sábado, 28 de junho de 2008

Quando Você Sabe que Ama?

Por Deiber Nunes Martins

Caríssimos, este texto é mais uma explanação sobre o que está em meu interior. É mais um pouco de mim mesmo. Talvez seja mais do mesmo, contudo não quero perder o momento de me dizer, de me expressar. Tenho vivido a graça de estar mergulhado no amor de Deus. E mergulhado em seu amor, posso dizer que estou amando uma garota, como nunca amei em minha vida.
Pois bem, sobre esse amor, suscita-me o coração dizer: como eu sei que a amo? O que me diz que é amor, o que eu sinto por ela? Tenho visto que o amor é uma dádiva de Deus e como tal, permite que transbordemos dele de tal maneira, que não somos mais nós mesmos. O amor nos transforma. Nos faz sermos melhores. Mais condescendentes com nós mesmos, mais propensos a tolerância, a compreensão, enfim, mais amorosos com a vida que nos rodeia.
Aprendi com minha amada que o amor torna tudo novo de novo, tudo perto, tudo certo e tudo natural. Tenho tentado compreender cada vez mais esta verdade. Compreender de modo decisivo o poder do amor.
O amor torna tudo novo de novo, quando pega o nosso velho coração e o faz novo. Ele renova a nossa vida, fazendo com que possamos viver uma vida nova. Renovados pelo amor, somos mais abertos ao próprio amor, e podemos encontrar sentido nas pequenas coisas do dia a dia.
É pela distância que vejo o amor deixando tudo perto. A distância entre Camacan e Belo Horizonte, certamente passa dos mil quilômetros. É uma distância física que me separa de minha amada. Mas não a separa do meu coração. Eu a amo e a posso sentir aqui bem perto. Então, o amor encurta distâncias, mesmo que a saudade seja um terrível algoz. O amor nos dá a certeza da vida. Estamos vivos para amar. Quando eu amo, posso sorrir diante de qualquer intempérie e dizer: está tudo certo. O amor torna tudo certo. E por fim, quando amamos, as coisas fluem naturalmente. Tudo é natural, porque eu amo. O amor brota na simplicidade do coração. É a força natural de todo ser humano. A natureza humana carece do amor e sem ele, é capaz de inexistir.
Mas, ainda insiste a pergunta: Quando eu sei que amo? Posso dizer que amo, mas é um amor que sai do meu interior e precisa inundar o coração da pessoa amada. Mesmo se não sou correspondido, o amor tem a capacidade de transformar o coração da amada. Como transforma o meu. Foi pelo amor que fomos salvos. E é pelo amor que somos salvos a cada dia de nossas vidas.
Quando eu amo, eu não me perco nas palavras. Não posso me perder nelas. O amor precisa brotar dentro de mim e semear o coração da minha amada. Mas certamente de nada adianta eu cansar de dizer "eu te amo" se na verdade, o meu coração está preenchido de sentimentos funestos que nada me acrescentam. Não posso dizer que amo ninguém, se antes, eu não me amo o suficiente. Se me considero um fracassado, um fraco, um homem perdido, sem solução, se me apego a me depreciar, não terei nada para acrescentar ao coração da pessoa, a não ser as vãs palavras: eu te amo. Assim, a pessoa amada pode viver por algum tempo de palavras, mas depois, se esvazia por completo diante do nosso próprio vazio.
Devo também tomar muito cuidado quando lido com o amor numa outra esfera de relacionamento, como a amizade por exemplo. A amizade é o amor em sua forma genuína, pura. Não precisa ser alardeada. Machado de Assis disse sabiamente: Não é amigo o que alardeia a amizade, é antes um traficante, um mercador de sentimentos. Infelizmente, não tenho muitos amigos. Mas os poucos que tenho nunca me disseram o quanto me amam. Me amaram e me amam sem dizer. Amizade não se diz, se sente. O amor entre um casal tem disso também. Primeiro é preciso sentir o amor, para depois declamá-lo em verso e prosa. E voltando aos amigos, é necessário amá-los sem que seja preciso dizer, para que não confundam os sentimentos e valorizem a amizade.
Como disse, o amor não se diz, se ama. E minha maneira de amar é amar sem medidas. Talvez eu não saiba que amo. Mas eu amo assim mesmo. Não há um método, maneira, ou procedimento. O amor não foi feito pelos pragmáticos. É um dom de Deus. E a lógica de Deus não é a nossa lógica.
Sem razão ou com razão, eu quero amar. O amor que Deus tem por mim, quero derramar também por ele. E de tabela, pelos que amo também. Eu não sei a medida do amor que tenho por Bárbara. Mas sei que a amo a cada respirar. E por fim, uma dica: o amor nos faz ver no outro, um pouco de nós mesmos. Porque não nos remete à perfeição. Mas a humanidade. O amor nos faz fortes para a vida. E nos faz ver no outro, aquilo que em nós está escondido. Quando eu me vejo na Bárbara, em coisas bem simples, eu entendo o quanto a amo! E por ela, eu quero caminhar, fazer a diferença, cair nos braços de Deus e me deixar levar por sua Misericórdia e Providência. O amor torna tudo novo, de novo. Tudo perto. Tudo certo. Tudo natural. E como é bom amar!

Belo Horizonte, 28 de junho de 2008.

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