terça-feira, 18 de maio de 2010

Nossa Senhora de Constantinopla ou Nossa Senhora de Odighitria ou Nossa Senhora da Guia


Por Deiber Nunes Martins
Fonte: www.fatima.com.br

Comemoramos o dia de Nossa Senhora da Guia no dia 10 de janeiro. A belíssima história deste título de Nossa Senhora é também um sinal da importância de venerarmos a Mãe de Deus. Nossa Senhora da Guia, ou de Constantinopla, guiou os cegos até sua catedral em Constantinopla onde ficaram curados da cegueira.
Quantas vezes nos fazemos cegos diante dos prodígios de Deus? Na maior parte das vezes não é por intenção, mas é um “sem querer querendo” que nos afasta do amor do Pai, e nos impede de alcançarmos a graça que necessitamos. Muitas vezes, nos rendemos ao pecado, como subterfúgio para enfrentar o mundo perverso que nos oprime. Não se trata de desculpas esfarrapadas, mas sim de uma constatação: vivemos como pássaro preso dentro de casa, que vê a janela fechada e fica batendo a cabeça no vidro para sair. Na verdade, estamos procurando um caminho, um rumo a seguir. Precisamos ser guiados a Cristo. E quem melhor que sua Mãe para fazê-lo?
Nossa Senhora da Guia, guiai-nos ao coração de Deus, para que possamos Nele, vivermos em plenitude. Dá-nos direção, um norte, um rumo a seguir, a ponto de seguirmos o Cristo e assim alcançarmos a vida eterna. Estamos cansados do marasmo do mundo, das suas injustiças e insanidades. Estamos flagelados pelo pecado, famintos do amor de Deus e com sede da sabedoria do Espírito Santo. Coloque-nos no destino destas realidades, para que possamos, alimentados, curados e bem dispostos, anunciar Teu Filho pelo caminho. Nossa Senhora da Guia, rogai por nós!

A devoção de Nossa Senhora Odigitria surgiu na cidade de Constantinopla, no governo do imperador Justiniano. Entretanto a antiga tradição narra que sua origem procede da Síria, do primeiro século do Cristianismo.
Segundo a narrativa, a imagem desta invocação seria uma das três pintadas por São Lucas, o Evangelista, que viveu neste país. Porém este seria um ícone milagroso, pois quando lhe faltaram as forças e tendo a pintura da imagem para concluir, São Lucas implorou ajuda celestial da Santíssima Mãe e o próprio ícone concluiu a pintura da obra.
Depois da morte de São Lucas, o ícone da Mãe de Deus foi colocado para veneração dos fiéis na igreja de São Pedro em Gálata, na Síria.
Durante o Império Romano-Bizantino, antes da metade do século VI, a imperatriz Eudóxia enviou o referido ícone mariano, para Constantinopla para a imperatriz Santa Pulquéria que o colocou na mais bela igreja dedicada à Mãe de Deus que mandara construir, chamada de Ton Odegon, que em grego significa 'da guia'. Assim surgiu o título mariano 'Odighitria' que em grego quer dizer 'Ela que indica o Caminho'.
Porém, para alguns estudiosos ele derivaria do fato que os guias, ou melhor os 'odighos', dos exércitos se recolhiam neste mosteiro para rezar; para outros, seria por causa do nome da igreja de Constantinopla que conservava o ícone da venerada imagem mariana, obra de São Lucas.
Contudo, para a tradição este título se refere de fato ao milagre atribuído à Virgem Maria, que guiou dois cegos até a sua igreja em Constantinopla onde recuperaram a visão.
Só com o tempo 'Odighitria' adquiriu um significado exclusivo para este ícone, em função da posição do braço de Maria que indica o Filho como: 'Caminho, Verdade e Vida'.
A partir de 716, quando o imperador Leão III, o Isauriano, assumiu o trono, esquecido das graças obtidas por intercessão da Santíssima Virgem, iniciou a perseguição às imagens sagradas.
Mas esta devoção já havia se espalhado por toda a cristandade do Ocidente, que em muitos lugares recebeu o título de Nossa Senhora de Constantinopla.
No sul da Itália, em Bari, cidade vizinha de Nápoles, o título grego foi abreviado para Idria ou Itria. Os registros antigos mostram que no século VIII, dois sacerdotes com receio da destruição da cópia do ícone de Constantinopla, venerado pelo povo barese como Santíssima Maria de Idria, embarcam para Roma, levando o ícone escondido. Mas uma tempestade impediu o navio de partir e a imagem retornou para a igreja. Hoje a população de Bari a festeja como Padroeira da cidade. A cópia deste ícone que se encontra na Catedral de Bari, se tornou a relíquia mais antiga desta invocação mariana, existente em todo mundo.


Belo Horizonte, 18 de maio de 2010

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