Por Deiber Nunes Martins
No século XIII, o Frei Jacopone
de Todi compôs o poema “Stabat Mater Dolorosa”, dedicado à Nossa Senhora e que
retrata toda a sua agonia junto à cruz de Jesus. Acredita-se que este poema
seja a origem da devoção a Nossa Senhora da Agonia, um título que ficou muito
conhecido na cidade de Viana do Castelo, em Portugal.
Lá, os fiéis faziam o percurso
da Via-Sacra partindo do Convento Franciscano até o Morro da Forca, onde
encerravam com a oração da 14ª Estação. Tempos depois, já no século XVIII,
construíram neste morro, a Igreja dedicada a Nossa Senhora da Agonia. E a
partir de 1783, a Igreja começou a celebrar todos os anos no dia 20 de agosto a
esta festa mariana.
A imagem de Nossa Senhora da
Agonia representa Maria de pé com as mãos postas uma em cima da outra a altura
do peito. Um véu azul escuro cobre todo o corpo de Maria. Esta imagem lembra
Nossa Senhora aos pés da cruz, conforme relata o Evangelho de João.
Nossa Senhora da Agonia é
conhecida como a padroeira dos pescadores.
OREMOS:
“Stabat Mater Dolorosa” (Estava a Mãe Dolorosa)
Estava a Mãe
dolorosa, junto à cruz, lacrimosa,
Da qual pendia o
Filho.
A espada atravessava,
Sua alma agoniada,
entristecida e dolorida.
Quão triste e aflita
estava ali a bendita,
Mãe do Unigênito!
Quão abatida,
sofrida e trêmula via
O sofrimento do
Filho divino.
Qual é o vivente que
não chora,
Vendo a Mãe do
Cristo em tamanho suplício?
Quem não ficaria
triste,
Contemplando a mãe
aflita, padecendo com seu Filho?
Por culpa de sua
gente, ela viu Jesus torturado,
Submetido
a flagelos.
Viu o Filho muito
amado, morrendo abandonado,
Entregando o seu
espírito.
Mãe, fonte
de amor, que eu sinta a força da dor
Para poder contigo
pranteá-lo.
Faz arder meu
coração devido à partida do Cristo Deus,
Para que o possa
agradar.
Santa Mãe, dá-me
isto: trazer as chagas do Cristo
Cravadas no coração.
Com teu Filho, que
por mim morre assim,
Quero o sofrimento
partilhar.
Dá-me contigo chorar
pelo crucificado
Enquanto vida eu
tiver.
Junto à cruz quero
estar e me juntar
Ao teu pranto de
saudade.
Virgem das virgens
radiante, não te amargures:
Dá-me contigo
chorar.
Que a morte de
Cristo permita,
Que de sua paixão eu
partilhe,
E que suas chagas
possa venerar.
Que pelas chagas eu
seja atingido e pela Cruz inebriado
Pelo amor do Filho.
Animado e elevado
por ti Virgem, eu seja defendido
No dia do juízo.
Amém.
REFERÊNCIAS:
BISINOTO, Pe. Eugênio. Conheça os Títulos de Nossa
Senhora. Aparecida, SP: Ed. Santuário, 2010.
ZANON, Frei Darlei. Nossa Senhora de Todos os
Nomes: Orações e História de 260 Títulos Marianos. São Paulo: Ed. Paulus, 2014.
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