sábado, 13 de maio de 2017

133° dia, Nossa Senhora de Fátima




Por Deiber Nunes Martins
A vida de três crianças foi profundamente mudada, por Nossa Senhora. Foi há 100 anos atrás, quando, conforme as palavras da missionária da Canção Nova, Dijanira Silva: “O Céu visitou a terra”. Durante a primeira guerra mundial, em 13 de maio de 1917, no vilarejo de Fátima, pertencente ao distrito de Vila Nova de Ourem, na cidade de Santarém, em Portugal, a Virgem Maria apareceu a jovenzinha Lúcia de 10 anos e seus primos Francisco e Jacinta Marto de respectivos 9 e 7 anos.
As três crianças eram pastorinhas de ovelhas e pastoreavam suas ovelhas num lugar chamado Cova da Iria, bastante descampado, distante cerca de 3 quilômetros de Fátima. Então a Virgem Maria apareceu aos jovenzinhos do alto de um arbusto de ramos duros, chamado carrasqueira. Maria estava em cima da copa de uma carrasqueirinha, possuía uma beleza divinal e trajava um vestido branco como a neve, preso ao pescoço por um cordão de ouro, o vestido descia até os pés, pousados em uma nuvem que roçava a copa do arbusto. Um manto branco circundado de ouro, cobria-lhe a cabeça, tendo quase o mesmo comprimento do vestido. Nossa Senhora tinha as mãos erguidas a altura do peito, em atitude orante, e em sua mão direita, um lindo rosário de contas brancas brilhantes com uma cruz de prata. Assim disseram as crianças como a Virgem Maria apareceu a eles. Também disseram que seu rosto delicado e semblante puríssimo, apresentava uma “leve sombra de tristeza”. Disse-lhes a Virgem Maria:
“Não tenhais medo, não quero vos fazer mal algum”.
Corajosa, Lúcia pergunta: “De onde é vossemecê?”
“Eu sou do céu”, responde Maria.
“O que quer vossemecê de mim?”
“Vim para pedir que venhais a esta mesma hora, no dia 13 de cada mês por seis meses seguidos, até outubro, quando vos direi quem sou e o que desejo de vós”.
“Vindes do céu? Eu também vou para o céu?, perguntou novamente Lúcia.
“Sim”, respondeu Nossa Senhora.
“E Jacinta?”
“Também ela.”
“E Francisco?”
“Também ele, mas primeiro deverá rezar muitos rosários”, disse Maria pousando o olhar maternal no menino, que não ouviu o que a Mãe de Jesus lhe falava. Depois, perguntou a Lùcia que lhe disse. Por conta disso, o menino chegava a rezar até 20 terços por dia, para atender ao pedido de Nossa Senhora.
Aqueles meninos já nutriam seu amor e sua devoção à Maria. E já estavam preparados para aquela aparição, pois um ano antes, o anjo lhes aparecera e lhes ensinara a seguinte prece: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam”.
Nossa Senhora então explicou aos meninos que eles sofreriam muito para que os pecadores pudessem se converter e em desagravo às blasfêmias feitas ao Imaculado Coração de Maria. As crianças, aceitaram a proposta de Nossa Senhora, que os encorajou dizendo-lhes que a graça de Deus os assistiria e os confortaria.
Um mês depois, no dia 13 de junho, Nossa Senhora apareceu novamente aos três, e pediu que voltassem no mês seguinte e que aprendessem a ler, para que ela lhes pudesse dizer o que desejava. A menina Lúcia pediu a Maria que a levasse para o céu. E Nossa Senhora respondeu:
“Sim, Jacinta e Francisco, eu virei buscá-los logo. Tu, porém, deves ficar aqui por mais tempo. Jesus quer servir-se de ti para fazer-me conhecida e amada.”
“Então, devo ficar aqui sozinha?”
“Não, filhinha”, respondeu-lhe a Virgem. “Eu não te abandonarei mais. O meu Coração Imaculado será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus.”
No mês seguinte, à terceira aparição, no dia 13 de julho de 1917, Nossa Senhora pediu às crianças que continuassem a rezar o rosário para obter a paz do mundo e o fim da guerra. Rezariam em honra a Nossa Senhora do Rosário. Pede ainda que continuem a ir àquele lugar todos os meses, que em outubro, ela mostraria ao mundo quem ela é o que deseja. Em seguida, mostrou-lhes o inferno, causando-lhes assombro. Este foi o primeiro segredo de Fátima, guardado até o ano de 1941. Nossa Senhora disse:
“Vistes o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para os salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra acabará, mas se não deixarem de ofender a Deus, começará pior. Quando aparecer noite iluminada por luz desconhecida, sabei é o grande sinal que Deus vos dá de que punirá o mundo pelos crimes de guerra, de fome e de perseguição à Igreja e ao Papa. Para impedir, virei pedir a consagração do mundo ao meu Coração Imaculado e a comunhão reparadora do primeiro sábado de cada mês. Se atenderem meu pedido, a Rússia se converterá e terão a paz. Do contrário, espalhará seus erros pelo mundo, provocando guerras e perseguição à Igreja. Os bons serão martirizados, o Papa terá de sofrer muito, várias nações serão aniquiladas. Por fim o meu Imaculado Coração triunfará. Quando rezardes, dizei ao final de cada dezena: ‘Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem’.
Neste diálogo da terceira aparição, Nossa Senhora revela à Lúcia, Jacinta e Francisco, o segundo segredo de Fátima, que refere-se ao fim da Primeira Guerra, mas prenuncia o início da Segunda Guerra, mais cruel e sangrenta que a primeira. Maria revela também o flagelo do comunismo, que aniquilaria nações, colocaria o mundo em risco e dizimaria milhões de pessoas. Importante perceber como a fala de Nossa Senhora é uma profecia que nos remete a tudo que aconteceu no mundo no século passado.
Também é importante destacar nesta fala de Nossa Senhora, seu terceiro segredo, que ficou oculto até o ano 2000, quando finalmente foi revelado: o atentado ao Papa João Paulo II, ocorrido em 13 de maio de 1981 (nenhuma coincidência, mas sim, Providência). Autoridades italianas concluíram que a União Soviética estava por trás daquele atentado, por intermédio de seu serviço secreto, a KGB. Os russos tramaram a morte do Papa, em retaliação à sua voz contrária ao comunismo, sobretudo em sua terra natal, na Polônia. Este segredo de Fátima, foi revelado pelo mesmo Papa João Paulo II e contou com a anuência da então irmã Lúcia. Ainda cabe destacar que o Papa, hoje São João Paulo II, mandou que colocassem a bala que lhe feriu, na belíssima coroa de Nossa Senhora, que as mulheres portuguesas fizeram, em agradecimento pela não participação de Portugal na segunda grande guerra.
A quarta aparição de Maria aconteceu no dia 19 de agosto, porque no dia 13, as crianças foram impedidas de irem à Cova da Iria. Novamente, Maria recomenda a oração do rosário e os sacrifícios pela conversão dos pecadores. No mês seguinte, em 13 de setembro, vinte mil pessoas estavam na Cova da Iria, aguardando a quinta aparição de Fátima. E a Mãe de Jesus diz: “É preciso continuar a rezar o rosário para obter o fim da guerra. Voltarei em outubro com São José e o Menino Jesus”.
Na sexta aparição, mais de cinqüenta mil pessoas aguardavam por Nossa Senhora. Naquele momento, na Cova da Iria, chovia torrencialmente. E Nossa Senhora aparece e diz: “Eu sou Nossa Senhora do Rosário. Quero que se construa aqui uma capela em minha honra. Que se continue sempre a rezar o santo rosário todos os dias. A guerra está para terminar e os soldados voltarão para casa”. Depois, com tristeza, Maria pede que as pessoas parem de ofender a Deus. Então, a chuva cessa. E em seu lugar, surge o sol majestoso. O sol começa a girar como se dançasse à frente de todas as pessoas que assistem a tudo maravilhadas. De repente, o astro começa a se mover vertiginosamente três vezes em direção à terra. Enquanto todos os presentes assistiam à dança do sol, Lúcia, Jacinta e Francisco vêem a Sagrada Família, Jesus, Maria e José, conforme Nossa Senhora lhes prometera. As pessoas em êxtase, rezam, pedem perdão por seus pecados, conversam com a Mãe de Jesus.
Conforme Nossa Senhora havia dito, logo depois, em 1919 e depois em 1920. Francisco e Jacinta foram levados ao Céu. Lúcia ficou, para cumprir a missão que lhe fora dada. Guardou os segredos de Fátima, consigo, dando anuência ao Santo Padre para revelá-los nos momentos oportunos. O Papa Emérito Bento XVI, recentemente, deu declaração dizendo que os três segredos de Nossa Senhora de Fátima haviam sido revelados, conforme dissera Lúcia, pouco antes de seu falecimento, em 13 de fevereiro de 2005.
E o que aqui se escreve, com base no relato dos fatos e na vasta literatura mariana existente em nosso tempo, é digno de fé e para que se tenha fé e creiam que Deus está no meio de nós e que Maria Santíssima, a Mãe das Mães, é o Vosso Sacrário Vivo, a nossa intercessora junto a Deus Nosso Senhor.
OREMOS:
Oh Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Oh, meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente aquelas que mais precisarem.
Santa Maria de Fátima, abençoai vossos filhos, mesmo aqueles que ainda hoje não crêem. Olhai por todos os que se deixam levar pelo inimigo e ofendem a Deus com suas práticas e atitudes. Não deixai que estas pessoas pereçam, mas ajudai-as a encontrar o caminho da salvação.
Olhai por todos nós, vossos devotos. Que nunca percamos a fé e nunca nos desanimemos diante das dificuldades da vida. Que a tudo suportemos, pela honra e glória Vossa e de Vosso Filho Jesus Cristo.
Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

REFERÊNCIAS:
ADUCCI, Edésia. Maria e Seus Títulos Gloriosos. São Paulo: Ed. Loyola, 2003.
ALVES, Aparecida Matilde. Maria de Todos os Povos: Um mês com Nossa Senhora. São Paulo. Ed. Paulinas, 2013.
AQUINO, Prof. Felipe. Programa Escola da Fé, TV Canção Nova, transmitido em 11 de maio de 2017.
BERALDI, Pe. Roque Vicente. 101 Titulos de Nossa Senhora na Devoção Popular. São Paulo: Ed. Ave Maria, 2012.
BISINOTO, Pe. Eugênio. Conheça os Títulos de Nossa Senhora. Aparecida, SP: Ed. Santuário, 2010.
ROMAN, Ernesto N. Aparições de Nossa Senhora: suas mensagens e milagres. São Paulo: Ed. Paulus, 2015.
SILVA, Dijanira. Há 100 anos o Céu Visitou a Terra. Revista Canção Nova, Maio de 2017.
ZANON, Frei Darlei. Nossa Senhora de Todos os Nomes: Orações e História de 260 Títulos Marianos. São Paulo: Ed. Paulus, 2014.

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