Por
Deiber Nunes Martins
No
início do século VIII com a batalha de Guadalete, acirrou-se o conflito entre
mouros e espanhóis (visigodos). Nesta batalha, o rei dos asturianos, dom
Rodrigo foi derrotado e morto. Um dos príncipes da coroa asturiana, dom Pelayo,
não aceitando o revés, motivou os espanhóis a lutarem contra os mouros, mesmo
tendo um exército diminuto.
O
levante asturiano foi duramente rechaçado pelos mouros que alocaram o
lugar-tenente Alkamar para combater os cristãos. Esperto, dom Pelayo não
permitiu que suas tropas diminutas enfrentassem o inimigo em campo aberto, batendo
em retirada com seus exércitos, mulheres, crianças e idosos, rumo as montanhas.
A estratégia do comandante asturiano contava com a soberba do inimigo em
perseguir os cristãos em fuga.
Dom
Pelayo posicionou seus homens nos cumes dos montes e os civis desarmados,
armou-lhes com picaretas para que movessem as pedras morro abaixo na direção dos
exércitos de Alkamar. Com os demais soldados, Pelayo montou uma emboscada numa
caverna chamada de Covadonga. Enquanto esperava os inimigos, o comandante
asturiano encomendou a si e seus comandados à proteção de Nossa Senhora.
E
a intercessão poderosa da Mãe de Jesus marcou aquela batalha e toda a guerra
contra os mouros na Península Ibérica.
Os
exércitos mouros romperam ferozmente o morro atrás dos cristãos e foram
recebidos com pedras e todos os perigos naturais daquele lugar, que os
asturianos conheciam bem. Em contrapartida, os mouros atacavam com uma chuva de
flechas mas as flechas atingiram, de forma milagrosa a própria artilharia de
Alkamar. Há uma explicação para o milagre: os flecheiros por não conhecerem bem
o local em que estavam, acertavam as flechas nas rochas, que ricocheteavam
voltando diretamente na direção dos mouros.
Mais
acima, no estreito de Covadonga, os exércitos inimigos que conseguiam romper as
ofensivas cristãs eram combatidos pelos soldados de Pelayo entrincheirados na
caverna em posição estratégica e por isso em melhores condições que os
inimigos. Por todos os lados caíam os árabes e como se não bastasse a resistência
cristã, uma forte tempestade veio a cair sobre os mouros, aumentando ainda mais
o temor dos comandados de Alkamar, que não tendo mais alternativas, teve de
ordenar a retirada de seus soldados.
A
derrota em Covadonga teve dois efeitos práticos na guerra contra os mouros:
derrubou a moral dos árabes e fez de Pelayo o novo rei das Astúrias. Em ação de
graças pela intervenção de Nossa Senhora, os espanhóis a proclamaram Nossa Senhora
de Covadonga ou das Batalhas.
OREMOS:
Nossa
Senhora de Covadonga, afastai de nós os inimigos de Cristo. Fazei com que
perseveremos bravamente na defesa da fé e do Evangelho, como fizeram os
cristãos asturianos.
Nossa
Senhora de Covadonga, rogai por nós!
REFERÊNCIA:
ADUCCI,
Edésia. Maria e Seus Títulos Gloriosos. São Paulo: Ed. Loyola, 2003.