quinta-feira, 31 de agosto de 2017

243º dia, Nossa Senhora de Covadonga ou das Batalhas



Por Deiber Nunes Martins

No início do século VIII com a batalha de Guadalete, acirrou-se o conflito entre mouros e espanhóis (visigodos). Nesta batalha, o rei dos asturianos, dom Rodrigo foi derrotado e morto. Um dos príncipes da coroa asturiana, dom Pelayo, não aceitando o revés, motivou os espanhóis a lutarem contra os mouros, mesmo tendo um exército diminuto.

O levante asturiano foi duramente rechaçado pelos mouros que alocaram o lugar-tenente Alkamar para combater os cristãos. Esperto, dom Pelayo não permitiu que suas tropas diminutas enfrentassem o inimigo em campo aberto, batendo em retirada com seus exércitos, mulheres, crianças e idosos, rumo as montanhas. A estratégia do comandante asturiano contava com a soberba do inimigo em perseguir os cristãos em fuga.

Dom Pelayo posicionou seus homens nos cumes dos montes e os civis desarmados, armou-lhes com picaretas para que movessem as pedras morro abaixo na direção dos exércitos de Alkamar. Com os demais soldados, Pelayo montou uma emboscada numa caverna chamada de Covadonga. Enquanto esperava os inimigos, o comandante asturiano encomendou a si e seus comandados à proteção de Nossa Senhora.

E a intercessão poderosa da Mãe de Jesus marcou aquela batalha e toda a guerra contra os mouros na Península Ibérica.

Os exércitos mouros romperam ferozmente o morro atrás dos cristãos e foram recebidos com pedras e todos os perigos naturais daquele lugar, que os asturianos conheciam bem. Em contrapartida, os mouros atacavam com uma chuva de flechas mas as flechas atingiram, de forma milagrosa a própria artilharia de Alkamar. Há uma explicação para o milagre: os flecheiros por não conhecerem bem o local em que estavam, acertavam as flechas nas rochas, que ricocheteavam voltando diretamente na direção dos mouros.

Mais acima, no estreito de Covadonga, os exércitos inimigos que conseguiam romper as ofensivas cristãs eram combatidos pelos soldados de Pelayo entrincheirados na caverna em posição estratégica e por isso em melhores condições que os inimigos. Por todos os lados caíam os árabes e como se não bastasse a resistência cristã, uma forte tempestade veio a cair sobre os mouros, aumentando ainda mais o temor dos comandados de Alkamar, que não tendo mais alternativas, teve de ordenar a retirada de seus soldados.

A derrota em Covadonga teve dois efeitos práticos na guerra contra os mouros: derrubou a moral dos árabes e fez de Pelayo o novo rei das Astúrias. Em ação de graças pela intervenção de Nossa Senhora, os espanhóis a proclamaram Nossa Senhora de Covadonga ou das Batalhas.

OREMOS:

Nossa Senhora de Covadonga, afastai de nós os inimigos de Cristo. Fazei com que perseveremos bravamente na defesa da fé e do Evangelho, como fizeram os cristãos asturianos.

Nossa Senhora de Covadonga, rogai por nós!

REFERÊNCIA:

ADUCCI, Edésia. Maria e Seus Títulos Gloriosos. São Paulo: Ed. Loyola, 2003.


Nenhum comentário: