quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Santo Antônio Maria Claret


Por Deiber Nunes Martins


Bom dia, amado e amada de Deus! Que a Paz de Jesus, o Amor de Maria e a Fé de Santo Antônio Maria Claret, estejam com todos vocês!
Hoje, 24 de outubro, é dia de Santo Antônio Maria Claret. Santo de minha devoção e a quem preciso imitar dia a dia, na minha caminhada. Assim como Santo Antônio de Pádua, Santo Antônio Claret foi um homem de fé, um evangelizador a serviço da Igreja, que trouxe muitos filhos para o redil do Senhor. E por isso, Claret foi duramente atacado pelo inimigo, com toda espécie de violência física e moral.
Mesmo diante de tamanha insídia, Santo Antônio Claret permaneceu firme, fundou a ordem dos Claretianos, conquistou pela pregação da Palavra de Deus milhares de almas. E o comportamento dele sempre foi de humildade e simplicidade. Pois são as coisas simples que mais nos aproximam de Deus. Pe. Claret sempre buscou na simplicidade da oração a força necessária para sua caminhada espiritual. Ele nos ensina que por ela, podemos chegar a santidade, tornando-nos íntimos com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Amigo de Jesus e Maria, Santo Antônio Maria Claret foi um ardoroso defensor da Mãe de Deus, onde quer que estivesse.
Apóstolo da Reconciliação, Santo Antônio Claret converteu milhares de pessoas, que viviam num caminho perdido. Certa vez, ao ser ameaçado por três ladrões que tencionavam tirar-lhe a vida, o santo pediu-lhes que esperasse ele ir a um lugarejo vizinho pregar às pessoas na festa do padroeiro. Desconfiados, mas curiosos, os malfeitores deixaram o santo ir. E para surpresa deles, tão logo terminado o sermão, Santo Claret ali estava, à disposição de seus algozes. Algozes que tocados na alma, se arrependeram de seus crimes, se confessaram com Pe. Claret e se converteram ao Senhor.
De todos os feitos de Santo Antônio Maria Claret, o que mais me impressiona é a maneira pela qual ele converte seu coração a Deus, transformando-o em luzeiro para a humanidade: a oração e intimidade com o Senhor. Não só falando com o Senhor, mas escutando-o, acolhendo as mensagens de Jesus, suas instruções e recados. Antônio orava tanto quanto respirava, este é o segredo. Nada fazia sem dialogar demoradamente com Deus. Consultava Jesus para tudo. Após terminar de escrever suas publicações, pedia o santo a Jesus que as revisasse. E só as publicava quando o ouvia:
“Escreveste bem, Antônio.”
Era Maria, mediadora, que sempre lhe trazia a resposta de seu Filho Jesus.
Santo Antônio Maria Claret, rogai por nós!

Belo Horizonte, 24 de outubro de 2013, dia dedicado a Santo Antônio Maria Claret.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A Letra Fria da Lei


Por Deiber Nunes Martins

O velho drama da adoção volta à tona com a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais em devolver a guarda de uma menina de 4 anos a seus pais biológicos. A criança, que foi encaminhada a um abrigo de menores com dois meses de vida, vítima de maus tratos dos pais, foi adotada na mesma época por uma família da região metropolitana de BH e agora deve voltar para os pais biológicos, após solicitação dos mesmos. À época, o conselho tutelar também retirou deles outros cinco filhos que já voltaram para a casa. A alegação do pai biológico da menina é que hoje, melhor de vida e livre do vício do alcoolismo, seria capaz de cuidar da mesma, junto de sua esposa, que também fez tratamento contra a depressão. A lei neste caso, prevê a guarda do filho a seus pais biológicos, mas será que este é o melhor caminho numa situação como essa?
Após audiência de instrução, a mãe adotiva da criança, num desabafo, disse ser “uma fria” adotar uma criança e desaconselhou todos os casais que se interessam pela adoção. E de fato, a medida legal desestimula a prática da adoção no Brasil. Imagine o drama de uma criança e seus pais adotivos, após algum tempo, tendo que se separarem para que esta volte ao convívio de seus pais originais? Pai e mãe são aqueles que criam, já nos diz o senso comum. De forma que a identificação da criança com os pais acontece pelo convívio e não pelos laços sanguíneos. Assim sendo, qual não é o trauma da criança ao ser retirada do lar dos pais que ela conheceu e aprendeu a amar, a colocar sua segurança e sua confiança? Sem dúvida alguma, uma situação muito delicada, mas que aos olhos da lei, simplifica-se na letra fria da legislação. O juiz precisa seguir o que está escrito e nada mais.
É aí que mora o calcanhar-de-aquiles da justiça. O positivismo jurídico quebra toda coerência ou bom senso da lei e faz com que a sociedade tome certos “sustos” com as decisões judiciais. A qualquer cidadão de bem, a decisão sensata na questão não seria outra se não a manutenção da guarda da menina com os pais adotivos. Ora, os primeiros pais tiveram a oportunidade de construir um lar e falharam, permitindo que a própria lei retirasse deles a guarda de seis filhos! Não é possível que isso seja negligenciado. Mas é. Quando julga, o juiz, por alguma força pessoal, conduta ou preceito, ele deixa de lado seu papel de cidadão, de pai de família, sua crença e tudo o mais e se insere no contexto frio da lei. É um mundo de códigos, artigos, incisos e parágrafos que definem a vida e a morte, o bem e o mal. Quando sai de seu mundo real, o juiz não pode ser condenado por tal. A propósito, em nossa sociedade civilizada, decisão judicial não se discute, se cumpre. Por isso, não é caso de indignação, mérito ou demérito pessoal e sim a execução sumária da lei em todas as suas letras.
Mas também é uma vida, uma história, uma família. Talvez, seja possível perceber o despreparo dos pais biológicos em criar esta menina, pelo fato de os próprios permitirem que ela viva esta situação. O egoísmo de ambos, talvez possa corromper todo o emocional desta criança que já identifica nos pais adotivos a sua família. A faixa etária de 0 a 5 anos é decisiva para o ser humano, no que tange ao seu emocional. Isso deve ser do conhecido de todo pai e de toda mãe, biológico ou adotivo, afinal são os primeiros cinco anos de uma criança que definirão toda a sua história de vida. Por isso, a própria pendência judicial já se faz um absurdo na vida e na história desta menina.
A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais representa um golpe na intenção de quem pensa em adotar uma criança. Assim como o tráfico de órgãos desmotiva os pretensos doadores, a devolução de uma criança adotiva a seu lar original desmotiva quem por ventura esteja pensando em dar um lar às crianças abandonadas. E quem perde com isso somos todos nós. Nem sempre a interpretação fria da lei garante a sociedade, o seu melhor.

Belo Horizonte, 18 de outubro de 2013.