem membro da quadrilha, que foi mais tarde o Bom Ladrão, morto na cruz ao lado de Nosso Senhor, e venerado depois com o nome de São Dimas.
Chegando ao Egito, a Sagrada Família passou a residir numa pequena gruta na cidade de Heliópolis, onde havia uma colônia judaica, e um templo em honra do verdadeiro Deus, que quase igualava em magnificência ao de Jerusalém.
Volta para Nazaré
A Sagrada Família passou longos meses no Egito, até que um dia, morto Herodes, apareceu novamente o Anjo do Senhor ao Patriarca São José, durante o sono.
Ordenou-lhe o embaixador de Deus: 'Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe, e vai para a terra de Israel, porque morreram os que procuravam matar o Menino'. São José, obedecendo imediatamente, tomou o Divino Infante e a Santíssima Virgem, partindo em direção à terra de Israel. 'Mas, ouvindo dizer que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; e, avisado em sonhos, retirou-se para a Galiléia. E indo para lá, habitou na cidade que se chama Nazaré, cumprindo-se deste modo o que tinha sido predito pelos profetas: 'será chamado Nazareno`' (Mt. 2, 20 a 23).

Temos um caminho a percorrer. Nem sempre este é coberto de flores. E se o é, acaba tendo espinhos também. É o momento do exílio, do recolhimento, da tristeza. Muitas vezes somos obrigados a passar pelo sofrimento para entendermos o valor da Cruz. A Sagrada Família precisou fazer este caminho, para ter este discernimento, esta sabedoria, da vontade de Deus. Que Nossa Senhora do Desterro nos ensine na caminhada, o sentido da vida. Que possamos por sua valorosa intercessão fazer a diferença na vida do outro. Na imagem do Desterro, todos fazem a sua diferença: a Mãe que conduz em seu colo confortável o Filho, o Pai, que puxa o burrico e provê a Família na caminhada, o burrico que serve como amparo ao cansaço da Mãe, sendo também o meio de transporte e o Filho que é a razão de ser de todos eles e todos nós. Que possamos assim, ver nas coisas mais simples, o seu valor e significado e assim, caminharmos para a Glória no Céu, amém.
Belo Horizonte, 30 de Maio de 2010.

sábado, 29 de maio de 2010

Nossa Senhora Aparecida


Por Deiber Nunes Martins

Se me perguntam minha devoção, talvez eu até diga não ser necessário a pergunta pois quase sempre ela está comigo, grudada no bolso da camisa. Alguns já até sacaram, é ela mesma: Nossa Senhora Aparecida. Tenho um carinho muito grande pela Virgem de Aparecida. Por Nossa Senhora em geral e arquibancada, risos... Mas no caso de Nossa Senhora Aparecida é diferente.
Foi o primeiro presente que recordo de minha falecida madrinha, Dona Júlia. Uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, grande, bonita. Trazida lá mesmo de Aparecida do Norte. E eu era só um garoto, não sabia o significado de uma imagem de Maria, tampouco tinha o conhecimento de fé que hoje tenho. Tempos depois recebi um santinho de Nossa Senhora Aparecida que guardava na carteira e fitinhas que amarrava nos pulsos.
A Virgem de Aparecida sempre esteve presente em minha vida.
E hoje, sempre ando com um broche de sua imagem pregado em meu bolso. Não é para mostrar ou ostentar alguma fé proselitista e radical. Mas sim, ostentar o carinho pela mãe de Deus. Não tenho em meu bolso uma foto de Dona Otília, minha mamãe, mas o broche de Nossa Senhora Aparecida é uma forma também de lembrar da mamãe que Deus me deu aqui no mundo. Afinal, todo dia 12 de outubro, quem é que acende a vela junto da imagem da Virgem ao meio dia? Dona Otilia, minha mãe.
Nossa Senhora Aparecida certamente é invocada nos momentos felizes e tristes da minha vida. E graças à sua intercessão, os primeiros são bem mais constantes que os últimos. E toda Graça que peço a ela, pode até demorar, mas é alcançada. Isto é fato. E me encanta este carinho.
Encanta também, a devoção das pessoas, a Nossa Senhora Aparecida. Meu pai é um de seus devotos e aguardou pacientemente quase trinta anos para pagar uma promessa, indo ao seu Santuário. Quanta emoção acompanhar as pessoas no Santuário de Aparecida do Norte, gratas, felizes pelo amor de Deus manifestado muitas vezes no pão de cada dia ou na cura de uma enfermidade que a ciência já havia largado de mão. Eu também tenho muitas graças a agradecer. E a sensação que tenho ao chegar naquele Santuário é que seu tamanho ainda é muito pequeno para ser comparado a um mínimo possível do amor de Nossa Senhora Aparecida por seus filhos.
Acho que se Nossa Senhora Aparecida fosse a padroeira da África, com sua imagem belíssima, negra, não retrataria melhor do que retrata o povo brasileiro. É a Virgem Padroeira do Brasil, a Santa Negra encontrada por pescadores na região paulista onde hoje tem seu Santuário. Deus em sua sabedoria mandou bem, fazendo com que o lodo do rio escurecesse aquela imagem e fizesse dela a alma do Brasil. A mistura do barro com o lodo, a água formando a santa é o mesmo que a miscigenação brasileira, onde povos de diferentes culturas e nações se misturaram para fazer este povo bonito e cheio de fé.
Não cabe em uma folha de papel a gratidão. São mais fortes que as palavras dizer o imenso amor pela mãe de Deus. Há quem hoje não goste nem de se lembrar do pobre infeliz que ousou chutar a imagem de Nossa Senhora. Cada um de nós temos um pouquinho do Céu guardado em nosso ser, em nossa espiritualidade que faz com que sintamos na carne aquele e todas as outras ofensas e agravos feitos a Virgem. De todo modo, este pouquinho faz com que carreguemos conosco as boas intenções e práticas e assim podemos nos preencher de amor. Amor este que é dado por Deus, mas demonstrado ao mundo primeiramente, pela mãe de seu filho Jesus Cristo. Maria Virgem e Mãe, que viu nos algozes de seu filho, a necessidade de filhos, a serem perdoados. Assim também é conosco. Perdoamos, Mãezinha os seus agressores e os convidamos para o banquete do Teu Filho. Contudo, Venerável Virgem, a defendemos com nossa voz e vez sempre que preciso for, para que a ignorância do mundo não ouse questionar tua gloriosa intercessão.
Nossa Senhora Aparecida, abençoe este Brasil, em suas conquistas, em seus caminhos. Tornai esta nação cada vez mais cheia de fé e fazei com que seus filhos se amem como irmãos. Que o mundo inteiro te venere, sabendo que és Mãe, Esposa e Filha Escolhida, para gerar o Cristo, Nosso Deus e Salvador.
Por isso, para este humilde blogueiro, o dia 29 de maio, além de ser hoje seu aniversário, este dia também é de Nossa Senhora Aparecida.

Belo Horizonte, 29 de maio de 2010.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Nossa Senhora Achiropita


Por Deiber Nunes Martins
Fonte: www.achiropita.org.br

Nossa Senhora Achiropita me remete aos momentos de aperto e aflição que passei em minha vida. Muitas vezes, sem saber o porquê, evocava sua intercessão assim do nada. Já ouvi também, as pessoas dizerem que rogam a Virgem Achiropita por alguém desaparecido ou alguma coisa que precisam encontrar, tal a devoção a São Longuinho. Seja qual for o motivo, a Virgem certamente atenderá àqueles que a recorrerem com fervor e devoção. Abaixo, segue a história dela, extraída da Paróquia de mesmo nome, em São Paulo.

Em 580 D.C., o capitão Maurício, desviado pelos ventos, chegou a uma aldeia calabresa, na Itália. O monge Éfrem foi-lhe ao encontro e lhe disse: "Não foram os ventos que te conduziram para cá, mas Nossa Senhora, para que tu - uma vez Imperador - lhe construas um templo".
Em 582, Maurício tornou-se de fato Imperador e, cedendo à insistência do monge, decretou a construção do Santuário, que bem depressa chegou ao término. Um fato estranho chamou a atenção da comunidade. A imagem de Nossa Senhora que era pintada durante o dia, de noite desaparecia da parede.
Uma noite, de improviso, apareceu uma belíssima senhora que falou com o vigia e pediu para entrar no santuário. E como ela demorasse para sair, preocupado, ele entrou e não encontrou mais aquela senhora, mas viu que estava pintada no fundo da parede interna do templo, uma imagem lindíssima de Nossa Senhora. Ao saber disso, o povo acorreu àquele local e, entre lágrimas e cantos, aclamava: Achiropita! Achiropita!... O que significa: imagem não pintada pela mão do homem.
Seja lenda ou história, o fato é que desde o século doze, em Rossano Cálabro, esta devoção passou a ser oficialmente celebrada no dia 15 de agosto. Até hoje, no mundo inteiro, há somente duas igrejas dedicadas a Nossa Senhora Achiropita: uma na Itália, que atualmente é catedral; a outra é a Paróquia de Nossa Senhora Achiropita, no bairro Bela Vista (Bixiga), em São Paulo.
A devoção a Nossa Senhora deve despertar no coração dos fiéis o amor filial a Maria, mãe de Jesus, o filho de Deus. Os vários títulos que ela recebeu são devidos aos lugares onde apareceu, ou aos pedidos particulares que Ela fez. Deus escolheu Maria para ser mãe do seu filho Jesus. Por ela ser Cheia de Graça, nenhum artista jamais conseguirá retratar numa tela sua beleza interior.
Belo Horizonte, 28 de maio de 2010.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro


Por Deiber Nunes Martins
Fonte: www.fatima.com

A devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro nasceu de um ícone milagroso, roubado de uma igreja, na ilha de Creta, Grécia, no século XV. Trata-se de uma pintura sobre madeira, de estilo bizantino, através do qual o artista, sabendo que a verdadeira feição e a santidade de Maria e de Jesus jamais poderão ser retratadas só com mãos humanas, expressa a sua beleza e a sua mensagem em símbolos.
Nesse quadro a Virgem Maria foi representada a meio corpo, segurando o Menino Jesus nos braços. O Menino segura forte a mão da Mãe e observa assustados, dois anjos que lhe mostram os elementos de sua Paixão. São os Arcanjos Gabriel e Miguel que flutuam acima dos ombros de Maria. A belíssima obra é atribuída ao grande artista grego Andréas Ritzos daquele século e pode ter sido uma das cópias do quadro da Virgem pintado por São Lucas, segundo os peritos.
Diz à tradição que no século XV, um rico comerciante se apropriou do ícone para vendê-lo em Roma. Durante a travessia do Mediterrâneo, uma tempestade quase fez o navio naufragar. Uma vez em terra firme, foi para a Cidade Eterna tentar negociar o quadro. Depois de várias tentativas frustradas, acabou adoecendo. Procurou um amigo para ajudá-lo, mas logo faleceu. Antes, porém contou sobre o ícone e lhe pediu para levá-lo a uma igreja, para ser venerado outra vez pelos fiéis. A esposa do amigo não quis se desfazer da imagem. Após ficar viúva, a Virgem Maria apareceu à sua filha e lhe disse para colocar o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro numa igreja, entre as basílicas de Santa Maria Maior e São João Latrão. Segundo a menina, o título foi citado pela Virgem sem nenhuma recomendação.
O ícone foi entronizado na igreja de São Mateus, no dia 27 de março de 1499, onde permaneceu nos três séculos seguintes. A notícia se espalhou e a devoção à Virgem do Perpétuo Socorro se propagou entre os fiéis. Em 1739, eram os agostinianos irlandeses exilados do seu país, os responsáveis dessa igreja e do convento anexo, no qual funcionava o centro de formação da sua Província, em Roma. Ali, todos encontravam paz sob a devoção de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Três décadas depois os agostinianos irlandeses foram designados para a igreja de Santa Maria em Posterula, também em Roma, e para lá também seguiu o quadro da 'Virgem de São Mateus'. Mas ali já se venerava Nossa Senhora da Graça. O ícone foi colocado na capela interna e acabou quase esquecido. Isto só não ocorreu, por causa da devoção de um agostiniano remanescente do antigo convento.
Mais tarde, já idoso ele quis cuidar para a devoção de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, não ser esquecida e contou a história do ícone milagroso a um jovem coroinha. Dois anos depois de sua morte, em 1855 os padres redentoristas compraram uma propriedade em Roma, para estabelecer a Casa Generalícia da Congregação fundada por Santo Afonso de Ligório. Mas não sabiam que aquele terreno era da antiga igreja de São Mateus, escolhida pela própria Virgem para seu santuário. No final desse ano ingressou com a primeira turma do noviciado aquele jovem coroinha.
Em 1863, já padre, ajudou os redentoristas a localizarem o ícone de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, depois da descoberta oficial dessa devoção nos livros antigos da igreja de São Mateus. O quadro entregue pelo próprio Papa Pio I, com a especial recomendação: 'Fazei que todo o mundo A conheça', foi entronizado no altar-mor do seu atual santuário, em 1866. Outras cópias seguiram com esses missionários para a divulgação da devoção a partir das novas províncias instaladas por todo o mundo. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi declarada Padroeira dos Redentoristas.

Se observarmos o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro perceberemos no Menino Jesus a sandália lhe escapando dos pés e segura pelo cordãozinho. Certa vez, um padre, ao explicar o ícone disse que esta sandália, segura apenas pelo cordãozinho nos remete a oração, por meio do Santo Terço. No caso, nós seríamos a sandália que foge dos pés de Jesus e o Terço, o cordãozinho que não a deixa escapar. É a oração que nos prende a Jesus, à sua Graça. É a oração que nos faz cada vez mais imitadores do Cristo. Interessante pensar que, ao longo deste mês, em todas as “Nossas Senhoras” que pesquisei e postei no blog, seja no ícone, na história ou mesmo na imagem que temos da Virgem, ela nos recorda a importância da oração. E talvez por este meio, Deus esteja me falando pra rezar mais o Terço, o Rosário.

Belo Horizonte, 27 de Maio de 2010.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nossa Senhora de Caravaggio


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_de_Caravaggio

A história relatada abaixo é atribuída à fé católica. O município de Caravaggio, terra da aparição, se encontrava nos limites dos estados de Milão e Veneza e na divisa de três dioceses: Cremona, Milão e Bérgamo. Ano de 1432, época marcada por divisões políticas e religiosas, ódio, heresias, assolada por bandidos e agitada por facções, traições e crimes. Além disso, teatro da segunda guerra entre a República de Veneza e o ducado de Milão, passou para o poder dos venezianos em 1431. Pouco antes da aparição, em 1432, uma batalha entre os dois estados assustou o país.
Neste cenário de desolação, às 17 horas da segunda-feira, 26 de maio de 1432, acontece a aparição de Nossa Senhora a uma camponesa. A história conta que a mulher, de 32 anos, era tida como piedosa e sofredora. A causa era o marido, Francisco Varoli, um ex-soldado conhecido pelo mau caráter e por bater na esposa. Maltratada e humilhada, Joaneta Varoli colhia pasto em um prado próximo, chamado Mezzolengo, distante 2 km de Caravaggio.
Entre lágrimas e orações, Joaneta avistou uma senhora que na sua descrição parecia uma rainha, mas que se mostrava cheia de bondade. Dizia-lhe que não tivesse medo, mandou que se ajoelhasse para receber uma grande mensagem. A senhora anuncia-se como “Nossa Senhora” e diz: “Tenho conseguido afastar do povo cristão os merecidos e iminentes castigos da Divina Justiça, e venho anunciar a Paz”. Nossa Senhora de Caravaggio pede ao povo que volte a fazer penitência, jejue nas sextas-feiras e vá orar na igreja no sábado à tarde em agradecimento pelos castigos afastados e pede que lhe seja erguida uma capela. Como sinal da origem divina da aparição e das graças que ali seriam dispensadas, ao lado de onde estavam seus pés, brota uma fonte de água límpida e abundante, existente até os dias de hoje e nela muitos doentes recuperam a saúde.
Joaneta, na condição de porta-voz, leva ao povo e aos governantes o recado da Virgem Maria para solicitar-lhes – em nome de Nossa Senhora – os acordos de paz. Apresenta-se a Marcos Secco, senhor de Caravaggio, ao Duque Felipi Maria Visconti, senhor de Milão, ao imperador do Oriente, João Paleólogo, no sentido de unir a igreja dos gregos com o Papa de Roma. Em suas visitas, levava ânforas de água da fonte sagrada, que resultavam em curas extraordinárias, prova de veracidade da aparição. Os efeitos da mensagem de paz logo apareceram. A paz aconteceu na pátria e na própria Igreja.
Até mesmo Francisco melhorou nas suas atitudes para com a esposa Joaneta. Sobre ela, após cumprida a missão de dar a mensagem de Maria ao povo, aos estados em guerra e à própria Igreja Católica, os historiadores pouco ou nada falam. Por alguns anos foi visitada a casa onde ela morou que, com o tempo desapareceu no anonimato.

Belo Horizonte, 26 de maio de 2010.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Nossa Senhora Mãe Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt


Por Deiber Nunes Martins
Fonte: Comunidade Nossa Senhora Mãe Rainha de Schoenstatt, no Bíblia Online

Abaixo, algumas considerações sobre a Mãe Rainha de Schoenstatt, título com o qual a Virgem Mãe ganha cada vez mais notoriedade entre os católicos. A imagem da Virgem de Schoenstatt, que quer dizer “belo lugar” nos remete ao nosso encontro com o Cristo, uma vez que Ele aparece no colo da mãe. A síntese é que precisamos ir para o colo da mãe para termos nosso encontro com o Cristo.
Quantas vezes em nossas vidas, nós lembramos de ir para o colo da mãe? É em seu colo que podemos ser nós mesmos, nos despindo de toda vaidade, orgulho e pecado. Para chegar ao colo de Maria, precisamos pedir ao Espírito Santo que derrube as barreiras do nosso coração. Porque não é fácil reconhecermo-nos filhos. É preciso reconhecer que a Virgem ora insistentemente por nós e nos ensina na oração a entrega plena ao amor.

Mas, porque o título “Mãe Rainha Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt”?

Mãe - ela nos foi dada como Mãe por Jesus agonizante na cruz: "Eis ai a tua Mãe!" (Jo 19, 27). Como Igreja formamos o corpo místico de Jesus Cristo, portanto, sua Mãe é também a nossa Mãe.
Rainha – Maria foi concebida sem pecado, é a criatura mais perfeita, a obra-prima do Altíssimo Senhor. Ela é Mãe do Rei do Universo. Na anunciação disse-lhe o Anjo: "Eis que conceberás e darás à luz um Filho... Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim" (Lc 1,31).Depois de sua assunção ao céu ela foi coroada como Rainha do céu e da terra.
Vencedora – Deus lhe deu o poder de esmagar a cabeça da serpente e triunfar sobre todos os poderes diabólicos. "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça..." (Gen. 3,15). Ela continuará a vencer todos os inimigos do Reino de seu Filho: "A vitória virá por meio de Maria, porque Cristo quer que a sua vitória a ela esteja unida".(Papa João Paulo II)
Três Vezes Admirável – É a obra mais perfeita de Deus Trino, a Filha admirável do Pai eterno, a Esposa admirável do Espírito Santo e a Mãe admirável do Filho divino.Maria é Admirável como: Mãe de Deus, Mãe do Redentor e Mãe dos remidos.
De Schoenstatt – Deus escolheu esse lugar singelo para que ela estabelecesse neste Santuário de Graças, iniciando uma peregrinação mundial em busca dos filhos ao Pai. Schoenstatt é uma palavra alemã que significa "Belo Lugar". Tendo uma natureza muito bela, o lugar torna-se ainda mais belo porque ali o Divino irrompe no humano, pela presença de Maria no Santuário de graças. Lugar abençoado de peregrinações, onde muitos, por Maria, com Cristo e no Espírito Santo chegam ao Pai eterno.
Schoenstatt é uma Obra Internacional, um movimento de renovação religioso-moral a serviço da Igreja.

Belo Horizonte, 25 de maio de 2010.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Nossa Senhora de Montligeon


Por Deiber Nunes Martins

Fonte Kátia Bizan, no blog "Mãe Amada"

Muitos dos nossos irmãos protestantes, separados, não entendem o porquê das orações aos mortos. Não há no meio doutrinal deles tal preocupação. No entanto, muito das nossas orações, muito das nossas intercessões deve ser direcionado para os fiéis defuntos. No ritual da Santa Missa, temos o momento das orações aos mortos. E também nós na rotina diária, sempre que possível, devemos elevar nossos corações aos céus e clamar pelas almas no purgatório. Clamar pela misericórdia divina. A idéia é simples: se rezamos pelos mortos, Deus reza pela gente. E Nossa Mãezinha do Céu também nos ensina esta intercessão.
Muitos acreditam que não faz sentido rezar pra quem já morreu. Entretanto, também os mortos carecem da nossa oração. Na oração do Santo Terço vemos a seguinte jaculatória: “Oh, Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Oh, meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as nossas almas para o Céu e socorrei aquelas que mais precisarem da Vossa Misericórdia.” Tomando a Sagrada Escritura, no livro dos Macabeus, também percebemos esta necessidade de orar por quem já morreu.
Nossa Senhora de Montligeon vai nos ensinar um pouco mais sobre esta necessidade.
O lugar deslumbra. Imagine você passeando pelos campos da Normandia, na França. E ao fazer uma curva na estrada você se depara com uma basílica imponente. Assim é o Santuário de, onde todos os dias desde o século XIX, reza-se pelos fiéis defuntos. E onde as pessoas podem ouvir uma palavra de reconforto pela perda de um ente querido.

O nascimento do Santuário está ligado à história de um padre, O Père Paul Buguet . Dois anos antes de ser nomeado pároco dessa pequena cidade. O Padre Buguet, ainda jovem sacerdote estava profundamente aflito por três falecimentos que tinham ocorrido em sua família.

No dia 1 de novembro de 1876, seu irmão Augusto foi esmagado pela queda de um sino da Igreja de Nossa Senhora de Mortagne. “E sua alma?” pensava então o jovem padre. Esse acidente trágico foi seguido pela morte de duas sobrinhas, de 12 e 16 anos. “A necessidade de aliviar as almas do purgatório .... É preciso que eu trabalhe por libertar essas almas”, anotou ele em seu diário.

A idéia de criar uma ordem para esse fim, germina então em seu espírito. E ela vai se tornar realidade em La Chapelle-Montligeon. Uma das preocupações do Padre era a de rezar e fazer rezar por todos os defuntos, sobretudo por aqueles que não têm quem reza por eles .

Depois de varias providências, obteve a aprovação do Bispo de sua diocese para os estatutos de sua associação. Tornou-se como ele mesmo dizia o emissário das almas do purgatório, indo de diocese em diocese para construir sua obra..

Em 1887, ele se lança a uma nova aventura: “Procuro conciliar essa dupla finalidade: propagar a oração pelas almas do purgatório e por outro lado, obter por meio delas um meio de fazer viver o operário. Com eleito, tendo chegado a Montligeon, ele ficou tocado pela pobreza material e humana dos habitantes da cidade. Ele fundou então uma gráfica para publicar boletins da obra e dar empregos dessa forma.

Em 1887, após a primeira peregrinação organizada ao local , o fluxo de peregrinos começou a crescer de toda a Franca e do exterior. O renome de Nossa Senhora de Montligeon estendeu-se pouco a pouco pelo mundo. Em sua obra o Pe. Buguet foi encorajado pelo Papa Leão XIII.

Dia 4 de junho de 1896, a primeira pedra da futura basílica foi benta.

Em maio de 1905, o coro e a nave principal foram terminadas.

A primeira missa foi celebrada em 1 de junho de 1911.

A 14 de junho de 1918 faleceu o Pe. Buguet.

Belo Horizonte, 24 de maio de 2010.

domingo, 23 de maio de 2010

Nossa Senhora do Ó


Fontes:Augusto de Lima Júnior, 'História de Nossa Senhora em Minas Gerais', Imprensa Oficial, Belo Horizonte, 1956, pp. 255-265.Nilza Botelho Megale, 'Invocações da Virgem Maria no Brasil', Editora Vozes, Petrópolis, 1998, pp. 351-356.

´O historiador mineiro Augusto de Lima Júnior encontrou no livro 'Flores de Maria', do padre Martinho da Silva, sacerdote português, as seguintes informações sobre este título mariano: 'Celebrando-se em Toledo, o Concílio Décimo, em que presidiu Santo Eugênio, arcebispo daquela igreja, se determinou que a festa da anunciação se celebrasse e se transferisse para o dia 18 de dezembro, oito dias antes do Natal; depois sucedendo no Arcebispado Santo Ildefonso, sobrinho de Santo Eugênio, e havendo disputado e convencido os hereges que queriam macular a virgindade puríssima da Mãe de Deus, ordenou que a mesma festa se celebrasse nesse dia com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria, e como nas suas vésperas se começam a dizer as Antífonas maiores que principiam pela exclamação ou suspiro - Oh! por isso se chama a esta solenidade de Nossa Senhora do Ó'.
Em Portugal, segundo o citado historiador, fonte de nossas origens religiosas o culto de Nossa Senhora do Ó teve início em Torre Vedras, conforme narra Frei Agostinho de Santa Maria em sua obra 'Santuário Mariano'.:'Começou a celebrar a Igreja de Toledo a Expectação do Parto de Nossa Senhora, desejando imitá-la nos imensos e eternos desejos com que suspirava por ver e regalar já em seus braços ao Divino Verbo, e aproveitando-se das saudosas vozes com que o rogavam por tantos séculos os Santos Patriarcas e Profetas (como vemos naquelas sete misteriosas antífonas que começam pela letra O e de que a Igreja usa nas vésperas dos sete dias antes do nascimento de Cristo), concluía o Ofício Divino com umas vozes sem concerto nem harmonia, dizendo todo o clero e todo o povo a gritos - Ó Ó Ó...''Destes Ó Ó, teve princípio o intitular-se esta festa a festa do Ó, e também o dar-se este título à mesma Senhora em suas imagens, que era o mesmo que intitularem a Senhora em seus desejos, ou celebrar a festa dos desejos da Senhora.
A Vila de Torres Novas é povoação mui nobre e mui antiga e pelas suas boas qualidades a estimavam muito entre os mouros. Tomou-lha, El-Rei Dom Afonso Henriques no ano de 1148. El-Rei Dom Diniz a deu à Rainha Santa Isabel, quando em São Bartolomeu de Trancoso se avistou com ela.
Depois foi dos Infantes e deles passou ao Infante Dom Jorge e se conservou até aqui na Casa de Aveiro, que são os Duques de Torres Novas. Nesta Vila é tida em grande veneração uma antiga imagem da Rainha dos Anjos com o título de Ó. Também se chamou Nossa Senhora de Almonda por causa do rio Almonda, que banha aquela Vila. Chamou-se, também, da Alcaçova, por ser achada em uma gruta aonde a esconderam os cristãos na perda da Espanha, que eram umas concavidades que estavam junto aos alicerces que então se abriram por mandado Del-Rei Dom Sancho I, quando se edificou o castelo daquela Vila pelos anos de 1187.
Com esta Santa Imagem se achou também a do Santo Cristo, que hoje se venera ainda na paróquia de Santiago e outra de São Braz, ao qual se lhe edificou Ermida própria no ano de 1212, e no mesmo ano se edificou ou reedificou a igreja em que hoje é a Senhora do Ó venerada'.
Frei Agostinho assim descreve a imagem da Senhora do Ó, da sua igreja a de Torres Novas em Portugal: 'É esta santa imagem de pedra mas de singular perfeição. Tem de comprimento seis palmos. No avultado do ventre sagrado se reconhecem as esperanças do parto. Está com a mão esquerda sobre o peito e a direita tem-na estendida. Está cingida com uma correia preta lavrada na mesma pedra e na forma de que usam os filhos de meu padre Santo Agostinho'.
Outras imagens da Senhora do Ó existem em Portugal: em Elvas, em Águas Santas, junto do porto, em Viseu, em Tornar.
No Brasil, a mais antiga sede de trono da Senhora do Ó, está em Pernambuco, em Olinda. Em 28 de julho do ano de 1719, suou esta Santíssima Imagem muito copiosamente, e se viam cair de seus puríssimos olhos, grandes lágrimas, e de seu soberano rosto umas bagas como pérolas, que muitos sacerdotes a limparam com sanguinhos e com algodão. Esta grande maravilha se autenticou pelo Reverendo Cabido de Olinda e se publicou o milagre.
Estes sanguinhos e o algodão molhados naquele licor, aplicados a vários enfermos cobraram repentina saúde. E continuamente esta misericordiosa Senhora, obrando muitos e grandes milagres.
Em muitos lugares se implantou a devoção, movida pelas manifestações milagrosas da Imagem de Olinda. Entre elas cita frei Agostinho a da Ilha de Itamaracá, a de Mopubú, a de Goiana, Ipojuca, e por fim a de Nossa Senhora do Ó de São Paulo: 'Duas léguas distante da cidade de São Paulo há uma aldeia de índios nas ribeiras do rio Tietê. É este rio muito caudaloso e vai desaguar as suas correntes para a parte do Sul no Rio da Prata, abunda de ouro e suas correntes e suas águas são claras e puras, e suas margens em partes adornada de frescos arvoredos'...' Nesta aldeia se vê o santuário da Senhora do Ó ou da Esperança de seu felicíssimo parto . Esta casa da Senhora fundou o ascendente de uma família daquela cidade de São Paulo a quem chamaram os Bueno, e os seus descendentes são hoje os seus padroeiros e eles são os que fazem a festividade da Senhora o que fazem com muita grandeza, e neste dia é muito grande o concurso de devotos e de romeiros, assim da cidade de São Paulo como dos lugares circunvizinhos'.
Foi essa a origem da nossa famosa capela mineira da Senhora do Ó em Sabará, construída junto das ricas faisqueiras da Tapanhuacanga cujos restos ainda hoje se reconhecem nos terrenos adjacentes. Datando a primeira ermida muito provavelmente dos últimos anos do século dezessete, quando por ali se fixaram os Bueno de São Paulo, foi a ermida reconstruída em 1727 ou 29, já quando estávamos recebendo grandes levas de portugueses que deixavam as Índias tocados de Iá pela ocupação holandesa no Oriente.
A Capela de Nossa Senhora do Ó de Sabará é um magnífico exemplar estilo indo-português, que no Brasil tem seu centro no vale do Rio das Velhas. No meio de exuberante talha dourada sobressaem motivos pictóricos do estilo oriental, ali executados provavelmente após a reconstrução da ermida em 1727 ou 1729. Esta preciosa capela conseguiu escapar à demolição que atingiu velhas igrejas da arquidiocese de Belo Horizonte há muitas décadas e, apesar do desaparecimento de ricas jóias e alfaias que adornavam a Senhora do Ó, está hoje garantida contra os atos de vandalismo pela proteção do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Belo Horizonte, 23 de Maio de 2010.

sábado, 22 de maio de 2010

Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos e Santa Maria no Sábado


Por Deiber Nunes Martins
Fontes: http://blog.cancaonova.com/fatimahoje/2008/07/25/oracao-nossa-senhora-rainha-dos-apostolos/
Não podemos falar de Maria sem falar da Rainha dos Apóstolos. Nossa Virgem venerada é também a Rainha dos Apóstolos, título mais que merecido devido a sua presença junto deles. Maria certamente deu segurança aos apóstolos naquele momento difícil depois da morte e ressurreição de Cristo. Eles, por sua vez, entenderam que não poderiam seguir em missão, sem a intercessão da Virgem.
Interessante pensar na Rainha dos Apóstolos e fazer uma ligação com o Pentecostes. Necessário se faz frisar que não há efusão do Espírito, não há o verdadeiro Pentecostes, sem Maria. Ela é Cheia de Graça e também cheia do Espírito Santo. Por isso, não é compreensível ver tantas seitas se proclamarem “Pentecostais” ou “Neo-Pentecostais” e não aceitarem Maria, não aceitarem a Rainha. É o mesmo que se aportar em uma casa e colocar a dona desta pra fora. Não há Pentecostes sem Maria. O Espírito a cobriu com sua sombra, e se faz presente nela.
Sempre fiquei intrigado ao tomar o caderninho de leituras do Ano Litúrgico e ver aos sábados o título “Santa Maria no Sábado”. Seria “Santa Maria no Sábado” mais um dos títulos de Nossa Senhora? Teríamos pela presente razão Nossa Senhora do Sábado? Fui então pesquisar o tema e descobri que se trata da comemoração da memória da Virgem, feita sempre de modo facultativo aos sábados do Tempo Comum. E esta comemoração tem todo um arcabouço litúrgico composto por leituras, salmodias, responsórios e cânticos, como o Benedictos. Semelhante à Liturgia das Horas, voltada para a Virgem. Nossa Senhora merece!
Oração a Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos - Pe. Tiago Alberione
Ó Maria, fostes escolhida por Deus
para ser a mãe de seu filho.
Fostes a primeira em dar Jesus ao mundo.
Vós vos tornastes a Rainha dos Apóstolos, porque permanecestes no cenáculo, em oração.
Juntamente com os discípulos de Jesus.
Sois a mãe das vocações sacerdotais e religiosas, e de todos os leigos evangelizadores. Maria, a messe é grande e poucos são os operários.
Muitos são os desafios dos tempos modernos!
Suscitai, na Igreja, santas e sábias vocações, para que evangelizem com a mesma fé que vos levou a dizer sim a Deus e com o ardor de Paulo na entrega total de si mesmo.
Intercedei por todos os que, correspondendo ao chamado de Jesus, tornam-se missionários comunicadores do evangelho.
E que utilizem todos os meios de comunicação disponíveis, para chegar a todas as pessoas com a mensagem de Jesus: ”Vinde a mim todos”.
Maria, sede para todos os comunicadores da Palavra companheira, guia e proteção na caminhada rumo ao céu. Amém.

Belo Horizonte, 22 de maio de 2010.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Nossa Senhora da Imaculada Conceição


Por Deiber Nunes Martins
Fonte: www.fatima.com.br

Esta é uma das celebrações mais antigas da Igreja primitiva. A convicção da pureza completa de Maria, Mãe de Deus nunca foi questionada pelo povo cristão. Entretanto esta doutrina não encontrava consenso entre as várias vertentes do alto clero da Igreja, que continuou discutindo a questão durante muitos séculos. Não que Maria fosse ser desconsiderada, ao contrário sempre tida como a mais sublime das criaturas, mas havia receio de que a verdadeira doutrina da Redenção, operada somente pelas virtudes de Jesus Cristo, fosse confundida.

Em 1830, a Virgem Maria apareceu à Santa Catarina Labouré e mandou cunhar uma medalha com a sua imagem e a oração: 'Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos à vós'.
Finalmente em 1854, o Papa Pio IX definiu a Imaculada Conceição da Mãe de Deus como verdade ou dogma de fé, através da bula 'Ineffabilis Deus' que proclamou: 'Maria isenta do pecado original, desde o primeiro instante de sua existência no seio de sua mãe, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano'.

A sua celebração foi fixada no calendário litúrgico oficial da Igreja, no dia 08 de dezembro.
Em 1858, as aparições da Virgem Maria na cidade francesa de Lourdes confirmaram essa verdade de fé, um sinal da divina misericórdia de Deus. Maria disse claramente 'Eu sou a Imaculada Conceição' à menina vidente, Santa Bernadete Soubirous.

Ao longo dos séculos, o povo adaptou o título à forma usual das devoções e passou a chamar de Nossa Senhora da Conceição à invocação mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus.

Esta é a devoção mariana mais querida em Portugal, que a tem como Padroeira da nação desde 1646. O culto se difundiu e chegou ao Brasil em 1549, com a primeira escultura de Nossa Senhora da Conceição trazida por Tomé de Souza ao desembarcar na Bahia. Porém, o seu maior propagador foi o missionário jesuíta José de Anchieta. A população cristã americana celebra Nossa Senhora da Conceição como a Padroeira Eterna dos Estados Unidos da América do Norte.

Tenho um grande carinho por Nossa Senhora da Conceição porque fui batizado na Matriz da Imaculada Conceição em Raposos/MG. Mas não só por isso. O dogma da Imaculada Conceição nos remete a pureza da Virgem Maria. Maria Concebida Sem Pecado Original, é cheia de Graça, cheia do Espírito Santo de Deus. Maria é cheia do Espírito Santo e tão logo sua prima Isabel a avistou, ficou cheia do Espírito Santo também, passando a proclamá-la "Cheia de Graça". É a manifestação de Pentecostes já naquele momento, onde Jesus ainda era gestado no ventre da Virgem.
A história de Maria, sua infância, sua mocidade, seus hábitos e costumes nos servem de exemplo para nossa vida. Maria é o grande testemunho da obra de Deus. Como podemos nos colocar a serviço e deixar que o Pai tome conta de tudo. Maria, certamente não daria seu Sim se não fosse plena de Espírito. Ela é imaculada, santa! Nossa Mãe do Céu. Nossa Senhora da Conceição, rogai por nós!

Belo Horizonte, 21 de Maio de 2010.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nossa Senhora das Mercês


Por Kátia Bizan
Fonte: Nilza Botelho Megale, "Invocações da Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 306-309

No início do século XII quase toda a Península Ibérica gemia sob o jugo muçulmano. Grande número de espanhóis estava escravizado pelos mouros e sujeito aos piores tratos. A Santíssima Virgem - Auxiliadora dos Cristãos - condoendo-se do sofrimento de seus filhos, quis ser a principal fundadora de uma Ordem Religiosa destinada a prestar socorro a estes infelizes. Para isso apareceu em sonhos, na mesma noite, a três homens dedicados, a fim de que se consagrassem a causa dos oprimidos.

Um dos escolhidos foi o militar francês de origem fidalga São Pedro Nolasco, que há muito tempo se dedicava a esta causa, resgatando seus irmãos de crença a peso de ouro. Quando já lhe escasseavam os recursos, a Virgem Maria apareceu-lhe em sonho e disse-lhe: - "Deus quer que estabeleça uma Congregação Religiosa para o resgate dos cativos". Pedro não era um homem crédulo e por isso consultou o seu confessor São Raimundo de Penaforte, um dos mais notáveis teólogos de sua época. Qual não foi a surpresa de Pedro Nolasco ao saber que o Santo Doutor tivera o mesmo sonho e recebera ordem de animar os seus desígnios. Foram os dois pedir o apoio de D. Jaime I de Aragão e ficaram assombrados quando o piedoso monarca lhes anunciou que tivera o mesmo sonho e recebera a mesma ordem.Certos de que esta era a vontade de Deus, puseram mãos a obra. 0 magnânimo soberano mandou construir um convento, enquanto São Raimundo elaborava os estatutos da Ordem.

São Pedro Nolasco foi o primeiro Comandante Geral da Milícia, e a ele, em pouco tempo, juntaram-se muitos cavaleiros da Espanha. Estava fundada a Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos. Alem dos votos de pobreza, obediência e castidade, eles faziam o de tornar-se escravos, se fosse necessário, para salvar os prisioneiros.

A Ordem de Nossa Senhora das Mercês, após a aprovação do Santo Padre, espalhou-se pela Europa. Quando Cristóvão Colombo descobriu a América, despertou a atenção dos Mercedários para o enorme campo de atividades que se lhes deparava no Novo Mundo. A Milícia de São Pedro Nolasco logo aceitou o encargo de catequizar o selvagem americano do Mundo Espanhol.

Os primeiros milicianos estabelecidos no Brasil vieram de Quito com Pedro Teixeira em 1639, quando o nosso país ainda se achava sob o domínio da Espanha, e se localizaram em Belém do Pará. Com a Restauração de Portugal, os governantes de Lisboa suspeitaram dos Mercedários, mas a Câmara e o povo fizeram requerimentos pedindo a sua permanência naquela cidade, devido a grande obra social e de catequese que estavam empreendendo.

No início construíram uma pequena capela anexa ao convento, mas no século XVIII edificaram, de acordo com o projeto do arquiteto italiano radicado em Belém, José Landi, o seu templo definitivo, o único da cidade que possui a frontaria em perfil convexo. Seus púlpitos em estilo rococó e as talhas magnificas de seus frontões fazem desta igreja um dos mais bonitos monumentos religiosos da capital do Norte Brasileiro. No século citado, a Irmandade de Nossa Senhora das Mercê estabeleceu-se em Ouro Preto, com o intuito de libertar os escravos pretos e crioulos que trabalhavam nas minas.

Após muito tempo a confraria conseguiu se transformar em Ordem Terceira, com o direito de usar hábitos, capas, correias e também construir o seu templo. Entretanto, não se sabe por que, a irmandade cindiu-se ficando uma parte com a risonha igrejinha que é a Mercês de Cima, enquanto a outra estabeleceu-se na ermida do Bom Jesus dos Perdões, denominada atualmente Mercês de Baixo.

A luta entre as duas facções durou perto de cem anos, acreditando-se que a política imperial tenha influído na contenda, pois os conservadores eram filiados à Mercês de Baixo, enquanto os liberais somente se inscreviam na Mercês de Cima.

O culto da Virgem das Mercês desenvolveu-se mais entre os pardos cativos, por isso ele se espalhou principalmente nas vilas do ouro como Diamantina, São João del Rei, Mariana, Sabará, etc., onde são encontrados vários templos a ela dedicados. Em Diamantina, sua festa se realiza a 17 de agosto com espetáculos de fogos de artifício, luminárias e foguetes, pois os negros acham que foi ela quem inspirou a Princesa Isabel a libertar os escravos. Esta é uma das mais antigas festas daquela cidade e é feita com procissão e levantamento de mastro com bandeirinhas. Nossa Senhora das Mercês, Rogai por nós!

Oração do jeito antigo a Nossa Senhora das Mercês

Senhora, Mãe de meu Senhor e Salvador,

mercê de vossa bondade,posso eu aqui me colocardiante de vossa amável presença.
Não peço mercê ou paga de minha labuta diária, nem pela fidelidade que meu peitoa

vós sempre honrou.
Peço, antes, a mercê de meus pobres pecados,o perdão materno para meus contínuos erros.
Que por vossa mercê e poderosa indulgência,vosso Filho me ampare e me encaminhe.

Coloco-me à mercê dos desígnios de Deus, nosso Criador e Pai, e a vosso inteiro dispor,
Senhora das Mercês,pois que em vossas mãos encontro pousada e abrigo, no dia que

passa e na eternidade que vem.

Amém.

Belo Horizonte, 20 de maio de 2010.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Nossa Senhora de Crea


Por Kátia Bisan
Fonte: Paulinas

A região italiana do Piemonte, localizada junto aos Alpes, divisa com a França, é uma das mais belas da Europa. Pois neste verdadeiro paraíso da natureza, no Monte de Crea, próximo de 350 depois de Cristo, Santo Eusébio, Bispo de Vercelli, mandou erguer uma capela em honra à Nossa Senhora. A intenção foi santificar o lugar, antes consagrado às divindades pagãs.

Dez anos depois o próprio Santo trouxe do Oriente, onde esteve exilado, três estatuas da Virgem Maria. Uma mandou para a capela de Crea e as outras duas enviou à Sardenha, sua terra natal. Estas informações foram retiradas nos seus manuscritos encontrados nos arquivos da diocese de Vercelli, datados do seu episcopado.

A antiga estátua de Nossa Senhora de Crea, foi exposta à uma longa investigação cientifica durante sua restauração, concluída em 1981. Por isto, perdeu a cor negra original e poética do restrito grupo das 'Nossas Senhoras Negras ou Morenas' a que pertence.

A capela desta devoção, verdadeira relíquia da Igreja primitiva e o coração do Santuário de Crea, também teve de ser reconstruída, ao longo dos séculos. No início do segundo milênio se estabeleceram no convento de Crea os cônegos regulares de Asti.

Em 1483, depois de uma breve permanência dos Servitas, foram sucedidos pelos monges Lateranenses. É à presença destes homens de grande cultura e sensibilidade artística, embasados na sólida formação religiosa ditada pela Ordem, que devemos o desenvolvimento do Santuário do Sagrado Monte de Crea, hoje rota obrigatória de todos os cristãos do mundo Oriental e Ocidental.

Durante dezoito anos, desde 1801 a capela e o convento de Crea ficaram abandonados, após os sucessivos saques ocorridos durante sangrentas disputas militares. Passado este período, em 1820, a Santa Sé deu a guarda do Santuário à primorosa Ordem dos Frades Menores da observância.

No dia 05 de agosto de 1890, quando o árduo trabalho de recuperação já era considerável, a venerada escultura de Nossa Senhora de Crea recebeu o manto de rainha e foi solenemente coroada, junto com o Menino Jesus que porta nos braços. Assim esta data foi oficializada para sua festa anual.
Os franciscanos demoraram cento e setenta anos para o Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Monte de Crea recuperar ao seu primitivo esplendor a desempenhar a função de 'Cidade do Espírito' proposta por seu fundador, Santo Eusébio de Verselli. Nos últimos tempos o local se tornou um importante centro de eventos marianos para o mundo cristão. Mas sempre contando com a crescente afluência de peregrinos e romeiros devotos de Maria.

Em 1980 o governo italiano demarcou a área do Santuário como reserva ecológica, a qual foi doada ao Vaticano, para sua preservação.

Desde 1992 este Santuário mariano está sob custódia dos sacerdotes da diocese de Casale Monferrato.

Belo Horizonte, 19 de maio de 2010.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Nossa Senhora de Constantinopla ou Nossa Senhora de Odighitria ou Nossa Senhora da Guia


Por Deiber Nunes Martins
Fonte: www.fatima.com.br

Comemoramos o dia de Nossa Senhora da Guia no dia 10 de janeiro. A belíssima história deste título de Nossa Senhora é também um sinal da importância de venerarmos a Mãe de Deus. Nossa Senhora da Guia, ou de Constantinopla, guiou os cegos até sua catedral em Constantinopla onde ficaram curados da cegueira.
Quantas vezes nos fazemos cegos diante dos prodígios de Deus? Na maior parte das vezes não é por intenção, mas é um “sem querer querendo” que nos afasta do amor do Pai, e nos impede de alcançarmos a graça que necessitamos. Muitas vezes, nos rendemos ao pecado, como subterfúgio para enfrentar o mundo perverso que nos oprime. Não se trata de desculpas esfarrapadas, mas sim de uma constatação: vivemos como pássaro preso dentro de casa, que vê a janela fechada e fica batendo a cabeça no vidro para sair. Na verdade, estamos procurando um caminho, um rumo a seguir. Precisamos ser guiados a Cristo. E quem melhor que sua Mãe para fazê-lo?
Nossa Senhora da Guia, guiai-nos ao coração de Deus, para que possamos Nele, vivermos em plenitude. Dá-nos direção, um norte, um rumo a seguir, a ponto de seguirmos o Cristo e assim alcançarmos a vida eterna. Estamos cansados do marasmo do mundo, das suas injustiças e insanidades. Estamos flagelados pelo pecado, famintos do amor de Deus e com sede da sabedoria do Espírito Santo. Coloque-nos no destino destas realidades, para que possamos, alimentados, curados e bem dispostos, anunciar Teu Filho pelo caminho. Nossa Senhora da Guia, rogai por nós!

A devoção de Nossa Senhora Odigitria surgiu na cidade de Constantinopla, no governo do imperador Justiniano. Entretanto a antiga tradição narra que sua origem procede da Síria, do primeiro século do Cristianismo.
Segundo a narrativa, a imagem desta invocação seria uma das três pintadas por São Lucas, o Evangelista, que viveu neste país. Porém este seria um ícone milagroso, pois quando lhe faltaram as forças e tendo a pintura da imagem para concluir, São Lucas implorou ajuda celestial da Santíssima Mãe e o próprio ícone concluiu a pintura da obra.
Depois da morte de São Lucas, o ícone da Mãe de Deus foi colocado para veneração dos fiéis na igreja de São Pedro em Gálata, na Síria.
Durante o Império Romano-Bizantino, antes da metade do século VI, a imperatriz Eudóxia enviou o referido ícone mariano, para Constantinopla para a imperatriz Santa Pulquéria que o colocou na mais bela igreja dedicada à Mãe de Deus que mandara construir, chamada de Ton Odegon, que em grego significa 'da guia'. Assim surgiu o título mariano 'Odighitria' que em grego quer dizer 'Ela que indica o Caminho'.
Porém, para alguns estudiosos ele derivaria do fato que os guias, ou melhor os 'odighos', dos exércitos se recolhiam neste mosteiro para rezar; para outros, seria por causa do nome da igreja de Constantinopla que conservava o ícone da venerada imagem mariana, obra de São Lucas.
Contudo, para a tradição este título se refere de fato ao milagre atribuído à Virgem Maria, que guiou dois cegos até a sua igreja em Constantinopla onde recuperaram a visão.
Só com o tempo 'Odighitria' adquiriu um significado exclusivo para este ícone, em função da posição do braço de Maria que indica o Filho como: 'Caminho, Verdade e Vida'.
A partir de 716, quando o imperador Leão III, o Isauriano, assumiu o trono, esquecido das graças obtidas por intercessão da Santíssima Virgem, iniciou a perseguição às imagens sagradas.
Mas esta devoção já havia se espalhado por toda a cristandade do Ocidente, que em muitos lugares recebeu o título de Nossa Senhora de Constantinopla.
No sul da Itália, em Bari, cidade vizinha de Nápoles, o título grego foi abreviado para Idria ou Itria. Os registros antigos mostram que no século VIII, dois sacerdotes com receio da destruição da cópia do ícone de Constantinopla, venerado pelo povo barese como Santíssima Maria de Idria, embarcam para Roma, levando o ícone escondido. Mas uma tempestade impediu o navio de partir e a imagem retornou para a igreja. Hoje a população de Bari a festeja como Padroeira da cidade. A cópia deste ícone que se encontra na Catedral de Bari, se tornou a relíquia mais antiga desta invocação mariana, existente em todo mundo.


Belo Horizonte, 18 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Nossa Senhora Menina ou Nossa Senhora Criança


Fonte: site www.fatima.com.br

Este título mariano deriva da festa celebrada hoje, que é o nascimento da Santíssima Virgem Maria. Por amor a humanidade, o Criador quis enviar o seu Filho, encarnado como pessoa humana para redimir o pecado da Terra. Para ser a mãe terrena do seu Filho, escolheu Maria, e preparou seu nascimento.
A família escolhida foi a de Joaquim, um justo e próspero judeu, obediente à Lei mosaica. Sua esposa era Ana, mulher judia íntegra, humilde e com todas as qualidades espirituais necessárias. Este casal, já com idade avançada, não tinha ainda sido abençoado com um filho, por isso julgavam-se estéreis. Foi este o lar escolhido para a ação da Providência Divina de modo que a Virgem Maria nascesse.
Tudo o que se tem narrado sobre a infância da Mãe de Deus, vem da tradição oral cristã, e dos escritos da época, que não fazem parte do Evangelho. Exceto o que está no Evangelho de São Mateus. Nele explica que a infância de Maria foi acompanhada de infinitas graças concedidas por Deus, para evidenciar 'quão grande ela seria daqui por diante'.
Pela tradição, aos três anos de idade Maria foi entregue para viver com as outras virgens nos apartamentos do Templo. Em seguida os pais concluíram seu voto e ofereceram seu sacrifício conforme a lei, voltando para casa. Nos catorze anos que alí esteve Maria ficou sob os cuidados do Senhor, para ser preservada de todas as tentações do mal. Ao final destes anos Maria tinha a beleza da alma abundante de todos os dons.
As imagens que representam a Nossa Senhora Menina, ou Criança são incontáveis.Em algumas está só rodeada pelos anjos, em outras ladeada pelos pais, Sant'Ana e São Joaquim, ou então com um deles. Mas todas mostram Maria que segura na mão seu livro da lei. Tudo para indicar a posição de educadores dos pais, na preparação da escolhida para ser a Mãe de Deus.
O culto mariano faz parte da tradição dos fieis oficializado pela Igreja, tanto do Oriente como do Ocidente. Maria é e será venerada por todos os séculos, porque Ela é a estrada que conduz à Cristo, o único caminho para o Reino de Deus. Os cristãos, a homenageiam com uma infinidade de títulos, para celebrar sua valorosa participação no Mistério de Deus.

Belo Horizonte, 17 de maio de 2010.

domingo, 16 de maio de 2010

Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa ou Nossa Senhora da Medalha Milagrosa ou Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças


Por Deiber Nunes Martins
Fonte: site www.fatima.com.br

O título de Nossa Senhora das Graças talvez nos remeta de forma mais contundente à Virgem Intercessora, à Mãe que olha por seus filhos. Sempre ouvi minha mãe falando desta Nossa Senhora, como a sua santa de devoção. E a sua imagem é das mais bonitas também. A Virgem que irradia graças por suas mãos aos fiéis que esperam.
Certamente, a Mãe de Jesus intercede por teus filhos adotivos. A imagem das graças saindo como raios nos dá a idéia do poder da intercessão. Como estamos esquecendo deste poder! Não se reza mais pelos outros, não se clama mais a Deus por quem precisa. Nos prendemos aos nossos problemas e esquecemos de olhar o nosso irmão ao lado. Não podemos fazer nada por ele. Mas podemos rezar. A Virgem das Graças nos lembra de rezar. Rezar sempre.
Interessante também o significado da Medalha Milagrosa. Cada pedaço da imagem tem o seu significado e nos fala alto no coração, sobre a nossa devoção. Como católicos, precisamos ser mais devotados a Mãe de nosso Deus. Infelizmente, em nossas orações, vamos deixando de lado à Virgem. Certamente, rezamos a Ave Maria, mas com o coração ligado no pedido que temos a Deus. Será que contemplamos cada palavra da Ave Maria, uma oração de contemplação a Maria como se deve? Será que lembramos que a Virgem é de fato, cheia de graça? Precisamos pensar nisso...

História

Na Capela das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris, a humilde Irmã Catarina Labouré, impressionava pelo fervor com que rezava. Em 1830, ela foi agraciada com um ciclo de aparições da Santíssima Virgem.

A primeira ocorreu na noite de18 junho, quando na sua cela veio um Anjo e a conduziu à capela onde conversou mais de duas horas com Nossa Senhora, que no final lhe disse: 'Voltarei, minha filha, porque tenho uma missão para te confiar'. No dia 27 de novembro de 1830 a Virgem voltou a aparecer e 'entregou' a Medalha Milagrosa à Irmã Catarina. Esta aparição se deu em três fases, como descreveu a vidente.

A Santíssima Virgem apareceu ereta sobre um globo pisando uma serpente. Entre as mãos tinha um globo menor com uma pequena cruz em cima, mantido na altura do coração, num gesto materno de súplica oferecia-o a Deus. Numa fração de segundo o globo desaparecera e suas mãos se estenderam suavemente para baixo. Os dedos pareciam estar cheios de anéis com pedras preciosas, de todos os tamanhos, pois emitiam brilhantes raios de luz.

Irmã Catarina, então, ouviu uma voz que lhe disse: 'Este globo representa o mundo inteiro e cada pessoa em particular. Os raios são o símbolo das graças que eu concedo a toda pessoa que vem me pedir...'. Neste exato instante um quadro oval se formou em volta da Virgem e em letras douradas se lia: 'Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós'. Outra vez Irmã Catarina ouviu a voz que lhe disse: 'Faça cunhar uma medalha com este modelo; as pessoas que a portarem receberão grandes graças; as graças serão mais abundantes para as pessoas que a portarem com confiança e fé'. E a Virgem desapareceu. No mês seguinte, durante suas orações na capela, teve a visão do outro lado medalha.

Em 1832, o Bispo de Paris autorizou a cunhagem da medalha, cuja primeira tiragem passou pela aprovação da Irmã Catarina Labouré. E assim se espalhou pelo mundo inteiro. A devoção operou graças para a cura dos males do corpo e da alma, além de muitas conversões. Por isso, os fiéis lhe deram o título de 'Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa' ou apenas 'Nossa Senhora da Medalha Milagrosa'. O dia 27 de novembro foi escolhido para celebrar sua festa.

Em muitos lugares do mundo, Nossa Senhora das Graças acabou sendo cultuada como Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Inclusive no Brasil, onde inúmeras paróquias dedicadas à Virgem das Graças passaram a festejar a Virgem da Medalha Milagrosa como co-padroeira, tamanha a devoção expressada pelo povo.

A primeira igreja construída e dedicada à Nossa Senhora da Medalha Milagrosa fica no Brasil, na cidade de Monte Sião, Minas Gerais.


Belo Horizonte, 16 de maio de 2010.

sábado, 15 de maio de 2010

Nossa Senhora de Coromoto


Por Kátia Bizan

No ano de 1652, Nossa Senhora de Coromoto apareceu aos índios do mesmo nome. Foi declarada Padroeira da Venezuela pelo Episcopado venezuelano no dia primeiro de maio de 1942.

O papa Pio XII a declarou 'Celeste e Principal Padroeira de toda a República da Venezuela' no dia 7 de outubro de 1944. O Santuário Nacional está construído no local da aparição, perto da cidade de Guanaguanare.

O Papa João Paulo II, em fevereiro de 1996, abençoou pessoalmente este Santuário. Entre os índios que habitavam a região de Guanaguanare, havia um grupo conhecido como 'Coromotos'.

Quando chegaram os colonizadores espanhóis, os Coromotos se embrenharam na selva, montanhas e vales situados a noroeste da cidade de Guanare, nas fontes e margens dos rios Tucupido e Anos.Os Coromotos moraram muito tempo nesses lugares distantes e sua memória foi sendo perdida, até que chegou o momento de sua conversão, graças a poderosa mediação da Santíssima Virgem.

Um espanhol honrado e bom cristão, chamado Juan Sánchez, possuía as férteis terras de Soropo, situadas a quatro ou cinco léguas de Ganare. A ele se uniram para trabalhar a terra e tratar do gado dois colonizadores: Juan Sibrián e Bartolomé ánchez.Descansando de uma longa viagem em certo dia, do ano de 1651, o Cacique dos Coromotos, acompanhado de sua mulher e filhos, eis que lhes aparece uma formosíssima Senhora de incomparável beleza, que trazia em seus braços um preciosíssimo Menino, caminhando sobre as cristalinas águas da corrente.

Maravilhados, contemplam a majestosa Dama; esta lhes sorri amorosamente e fala ao Cacique em sua própria língua, dizendo-lhe que ali fora procurar água para colocar sobre a cabeça e assim poder subir aos céus. Estas palavras foram ditas com tal unção e força que comoveram o coração do Cacique.

Ele se dispôs a cumprir os desejos de tão encantadora Senhora...No mês de novembro do citado ano, Juan Sánchez passava perto daquela região seguindo a estrada denominada 'Cauro', quando ia em viagem para El Tocuyo. A certa altura, encontra o chefe dos Coromotos, que lhe conta que uma belíssima Mulher, com uma criancinha formosa havia-lhe aparecido pedindo-lhe que fosse ao local onde moravam os brancos para buscar água para molhar sua cabeça, antes de ir para o céu. E acrescentou o Cacique que tanto ele como todos os de sua tribo estavam dispostos a atender os desejos de tão excelsa senhora.

Juan Sánchez, gratamente surpreendido pelo relato do índio, disse-lhe que estava indo de viagem para um povoado chamado El Tocuyo. A oito dias estaria de volta. Quando retornou, Juan Sánchez juntou-se aos Coromotos. Toda tribo partiu com o espanhol.Seguindo as indicações de Juan Sánchez, a caravana se deteve no ângulo formado pela confluência dos rios Tucupido e Guanaguanare, num lugar que foi chamado de Coromoto. Juan Sánchez foi imediatamente à vila do Espírito Santo de Guanaguanare e avisou as autoridades sobre o ocorrido.

Os alcaides Dom Baltazar Rivero De Losada e Dom Salvador Serrada Centeno, que governavam a Vila, dispuseram que os índios permanecessem em Coromoto e ofereceram-lhes Juan Sánchez para demarcar terras para seus trabalhos e para doutriná-los nos rudimentos da religião cristã.

O abnegado espanhol cumpriu sua missão cuidadosamente, fazendo de tudo para tornar feliz a permanência dos índios naquela região.Os indígenas construíram seus ranchos, receberam as terras e, contentes, ouviam as explicações doutrinárias que lhes dava o espanhol, ajudado por sua esposa e os outros dois companheiros. Este trabalho apostólico foi sendo coroado de êxito.

Pouco a pouco os índios iam sendo batizados. O Cacique, a princípio, assistia com gosto às instruções, mas começou a se desgostar e a sentir falta de seus bosques. Não mais freqüentou as reuniões promovidas por Juan, não quis mais aprender a doutrina cristã e se recusou a ser batizado.

No dia 8 de setembro de 1652, Juan Sánchez convidou os índios que trabalhavam em Soropo para assistirem a alguns atos religiosos que haviam sido preparados. O Cacique Coromoto recusou este convite. Ainda assim, seus companheiros honraram com humildes preces a Virgem. Isso deixou o Cacique enraivecido que fugiu para Coromoto. A cabana do Cacique era a maior entre todas as choças indígenas, mas era pequena e pobre em comparação às casas dos espanhóis.

Naquela noite se encontravam na cabana uma irmã do Cacique, chamada Isabel e seu filho, de doze anos e outras duas índias. O Cacique Coromoto chegou muito triste e calado. Imediatamente deitou-se na esteira.Vendo o seu estado, ninguém lhe dirigiu a palavra. Passou-se um longo tempo de silêncio. O Cacique tentava dormir, mas dentro de sua memória não saía aquela Senhora. Ouvia sua doce, contudo, outros pensamentos turvavam seu triste e melancólico caráter: seu orgulho humilhado pela obediência e sua desenfreada liberdade, clamava por uma completa emancipação; certa raiva interna e inexplicável lhe pintava o batismo e a vida dos branco como insuportáveis. Em poucos minutos, a Virgem Santíssima apareceu na cabana do Cacique, em meio a invisíveis legiões de anjos que formavam seu cortejo. Dela saíam raios de luz que inundaram a choça. Segundo o testemunho da índia Isabel a luz era tão potente que parecia a luz do sol ao meio-dia.

Mas não cansava a visão daqueles que a contemplavam tão grande maravilha. O Cacique reconheceu a mesma bela mulher que, meses antes, contemplara sobre as águas. O índio pensava, provavelmente, que a Senhora viera reprovar seu comportamento. Passados alguns segundos, o Cacique rompeu o silêncio e dirigindo-se à Senhora disse enfurecido: Até quando irás me perseguir?' Estas palavras impensadas e desrespeitosas mortificaram a esposa do Cacique, que o consolou: 'Não fales assim com a bela mulher. Não tenhas tanto mal em teu coração'. O Cacique, encolerizou-se e não pôde mais suportar a presença da Divina Senhora que permanecia à porta dirigindo-lhe um olhar tão terno e carinhoso, capaz de comover o coração mais duro.

Desesperado, o Cacique saca de um arco com uma flecha e chegando ao auge de sua loucura ameaça matá-la. Nesse instante, a Excelsa Senhora entra na choça, sorridente e serena, aproxima-se dele que lança o arco contra o chão. O Cacique tenta abraçar a Senhora que desaparece, deixando a cabana iluminada apenas pela luz do fogão. Fora de si e mudo de terror, ele ficou alguns minutos imóvel, com os braços estendidos e entrelaçados, na mesma posição em que estavam quando tentara agarrar a Virgem. Ele tinha uma mão aberta e a outra fechada, que apertava o máximo. Ele sentia que a bela mulher a havia fechado.

Cheio de temor, o índio disse à sua mulher: 'Aqui a tenho!'. As mulheres disseram em coro: 'Mostre-nos'. O Cacique abriu a sua mão e os quatro indígenas reconheceram ser aquela uma imagem e acreditaram que era a 'Bela Mulher'. Quando o índio abriu a mão, a pequena imagem lançou raios luminosos que causaram grande esplendor. O Cacique começou a suar frio. Com a mesma fúria de antes, envolve a milagrosa imagem em uma folha e a esconde no teto de palha de sua casa dizendo: 'Aí tu te queimarás, para que me deixes'.

O indiozinho, que interiormente desaprovava a torpe conduta do tio, prestou bem atenção no esconderijo da imagem e resolveu avisar Juan Sánchez sobre o que ocorrera. Escapou da casa por volta da meia-noite em direção a Soropo, enfrentando com coragem todos os riscos. Ao chegar, todos dormiam. Ele sentou-se à beira da porta e esperou o amanhecer. A esposa de Juan Sánchez, ao abrir a porta de sua casa na madrugada do domingo, surpreendeu-se ao ver o menino. Ele contou-lhe tudo que havia acontecido. A mulher chamou o marido. Juan sorriu e não deu crédito ao relato do indiozinho, que repetiu sua história veementemente: 'Podem ir a Coromoto agora mesmo e vocês irão comprovar o que digo'. Bartolomé Sánchez, Juan Sibrián, Juan Sánchez e o indiozinho se puseram sem demora a caminho de Coromoto.

Quando chegaram perto do povoado os três espanhóis se esconderam a três quadras da casa. O menino se encarregou de ir à choça do tio apanhar a imagem. Felizmente, o Cacique e as duas mulheres estavam fora da casa. Sem que ninguém o visse, o menino entrou na casa. Com o coração em júbilo pegou a imagem e a levou para Juan que, ao recebê-la, sentiu profunda emoção. Na imagem reconhecera a efígie de Maria Santíssima, a Mãe de Deus.

Com muito respeito a colocou em um relicário de prata que costumava carregar. Retornando à sua casa em Soropo, Juan Sánchez colocou a pequena imagem, que já começava a ser chamada de Nossa Senhora de Coromoto, em um altarzinho, alumiando-a com uma vela de cera escura. Esta humilde luminária ardeu dia e noite, sem consumir-se desde as doze horas da noite de domingo até à tarde de terça-feira. Este fato foi declarado milagroso, pois o pedaço de vela deveria arder, no máximo, uma meia hora.

Terça-feira, à tarde, Juan Sánchez foi à Vila de Guanaguanare (Guanare) onde revelou ao Padre Dom Diego Lozano, tudo quanto sabia sobre a imagem. Mas este não lhe deu crédito, dizendo que aquela estampa deveria ser obra de algum viajante. Juan Sánchez, sem se lastimar por isso, regressou feliz a Soropo, pois comprara o necessário para manter uma lamparina acesa diante da imagem, que ficou em sua casa até primeiro de fevereiro de 164, isto é, um ano e quatro meses.

No dia 9 de setembro, domingo, o Cacique resolveu ir aos montes com alguns índios. Mal entrou no bosque foi mordido por uma cobra. Vendo-se mortalmente ferido e reconhecendo no acontecimento um castigo do céu pela sua péssima conduta com relação à Senhora, começou a se arrepender, pedindo em altos gritos que lhe administrassem o Batismo.

A casa de Juan Sánchez se transformou num pequeno santuário. Para aí acorreu toda a população de Guanare atraída pelos milagres, graças e favores que eram alcançados por intercessão de Nossa Senhora de Coromoto.

No dia primero de fevereiro de 1654 a imagem foi trasladada solenemente para a igreja de Guanare por ordem do pároco Diego de Lozano. A devoção popular foi crescendo espantosamente até a coroação pontifícia em 1952.

A força histórica do fato coromotano repousa principalmente no testemunho do povo. Uma tradição jamais interrompida. Na década dos anos 20, houve um evidente ressurgir do movimento coromotano, mas não se pode dizer que tenha sido o ressurgir de algo morto, pois desde sua aparição até os nossos dias, o povo da Venezuela jamais deixou de peregrinar a Guanare para honrar sua padroeira.

Atualmente pode-se afirmar que não existe um só templo católico venezuelano que não possua uma imagem de Nossa Senhora de Coromoto, sempre amada e homenageada pelos fiéis.

Belo Horizonte, 15 de maio de 2010.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Nossa Senhora da Paz


Por Kátia Bizan

Segundo a tradição, no ano de 1682, alguns mercadores encontraram na vila do Mar do Sul salvadorenho uma caixa abandonada; tão bem fechada que não conseguiram abri-la com ferramentas. Certos de que continha algum objeto valioso, levaram-na para a cidade de São Miguel, onde encontrariam ferramentas para abri-la.

Puseram a caixa no lombo de um burro e iniciaram uma longa e perigosa viagem até chegarem à cidade no dia 21 de novembro. Visando garantir a posse do provável tesouro, dirigiram-se primeiramente às autoridades do lugar para lhes comunicar o achado; ao passarem diante da igreja paroquial, hoje Catedral, o burro deitou-se por terra decidido a não mais se levantar.

Sem nenhum esforço conseguiram abrir a caixa que continha uma formosa imagem de Nossa Senhora com o Menino nos braços. A origem da imagem permanece misteriosa e envolta em lenda. Nunca se pôde descobrir qual seria o destino daquela caixa, nem como chegou ao território salvadorenho. Conta-se que no momento em que retiravam a imagem ocorria uma violenta luta entre os habitantes da região. Ao terem notícia do milagroso achado, todos depuseram as armas e imediatamente cessaram as hostilidades; também se relata que nas lutas fratricidas de 1883, o lado vitorioso, em vez de promover represálias, como se esperava, fez colocar a abençoada imagem no átrio da paróquia e, aos pés de Maria, jurou solenemente não guardar rancores e extirpar o ódio dos corações para que a paz gerasse fraternidade e reconciliação. Por isso deram à imagem o título de Nossa Senhora da Paz, cuja festa é celebrada no dia 21 de novembro, para recordar sua chegada a São Miguel.

A imagem é de tamanho regular. Talhada em madeira e vestida de roupas brancas, tem à frente um bordado com o escudo nacional da República de Salvador. A imagem tem na mão uma palma de ouro, como lembrança da erupção do vulcão Chaparrastique, que ameaçou transformar a cidade num mar de lava ardente. Os atemorizados habitantes de São Miguel colocaram a imagem de Nossa Senhora da Paz na porta principal da Catedral e no mesmo instante a forte corrente de lava mudou de direção, afastando-se da cidade.

No ponto exato onde a lava mudou seu rumo há um povoado chamado 'Milagro de la Paz'. Isto ocorreu no dia 21 de setembro de 1787. Neste dia todos testemunharam que a fumaça que saia do vulcão formava uma palma. Vendo nisto um sinal da proteção da Virgem, o povo resolveu colocar em sua mão uma palma de ouro, semelhante a que contemplaram no céu.

A coroação canônica da imagem ocorreu no dia 21 de novembro de 1921. O ourives que confeccionou a coroa da Virgem empregou 650 gramas de ouro e muitas pedras preciosas, entre as quais se destaca uma grande esmeralda cercada de brilhantes.

A nova Igreja dedicado a Nossa Senhora da Paz foi concluído em 1953.

Belo Horizonte, 14 de maio de 2010.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nossa Senhora de Fátima


Por Deiber Nunes Martins
Fonte: www.fatima.com

Hoje, 13 de maio, nada mais justo que falar da devoção a Nossa Senhora de Fátima. Afinal é o dia dedicado a Ela. A Mãe de Jesus como sabemos é conhecida por diversos nomes, mas nenhum tem tamanha dimensão quanto Nossa Senhora de Fátima. Em termos de Brasil, talvez seja por nossa proximidade com Portugal. O certo é que em nosso convívio diário conhecemos ao menos uma pessoa devota. Então, vamos falar um pouquinho dela...
A 13 de Maio de 1917, três crianças apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, freguesia de Fátima, conselho de Vila Nova de Ourém, hoje diocese de Leiria-Fátima. Chamavam-se Lúcia de Jesus, de 10 anos, e Francisco e Jacinta Marto, seus primos, de 9 e 7 anos.
Por volta do meio dia, depois de rezarem o terço, como habitualmente faziam, entretinham-se a construir uma pequena casa de pedras soltas, no local onde hoje se encontra a Basílica. De repente, viram uma luz brilhante; julgando ser um relâmpago, decidiram ir-se embora, mas, logo abaixo, outro clarão iluminou o espaço, e viram em cima de uma pequena azinheira (onde agora se encontra a Capelinha das Aparições), uma 'Senhora mais brilhante que o sol', de cujas mãos pendia um terço branco.
A Senhora disse aos três pastorinhos que era necessário rezar muito e convidou-os a voltarem à Cova da Iria durante mais cinco meses consecutivos, no dia 13 e àquela hora. As crianças assim fizeram, e nos dias 13 de Junho, Julho, Setembro e Outubro, a Senhora voltou a aparecer-lhes e a falar-lhes, na Cova da Iria. A 19 de Agosto, a aparição deu-se no sítio dos Valinhos, a uns 500 metros do lugar de Aljustrel, porque, no dia 13, as crianças tinham sido levadas pelo Administrador do Conselho, para Vila Nova de Ourém.
O quer Na última aparição, a 13 de Outubro, estando presentes cerca de 70.000 pessoas, a Senhora disse-lhes que era a 'Senhora do Rosário' e que fizessem ali uma capela em Sua honra. Depois da aparição, todos os presentes observaram o milagre prometido às três crianças em Julho e Setembro: o sol, assemelhando-se a um disco de prata, podia fitar-se sem dificuldade e girava sobre si mesmo como uma roda de fogo, parecendo precipitar-se na terra.
Posteriormente, sendo Lúcia religiosa de Santa Doroteia, Nossa Senhora apareceu-lhe novamente em Espanha (10 de Dezembro de 1925 e 15 de Fevereiro de 1926, no Convento de Pontevedra, e na noite de 13/14 de Junho de 1929, no Convento de Tuy), pedindo a devoção dos cinco primeiros sábados (rezar o terço, meditar nos mistérios do Rosário, confessar-se e receber a Sagrada Comunhão, em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria) e a Consagração da Rússia ao mesmo Imaculado Coração. Este pedido já Nossa Senhora o anunciara em 13 de Julho de 1917, na parte já revelada do chamado 'Segredo de Fátima'.
Anos mais tarde, a Ir. Lúcia conta ainda que, entre Abril e Outubro de 1916, tinha aparecido um Anjo aos três videntes, por três vezes, duas na Loca do Cabeço e outra junto ao poço do quintal da casa de Lúcia, convidando-os à oração e penitência.
Desde 1917, não mais cessaram de ir à Cova da Iria milhares e milhares de peregrinos de todo o mundo, primeiro nos dias 13 de cada mês, depois nos meses de férias de Verão e Inverno, e agora cada vez mais nos fins de semana e no dia-a-dia, num montante anual de quatro milhões.

Oração a Nossa Senhora de Fátima
Para pedir serenidade e discernimento na hora do desespero e das decisões difíceis
Virgem de Fátima, Serva fiel e cheia de santa sabedoria, Templo radiante do Espírito Santo de Deus. Seja meu socorro nesta hora tão difícil, de sombras, de angústias. Sinto-me frágil e cheio de fraqueza. O medo parece ser maior que minha vontade, a tristeza parece querer tomar conta de meus dias. Fica a meu lado, Mãe dos aflitos e dos desesperados. Não sei o que fazer, mas confio em teu amor de Mãe, em ti encontro abrigo e consolo. Ensina-me a agir e a enfrentar as adversidades como Jesus o faria. Coloca em meu coração e em meus lábios os sentimentos e as palavras dele. Que seu Santo Espírito ilumine meus passos.

Amém.


Oração a Nossa Senhora de Fátima para pedir saúde
Senhora de Fátima, Mãe amorosa de todos os que sofrem no corpo e na alma. Cuida da saúde de teus filhos, alivia as dores e as doenças que nos afligem que nos desconcertam e nos fragilizam. Peça a teu Filho amado que tantos doentes curou pelas estradas de seu tempo, que tenha compaixão de nós, que seja Ele a nossa força. Que seja por Ele nosso sofrimento. Que Deus nos dê saúde para servi-Lo sempre, para cuidarmos uns dos outros. Mas que acima de tudo e sempre, seja feita a vontade de Deus Pai, que cuida de nós com infinito amor e incomparável ternura. Toma-nos pelas mãos, Mãe tão querida, e leva-nos a Jesus.

Amém.


Oração para pedir Confiança (de São Bernardo)
Lembrai-Vos o piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tenha recorrido à vossa intercessão, implorado a vossa assistência, reclamado o vosso socorro fosse por Vos desamparado. Animado eu pois com igual confiança, a Vos ó Virgem entre todas singular, como mãe recorro e de Vos me valho, e gemendo sob o peso de meus pecados me prosto a vossos pés. Não desprezeis a minha súplica, ó Mãe do Verbo de Deus humanado, mas dignai-vos a ouvir-me atenta e propícia e alcançar-me o que vos rogo.

Assim seja.

Belo Horizonte, 13 de maio de 2010.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Nossa Senhora de Lourdes


Fonte: http://www.catholic.org/clife/mary/app.php?id=1

As aparições de Nossa Senhora de Lourdes começaram no dia 11 de fevereiro de 1858, quando Bernadette Soubirous, camponesa com 14 anos, foi questionada por sua mãe, pois afirmava ter visto uma "dama" na gruta de Massabielle, cerca de uma milha da cidade, enquanto ela estava recolhendo lenha com a irmã e um amigo.[1] A "dama" também apareceu em outras ocasiões para Bernadette até os dezessete anos.
Bernadette Soubirous foi canonizada como santa, e muitos católicos acreditam que suas visões seriam da Virgem Maria. A primeira aparição da "Senhora", relatada por Bernadette foi em 11 de fevereiro. O Papa Pio IX autorizou o bispo local para permitir a veneração da Virgem Maria em Lourdes, em 1862.
Em 11 de Fevereiro de 1858, Bernadette Soubirous foi com a irmã Toinette e Jeanne Abadie para recolher um pouco de lenha, a fim de vendê-la e poder comprar pão. Quando ela tirou os sapatos e as meias para atravessar a água, junto à gruta de Massabielle, ela ouviu o som de duas rajadas de vento, mas as árvores e arbustos não se mexaram. Bernadette viu uma luz na gruta e uma menina, tão pequena como ela, vestida de branco, com uma faixa-azul presa em sua cintura com um rosário em suas mãos em oração e rosas de ouro amarelo, uma em cada pé. Bernadette tentou manter isso em segredo, mas Toinette disse a mãe. Por essa razão ela e sua irmã receberam castigo corporal pela sua história.[2][3] Três dias depois, Bernadete voltou à gruta com as outras duas meninas. Ela trouxe água benta para utilizar na aparição, a fim testá-la e saber se não "era maligna", porém a visão apenas inclinou a cabeça com gratidão, quando a água foi dada a ela.[4]
Em 18 de fevereiro, ela foi informada pela senhora para retornar à gruta, durante um período de duas semanas. A senhora teria dito: "Eu prometo fazer você feliz não neste mundo, mas no próximo".[5] Após a notícia se espalhar, as autoridades policiais e municipais começaram a ter interesse. Bernadette foi proibida pelos pais e o comissário de polícia Jacomet para ir lá novamente, mas ela foi assim mesmo. No dia 24 de Fevereiro, a aparição pediu oração e penitência pela conversão dos pecadores. No dia seguinte, a aparição convidou Bernadette a cavar o chão e beber a água da nascente que encontrou lá. Como a notícia se espalhou, essa água, foi administrada em pacientes de todos os tipos, e muitas curas milagrosas foram noticiadas. Sete dessas curas foram confirmados como desprovidas de qualquer explicação médica pelo professor Verges, em 1860. A primeira pessoa com um milagre certificado era uma mulher, cuja mão direita tinha sido deformada em conseqüência de um acidente. O governo vedou a Gruta e emitiu sanções mais duras para alguém que tentasse chegar perto da área fora dos limites. No processo, as aparições de Lourdes tornaram-se uma questão nacional na França, resultando na intervenção do imperador Napoleão III, com uma ordem para reabrir a gruta em 4 de Outubro de 1858. A Igreja decidiu ficar completamente longe da polêmica.
Nossa Senhora de Lourdes em Estampa Popular.
Bernadette, conhecendo as localidades bem, conseguiu visitar a gruta à noite, mesmo quando vedada pelo governo. Lá, em 25 de março, a aparição lhe disse: "Eu sou a Imaculada Conceição" ("que soy era Immaculada concepciou"). No domingo de Páscoa, 7 de abril, o médico examinou Bernadette e observou que suas mãos seguravam uma vela acesa e mesmo assim não possuiam qualquer queimaduras.[6] Em 16 de Julho, Bernadette foi pela última vez à Gruta e relatou que "Eu nunca a tinha visto tão bonita antes".[6] A Igreja, diante de perguntas de nível nacional, decidiu instituir uma comissão de inquérito, em 17 de Novembro de 1858. Em 18 de Janeiro de 1860, o bispo local declarou que: "A Virgem Maria apareceram de fato a Bernadette Soubirous".[6] Estes eventos estabeleceram o culto mariano de Lourdes, que, juntamente com Fátima, é um dos santuários marianos mais freqüentados no mundo, ao qual viajam anualmente entre 4 e 6 milhões de peregrinos.
A veracidade das aparições de Lourdes não são um artigo de fé para os católicos.[carece de fontes?] Não obstante todos os últimos Papas visitaram este local. Bento XV, Pio XI e João XXIII foram quando ainda eram bispos, Pio XII, como delegado papal. Ele também declarou uma peregrinação a Lourdes em uma encíclica na comemoração sobre o 100º aniversário das aparições, completados em 1958. João Paulo II visitou Lourdes três vezes e o Papa Bento XVI concluiu uma visita lá em 15 de setembro de 2008 para comemorar o 150º aniversário das aparições em 1858.

Belo Horizonte, 12 de maio de 2010.