segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Nossa Senhora Aparecida


Por Deiber Nunes Martins

Havia uma mulher. A prova cabal da importância de Maria para a salvação dos homens está estampada no olhar de Cristo na Cruz, “Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis ai tua mãe.” (Jo, 19, 26 a 27). Cristo olha a sua mãe e olha João e na magnitude daquele olhar diz tudo. No Evangelho secreto da Virgem Maria, um escrito apócrifo, mas de grande valia para quem anseia conhecer a Mãe de Cristo tomamos conhecimento que desde o início do calvário até o último suspiro na Cruz, era Ela, Maria Virgem, quem dividiu literalmente com Jesus todas as dores. Sim, havia uma mulher. E é por isso que hoje temos um Deus que é nosso Rei e é nosso tudo.
O Cristo que mora em meu coração é um Cristo cheio do amor feminino. Amor de mãe, que dá um braço por um filho. E dá a vida também. Jesus aprendeu com seu pai um ofício, a importância do trabalho, a importância de ser operário. Mas foi com Maria que ele aprendeu a compadecer-se. Foi com a Mãe que ele aprendeu a ajudar uma família em apuros, com a falta de vinho, numa festividade de casamento. Foi com Maria que Jesus aprendeu a importância do importar com o outro. E Jesus só poderia fazer a obra de seu Pai, porque teve uma Mãe que lhe deu todo suporte para tal.
Por isso, neste doze de outubro, Mês da Padroeira do Brasil e Mês do Círio de Nazaré, devemos rezar a Virgem, devemos crer no seu poder de intercessão. Devemos venerar a Mãe de nosso Deus como os romeiros em Aparecida o fazem, com o mesmo fervor ou mais. Ou ainda, como nossos irmãos paraenses, em Belém do Pará, durante a festa do Círio. E por isso, ao invés, de escondermos este dia importante, atrás das nossas crianças, que nós o dediquemos a Virgem. Pois sem ela, não teríamos Jesus. Não teríamos um plano de salvação.
Se no plano salvífico de Deus, alguém tivesse proposto trocar o título de Nossa Senhora da Aparecida, ou Nossa Senhora do Carmo, para simplesmente, Senhora de Aparecida, ou Senhora do Carmo, talvez o Nosso Pai Celestial, mudasse todos os seus planos e resolvesse permitir que perecêssemos mais um pouquinho no limbo, ou na condenação do inferno. Enquanto não assumirmos a Virgem em nossas vidas, enquanto nossa fé não tiver um quê de feminilidade que só Maria proporciona, seremos assim sem razão de ser.
Senhor, que no dia da Padroeira deste país, tenhamos mais amor pela jovem que escolhestes para Mãe do teu Filho. Que aprendamos a venerar esta Virgem que foi mãe, foi esposa, foi sacrário, foi tudo. Que a tua intercessão Virgem Mãe, acolha não só os teus devotos, mas também teus inimigos, que cegamente se esquecem de que sem a Mãe, não há Filho. Sem a Mãe, não há nada.
Na Paixão e Morte de Cristo, havia em certo lugar, uma mulher. Havia a Mulher. Obrigado Maria! Ave Cheia de Graça, Virgem Mãe, Nossa Senhora Aparecida.

Belo Horizonte 12 de outubro de 2009.