domingo, 29 de junho de 2008

Meu Amor Por Você

Por Deiber Nunes Martins

Meu amor por você é como um rio
caudaloso, segue para longe
Um amor andante, amor distante
Peço a Deus que abrevie os dias
As distâncias
As saudades
As despedidas
Meu amor por você é como a manhã
Manhã que nasce a um novo dia
Traz esperanças e alegrias
E o louvor por estar vivo
Por mais um dia
E poder te amar por mais um dia
Meu amor por você é como o vento
Corta o ar, baila com as árvores
Não é visível aos homens
Mas pode ser sentido
Amor, que não tem razão de ser
Amor, que não tem momento
Amor, sem palavras
Amor, que dói no coração
Sem se sentir
Meu amor por você é como o mar
Intenso, bravo, sereno, hostil e bondoso
Misto de sentimentos, sensações
Um misto de mim mesmo
Que se doa a você
e te recebe
Como recebe os rios
que nele deságuam
Meu amor por você é este verso
E o próximo, e o outro e mais outro
Meu amor por você, não se explica
Se ama...

sábado, 28 de junho de 2008

Beautiful Day (Lindo Dia)

Tradução da Música "Beautiful Day" do U2

O coração é uma flor, brota através do chão pedregoso
Mas não há sala,
não há espaço para alugar nessa cidade
Você está sem sorte e a razão que
você tem que se preocupar
O tráfego está parado e
você não está se movendo para lugar nenhum
Você acha que encontrou um amigo
para te levar para fora desse lugar
Alguém que você poderia dar a mão
em retorno por gratidão

É um lindo dia, o céu desaba
E você sente que é um dia bonito
É um lindo dia,
Não o deixe passar.

Você está na estrada mas você não tem destino
Você está na lama, no labirinto da imaginação dela
Você ama esta cidade
embora ela não lhe pareça verdadeira
Você esteve em toda ela e ela caiu em você.

É um lindo dia
Não o deixe passar
É um lindo dia
Não o deixe passar.

Me toque, me leve para outro lugar
Me ensine, eu sei que não sou um caso perdido

Veja o mundo em verde e azul
Veja a China bem em frente a você
Veja os canyons quebrados por nuvens
Veja os cardumes de atum pelo mar afora
Veja as fogueiras dos beduínos a noite
Veja os campos de óleo à primeira luz
Veja o pássaro com uma folha em sua boca
Após a enchente todas as cores vieram a tona

Foi um lindo dia
Um lindo dia
Não o deixe passar

Toque me, me leve para aquele outro lugar
Me alcance, eu sei que não sou um caso perdido...

O que você não tem você não precisa agora
O que você não sabe você pode sentir de alguma maneira
O que você não tem você não precisa agora
Você não precisa agora, você não precisa agora
É um lindo dia...

Esta música do U2 me remete a aproveitar melhor meu dia. Com esta música, eu posso orar, pedindo a Deus que me dê a graça de aproveitar melhor a dádiva da vida que Ele me deu. Não há como ficar triste, se o dia está lindo. Mesmo chovendo, o dia é lindo. O dia é a certeza do amor de Deus que não passa. Um novo dia é a oportunidade de mais um lindo dia. Se eu viver assim, posso ser melhor. Se eu entender esta verdade, posso fazer a diferença no mundo. Deus nos dá a graça. Com um lindo dia, a cada manhã, a cada novo acordar.

Quando Você Sabe que Ama?

Por Deiber Nunes Martins

Caríssimos, este texto é mais uma explanação sobre o que está em meu interior. É mais um pouco de mim mesmo. Talvez seja mais do mesmo, contudo não quero perder o momento de me dizer, de me expressar. Tenho vivido a graça de estar mergulhado no amor de Deus. E mergulhado em seu amor, posso dizer que estou amando uma garota, como nunca amei em minha vida.
Pois bem, sobre esse amor, suscita-me o coração dizer: como eu sei que a amo? O que me diz que é amor, o que eu sinto por ela? Tenho visto que o amor é uma dádiva de Deus e como tal, permite que transbordemos dele de tal maneira, que não somos mais nós mesmos. O amor nos transforma. Nos faz sermos melhores. Mais condescendentes com nós mesmos, mais propensos a tolerância, a compreensão, enfim, mais amorosos com a vida que nos rodeia.
Aprendi com minha amada que o amor torna tudo novo de novo, tudo perto, tudo certo e tudo natural. Tenho tentado compreender cada vez mais esta verdade. Compreender de modo decisivo o poder do amor.
O amor torna tudo novo de novo, quando pega o nosso velho coração e o faz novo. Ele renova a nossa vida, fazendo com que possamos viver uma vida nova. Renovados pelo amor, somos mais abertos ao próprio amor, e podemos encontrar sentido nas pequenas coisas do dia a dia.
É pela distância que vejo o amor deixando tudo perto. A distância entre Camacan e Belo Horizonte, certamente passa dos mil quilômetros. É uma distância física que me separa de minha amada. Mas não a separa do meu coração. Eu a amo e a posso sentir aqui bem perto. Então, o amor encurta distâncias, mesmo que a saudade seja um terrível algoz. O amor nos dá a certeza da vida. Estamos vivos para amar. Quando eu amo, posso sorrir diante de qualquer intempérie e dizer: está tudo certo. O amor torna tudo certo. E por fim, quando amamos, as coisas fluem naturalmente. Tudo é natural, porque eu amo. O amor brota na simplicidade do coração. É a força natural de todo ser humano. A natureza humana carece do amor e sem ele, é capaz de inexistir.
Mas, ainda insiste a pergunta: Quando eu sei que amo? Posso dizer que amo, mas é um amor que sai do meu interior e precisa inundar o coração da pessoa amada. Mesmo se não sou correspondido, o amor tem a capacidade de transformar o coração da amada. Como transforma o meu. Foi pelo amor que fomos salvos. E é pelo amor que somos salvos a cada dia de nossas vidas.
Quando eu amo, eu não me perco nas palavras. Não posso me perder nelas. O amor precisa brotar dentro de mim e semear o coração da minha amada. Mas certamente de nada adianta eu cansar de dizer "eu te amo" se na verdade, o meu coração está preenchido de sentimentos funestos que nada me acrescentam. Não posso dizer que amo ninguém, se antes, eu não me amo o suficiente. Se me considero um fracassado, um fraco, um homem perdido, sem solução, se me apego a me depreciar, não terei nada para acrescentar ao coração da pessoa, a não ser as vãs palavras: eu te amo. Assim, a pessoa amada pode viver por algum tempo de palavras, mas depois, se esvazia por completo diante do nosso próprio vazio.
Devo também tomar muito cuidado quando lido com o amor numa outra esfera de relacionamento, como a amizade por exemplo. A amizade é o amor em sua forma genuína, pura. Não precisa ser alardeada. Machado de Assis disse sabiamente: Não é amigo o que alardeia a amizade, é antes um traficante, um mercador de sentimentos. Infelizmente, não tenho muitos amigos. Mas os poucos que tenho nunca me disseram o quanto me amam. Me amaram e me amam sem dizer. Amizade não se diz, se sente. O amor entre um casal tem disso também. Primeiro é preciso sentir o amor, para depois declamá-lo em verso e prosa. E voltando aos amigos, é necessário amá-los sem que seja preciso dizer, para que não confundam os sentimentos e valorizem a amizade.
Como disse, o amor não se diz, se ama. E minha maneira de amar é amar sem medidas. Talvez eu não saiba que amo. Mas eu amo assim mesmo. Não há um método, maneira, ou procedimento. O amor não foi feito pelos pragmáticos. É um dom de Deus. E a lógica de Deus não é a nossa lógica.
Sem razão ou com razão, eu quero amar. O amor que Deus tem por mim, quero derramar também por ele. E de tabela, pelos que amo também. Eu não sei a medida do amor que tenho por Bárbara. Mas sei que a amo a cada respirar. E por fim, uma dica: o amor nos faz ver no outro, um pouco de nós mesmos. Porque não nos remete à perfeição. Mas a humanidade. O amor nos faz fortes para a vida. E nos faz ver no outro, aquilo que em nós está escondido. Quando eu me vejo na Bárbara, em coisas bem simples, eu entendo o quanto a amo! E por ela, eu quero caminhar, fazer a diferença, cair nos braços de Deus e me deixar levar por sua Misericórdia e Providência. O amor torna tudo novo, de novo. Tudo perto. Tudo certo. Tudo natural. E como é bom amar!

Belo Horizonte, 28 de junho de 2008.

sábado, 14 de junho de 2008

Santo Antônio


Por Deiber Nunes Martins

"Antônio Santo, de Jesus amado
Antônio Santo, de Jesus amado
Livrai-nos, Antônio, de todo pecado
Livrai-nos, Antônio, de todo pecado.

A quem vos venera na vossa trezena
A quem vos venera na vossa trezena
Livrai-nos Antônio, da eterna pena
Livrai-nos Antônio, da eterna pena


No fim desta vida, vida transitória
No fim desta vida, vida transitória
Levai-nos Antônio, a eterna glória
Levai-nos Antônio, a eterna glória."

(Hino a Santo Antônio)

Para muitos, o santo casamenteiro. Para mim, um grande amigo. Minha relação de amor com Santo Antônio vem de muito tempo. E começou da maneira tradicional mesmo: pedi a ele a intercessão por uma graça e logo fui atendido. A partir daí, vieram graças e mais graças pedidas e atendidas por Deus, pela intercessão de seu grande amigo, Santo Antônio.
Já pedi a Santo Antônio por um namoro que tinha. E ele deu uma força, aproximando um do outro e dele próprio. O namoro teve seu fim, mas hoje a moça também é amiga do santo. Devota dele.
Outra vez, pedi Santo Antônio por um emprego. Não demorou muito e estava empregado. E assim foram graças e mais graças pedidas a Santo Antônio e atendidas. Então, não posso dizer que Santo Antônio é só um santo casamenteiro. Ele é o Santo do Emprego, o Santo do namoro, e o Santo de tantas e tantas coisas mais.
No entanto, minha amizade a Santo Antônio, não é simplesmente uma forma de retribuir as graças alcançadas. O dom de Deus é gratuito. E assim também é nossa sincera amizade. Minha amizade com o Santo não tem um motivo definido. Tem a ver com a história dele, a história de um pregador fervoroso, que pregou a Palavra Viva de Deus para os animais, quando os homens de coração duro, não quiseram ouvir. Com Santo Antônio eu aprendo que vale a pena servir a Deus, segui-lo e amá-lo. Aprendo com Santo Antônio, que Jesus é nosso amigo e quer o melhor para nós.
Sou amigo de Santo Antônio que é amigo de Jesus. E todo aquele que é amigo de um amigo de Cristo, também Cristo é amigo dele. Nesta esperança, coloco a minha vida. Merecer ser amigo de Santo Antônio e amigo do meu Senhor Jesus. Que mais eu posso querer? Já tenho tudo o que preciso, tenho mais é que viver para agradecer. Antônio Santo, amigo de Jesus e meu, obrigado pela vossa intercessão. Obrigado pela sua amizade.

Belo Horizonte, 13 de Junho de 2008

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Vou te Amar



Música: Márcio Todeschini
Texto: Deiber Nunes Martins

Vou te Amar
(Márcio Todeschini)

Eu tanto esperei pra te ver assim,
Já sofremos juntos, sonhamos juntos,
Que bom poder dizer: "Chegamos aqui"!

Tão bom é o nosso Deus que nos quis assim,
Nossa humanidade tão diferente,
Com Deus a gente aprende o que é o amor!

É negar-se a si mesmo sempre que for preciso,
Pra fazer o outro feliz!
É dizer a verdade com carinho e ternura,
É estar presente, ser presença, ser amigo e cuidar!

Vou te amar, porque Deus me ensina a ser teu,
Vou te amar, meu caminho pro Céu é contigo.
Foi fazendo a vontade do nosso Deus,
Que te encontrei!
Vou te amar!

Esta música é em homenagem a todos os namorados mas se permitem, especialmente ao meu. Bárbara, esta música também é nossa. Também fala de nós dois, da nossa história. Em tão pequeno espaço de tempo, já vivemos tantas realidades, não é verdade? E Deus em sua misericórdia infinita nos permite a nós dois a realidade do amor, de um modo diferente dos outros. Bem, você sabe, a distância que para os outros casais é motivo de separação, para nós é motivo de superação.
Mas antes de qualquer coisa, o nosso amor tem como diferencial o amor de Deus. Nosso amor é fruto da vontade de Deus. Temos a consciência de que sem Ele, nada disso seria possível. Mas que com Ele, nosso amor cresce em solo fértil. Daí, a razão desta música.
A todos os namorados, um ótimo dia! Que o namoro de cada um possa ser inspirado no que há de bom de todo namoro. E que o amor de Deus seja a fonte de amor que mova todos os corações apaixonados deste mundo.
E a nós, Bárbara, minha vida, que Deus nos abençôe muito, cuide sempre do nosso namoro. Que a Virgem Maria interceda por nossa história de amor e nos ajude com o casamento, assim como fez em Caná da Galiléia. Te amo muito!

Belo Horizonte, 12 de Junho de 2008

Colóquios...

Por Deiber Nunes Martins

O final da noite de terça-feira foi um alívio. Aquele foi um dia difícil. Mas vitorioso no Senhor. Como é bom dizer isso, dizer que a vitória em Deus foi possível. Mas o deitar na cama e conseguir dormir, não foi fácil. Afinal, após um dia repleto de emoções fortes era de se esperar que o sono não seria um companheiro amistoso...
O dia realmente foi daqueles. A começar, a tensão no início do trabalho. Aquela situação constrangedora que tive de enfrentar com as duas funcionárias. Meu chefe me apronta cada uma! Felizmente, o Senhor me deu uma luzinha e pude pegar as duas e colocar cada uma em um canto. O complicado foi que eu não sabia o que falar, o que dizer, afinal as duas haviam sido mandadas para a mesma tarefa. Tem algumas particularidades que penso a respeito, mas não direi em público, minhas impressões. O que importa é que foi possível ter uma dimensão do trabalho que precisa ser feito, de tudo o que precisa ser empreendido em meu trabalho.
Começou por aí, mas não parou. O dia foi seguindo devagar, depois veio a hora do almoço e com ela, aquele telefonema. Telefonema que quase me tira o chão. Já havia combinado com minha amada Bá, de ela me dar uns toquinhos de vez em quando, assim, uma chamada sem atendimento, só pra gente ir marcando presença no dia um do outro. Mas ela não usa muito este expediente, então aquele telefonema dela como sobremesa, me fez ficar preocupado. Lógico, eu precisava retornar. Mas cadê que eu achava o número dela na agenda? Nestas horas, tudo acontece pra nos impedir de fazer algo urgente, como que nos tentando a praguejar. Mas mantive firme meu propósito de não praguejar nada. Afastei-me um pouco mais, meu amigo Marcinho estava no caixa do restaurante pagando a conta, e então fui para um lugar mais afastado, onde pude fazer contato com Bárbara.
Minhas suspeitas carregadas de ansiedade se confirmaram. Bárbara, com uma voz abafada e em soluços, falou-me que tinha sofrido um acidente, mas logo se prontificou a dizer que estava tudo bem. Espírito Santo, és tão bom, que me conservei tranqüilo, sem ao menos demonstrar aos meus convivas naquela hora, o que se passava. Mas por dentro, só Tu sabes como eu estava. Estava quase que louco, não consegui mais pensar, raciocinar, pois eu sabia que algo tinha acontecido. Mas por vossa graça, o que tinha acontecido, tinha sido tão somente o susto do acidente.
Mais tarde, ainda pude partilhar com Bi (para cada ocasião chamo minha amada de um modo diferente, o leitor desconhece o fato, por isso se faz necessária à explicação) o que havia de fato acontecido. Quando ela me disse que o ônibus em que estava quase havia despencado no precipício, meu coração entrou como que em um choque. Eu entendi claramente que o ocorrido tinha de todo, a mão de Deus a nos socorrer.
Fiquei imaginando o restante do dia e demorei pra pegar no sono por conta disso. Fiquei a pensar em algo que não mais sai da minha cabeça e que não sei ao certo ainda, a causa: Como eu poderia viver sem Bárbara? O que seria da minha vida, sem ela? Estou pensando na falta que ela me faz... e na falta que me faria, se me deixasse assim tão de repente. É nessas horas que percebo o valor do meu amor por esta menina. E o Senhor é tão bom que nos permite viver o mistério da distância, para nos mostrar que a vida de um é ao lado do outro. Assim, todos os momentos são valorizados, todos os momentos são ansiados. O desejo de estar junto, de estar perto, faz com que valorizemos todos eles. E o medo de um perder o outro faz com que um ame ainda um pouco mais o outro.
Não sei, se concordas com meu ponto de vista. Mas tenho certeza de que ficas feliz com nosso namoro e com nosso noivado. Também tenho certeza, de que naquele momento do acidente, mandaste seus anjos, para guardar minha amada. E quando fizeste isso, quando nos deste esta graça, guardaste também o teu filho, que tanto te ama. E que tanto lhe é grato. Te amo, meu Deus! Louvado seja!

Belo Horizonte, 12 de Junho de 2008.

domingo, 8 de junho de 2008

A Batalha pelas Células-Tronco: Vitória da vida ou da morte?




Em decisão polêmica amplamente comemorada pela imprensa nacional, o Supremo Tribunal Federal aprovou dia 29 último pesquisas com células-tronco. Tema controverso, a liberação de pesquisas com células embrionárias foi a decisão final de seis dos onze ministros do STF. Entre os perdedores, ainda havia quase um consenso quanto a liberação parcial de tais pesquisas. Enquanto a “Grande Imprensa”, comandada pelos maiores veículos de comunicação do país (Revista Veja, Rede Globo, outros) comemora o resultado como uma “vitória da vida”, o que se vê é o desconhecimento sobre a realidade do ser humano.
Vivemos em um Estado laico por direito. Entretanto, tal premissa não serve como argumento para legitimar a decisão dos ministros da Suprema Corte, visto que não se trata de temática jurídica pura e simples, mas se trata antes de tudo, do valor da vida humana. O direito à vida deve ser inalienável, não passível de questionamento, independente do momento e ou situação em que esta se encontre. Sendo assim, mesmo não podendo se pautar pela fé, para se fundamentar uma decisão de tal envergadura, deve-se levar em consideração o fato de que um embrião é uma vida. E vidas devem ser preservadas para a concretização do bem comum.
Os ministros do STF não entenderam assim. Pressionados por grandes setores da sociedade brasileira que vive à guisa dos modismos americano e europeu, estes senhores e senhoras de responsabilidade ímpar, decidiram que a vida não tem nenhum valor em sua fase embrionária. O que está sendo proposto cai em um profundo lodo de idéias que abre caminho para uma série de práticas nocivas à vida: aborto, eutanásia, só para citar dois.
Em diversos pontos a argumentação dos ministros se fez inconsistente. Todavia, o que se pode colher de concreto na postura da Suprema Corte brasileira é que o direito brasileiro não protege a vida humana em todas as suas fases. Esta posição foi assumida perante a sociedade no último dia 29, com a decisão do Supremo. Ainda se pode concluir que o Brasil a partir do dia 29 de maio último, perdeu a verve cristã que o diferenciava dos demais.
Vejo com perplexidade os textos do Jornal Super do dia 30 de maio último, ou a coluna do sr. André Petry da Revista Veja e mesmo a “matéria comemorativa” do Jornal Nacional da TV Globo a respeito do tema. E ainda as cartas dos leitores de Veja desta semana. O que se nota é a posição da sociedade contra o que chamam de fanatismo religioso. Preferem nivelar por baixo a discussão sobre a vida. Os defensores da posição da CNBB acerca de pesquisas com células-tronco não pensam em prejudicar os chamados cadeirantes ou qualquer outro que necessite dos avanços da ciência nesta área. Apenas querem que a vida seja respeitada em todas as suas extensões. Cristo foi julgado por ser a favor da vida em todas as suas extensões. Ele não usou vida nenhuma para fazer seus milagres. E é Ele que seguimos.
Termino este libelo com uma prece. Peço a Deus que esclareça a mente de seus filhos quanto ao posicionamento sobre as células-tronco. Que a ciência possa ter o seu devido lugar na sociedade e que este não seja o de motivadora da desvalorização da vida. Que o Senhor em sua infinita misericórdia abra os nossos olhos para entendermos claramente a vida e o seu valor em todas as suas fases. Amém.

Belo Horizonte, 08 de Junho de 2008.

sábado, 7 de junho de 2008

Calvário Atleticano - Recado à Diretoria Alvinegra


Por Deiber Nunes Martins

O ano do centenário do Glorioso Atlético Mineiro, paixão maior de Minas Gerais, está sendo o ano do pesadelo para sua torcida. Com um vergonhoso time, a diretoria do Galo está matando aos poucos a sua torcida. O mais recente capítulo deste calvário aconteceu esta noite, em São Paulo, com a derrota para o time paulista por cinco a um. Neste jogo, o Atlético teve a capacidade de tomar três gols em quinze minutos, de um time apenas medíocre como o São Paulo...
Tomo a liberdade de me apropriar das palavras do comentarista da Rádio Itatiaia, Lélio Gustavo sobre o jogo de hoje: o Atlético, de 2003 para cá deixou de ser o ator principal do futebol brasileiro, brigar por títulos como um grande time e passou a ser o coadjuvante nos campeonatos nacionais. Ou melhor, nem coadjuvante, pois este também tem direito a Oscar. O Galo hoje faz papel de figurante de quinta categoria no campeonato nacional.
O time do Atlético não é medíocre. Medíocre são os outros. O campeonato brasileiro deste ano se repete: não há nenhum time com um futebol que salte aos olhos. Muitos vêem com simpatia os times do Rio, mas todos eles também são sofríveis. No entanto, o Atlético Mineiro consegue ser pior. O "Péssimo dos Péssimos", mais uma vez tomando do Lélio uma expressão cunhada por ele.
Minha tristeza como torcedor, é saber que no ano do centenário, somos obrigados a conviver com este vexame, este arremedo de time. Jogadores que não têm futebol suficiente para vestirem a camisa alvinegra, um clube desorganizado, cheio de dívidas e com uma diretoria incompetente e medrosa. No Atlético é proibido correr riscos. Meus caros dirigentes, me provem que a situação financeira do Flamengo é melhor que a nossa para que eles se dêem ao luxo de montar um time razoável para os campeonatos que disputa? Podemos deixar o Flamengo de lado e tomemos o Botafogo, como exemplo. Se bobear, o time da estrela solitária tem uma dívida maior que a nossa e conseguiu montar um time com chances de chegar a Libertadores em 2009, se posicionando entre os quatro melhores do país. Me provem que o Cruzeiro é infinitamente superior ao Galo este ano, para sermos merecedores de tão vexatória derrota no campeonato em que eles desdenham?
Meus caros senhores do Atlético, este time, esta nação chamada Clube Atlético Mineiro é maior que vocês e que todas as suas dívidas. No ano do centenário, uma data mais que importante para Minas Gerais, vocês deveriam ter ousado mais. O Leão valia cada centavo que estava pedindo e vocês optaram pelo Geninho. Valia a pena ter investido no Ricardinho, que está insatisfeito lá no exterior. Não digo o Galhardo, que este é fim de feira, mas vocês poderiam ter trazido o Camilo, que os Perrelas cresceram o olho. Este garoto será em pouquíssimo tempo, um dos melhores meio campistas do Brasil, uma posição que o Atlético há muito não consegue preencher. Os Cruzeirense levaram o jogador de graça. Também o Douglas e o Acosta do Corínthians foram oferecidos. Mas não se quis investir. Será que o Corínthians está nadando em dinheiro para ter um time dez vezes melhor que esse que vocês montaram, disputando uma segunda divisão?
Senhores dirigentes do Atlético, vocês não estão pecando pela prudência no trato com as finanças do Galo. Mas estão pecando em manchar o clube de maior tradição deste país. O Clube de torcida mais apaixonada. Vocês estão pecando em matar aos poucos cada dia mais e mais, corações e mais corações atleticanos. Pensem nisso. E se der tempo, pensem também que com o time que vocês estão colocando em campo, e com as contratações que vocês estão fazendo, a segundona vai estar de volta em breve. A torcida, por mais apaixonada que seja, não lotará o Mineirão este ano. E isto não será nada bom para as finanças do clube. O torcedor atleticano é como o esposo sempre maltratado pela esposa. Uma hora cansa, diz que vai comprar cigarros e nunca mais volta. Pensem nisso.

Belo Horizonte, 07 de Junho de 2008

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A Esperança da Fé

Por Deiber Nunes Martins

Eram três horas da tarde. O sol a pino queimava a tudo naquela pobre cidade. Seu Joselino, homem de fé, cuidava da sua vendinha, ao mesmo tempo em que fazia uma prece. Havia aprendido com a mãe, a importância da oração das três horas. Exibia orgulhoso no peito, a medalha de Nossa Senhora das Graças e nos fundos da loja era exibida uma estampa da Divina Misericórdia, os santos de devoção do pobre Joselino.
Naquele momento, dois homens desceram de uma motocicleta e adentraram a loja anunciando um assalto. Era insano pensar que naquele fim de mundo, uma simples bodega teria alguma renda pra ser roubada. Todos viviam com o pouco e viviam felizes. Era fim de mês e os únicos fundos de seu Joselino eram os recebíveis da cadernetinha de fiado.
Mas os homens não se importaram com isso. Afinal, ninguém se importa mesmo, é assim a vida. Mas não se importando, invadiram o estabelecimento e exigiram do pobre homem todo o dinheiro da loja. Espancaram-no, humilharam-no. Deixaram-no impotente mediante a realidade torpe da violência mundana, invadindo as pequenas cidades do interior. Enfurecidos, foram quebrando a pequena mercearia, sem encontrar o que chamavam de caixa registradora. Não encontrariam mesmo. Seu Joselino não tinha um caixa propriamente dito. O dinheiro surrado das vendas ia direto para o seu bolso da calça, ou então, para uma pequena caixa de sapatos, onde ficava o dinheiro miúdo. Era assim, o pobre comércio de Seu Joselino.
Cada vez mais nervosos, os homens tentavam a todo custo descobrir onde estava o dinheiro. Ao mesmo tempo, espancavam fortemente Joselino que não conseguia dizer nada. Balbuciava palavras desconexas, incompreensíveis. Estava debilitado demais pela surra que levava. No entanto, não tentava discutir com seus algozes. Apenas rezava.
No ato de desespero, um dos homens sacou uma arma e descarregou toda a sua munição no pobre Joselino.
Estirado totalmente ensangüentado, Joselino tinha perfurações no peito, no ombro, abdômen e perna. Estava morto, concluíram os bandidos. Evadiram-se do local desesperados pelo fracasso do assalto. Logo que saíram em disparada pelas ruas empoeiradas da cidade, o irmão de Joselino, Seu Jairo, chegou. Entre desespero e decisão, Jairo preferiu decidir-se pela vida do irmão. Tomou-o nos braços e colocou-o na camionete. Chegaram ao hospital da cidade vizinha cerca de uma hora depois.
Quando os enfermeiros se depararam com Joselino e tomaram conhecimento do ocorrido tiveram a certeza que Jairo não teve: Joselino estava morto. Também o médico que o socorreu julgou assim. Mas logo percebeu que estava enganado.
Parecia que Joselino tinha entrado numa espécie de choque. Na verdade, os tiros que o alvejaram não haviam atingido nenhuma parte vital de seu corpo. E alguns deles vararam o corpo daquele homem sem atingir nenhuma artéria ou órgão vital. Logo, logo, após as cirurgias necessárias para a retirada dos projéteis, Joselino recuperou todos os sinais vitais e aproximadamente dez dias após o ocorrido, estava de volta a seu armazém, trabalhando. Trabalhando e rezando.
Para muitos há um segredo na história de Joselino. Para outros, um acaso do destino. Para outros ainda, milagre de Deus. Mas para seu Joselino, ele mesmo foi o milagre. Deus, em toda aquela situação de violência, usou Joselino como instrumento. E este, sabedor disso, se deixou usar. Então tornou-se milagre. Milagre que salta aos olhos de quem quer ver.
A fé de Joselino não impediu que ele fosse vítima de seus algozes. Também não impediria que ele sucumbisse a violência. A diferença é que Joselino não tem uma fé sem base, uma fé de aparência. Sua fé foi tomada por obras, pela certeza da bondade de Deus. A fé daquele homem foi uma fé viva. Baseada em sua entrega total a Deus. Assim, Joselino é um milagre de Deus a serviço da humanidade, para que essa possa se voltar ao Deus Amor que tanto nos ama.

Belo Horizonte, 02 de junho de 2008.