Por Deiber Nunes Martins
Outro dia mencionei algo sobre os verdadeiros heróis, aqueles que sabem das suas limitações e se colocam a disposição de Deus para fazerem a diferença, na vida dos outros. O heroísmo começa com a humildade de quem o pratica. Muitas vezes, nem sendo conhecido pelos seus atos.
Existem muitos heróis que fazem sua história anonimamente. Não aparecem para a sociedade, mas contribuem para o bem-estar desta. Pessoas que muitas vezes dão a sua vida em prol de um objetivo que no frigir dos ovos nem são seus. Fico a pensar no porquê de tais atos, no porquê deste gesto tão altruísta. E não tenho respostas.
Na história da humanidade, quantos santos e santas de Deus foram martirizados, foram mortos para que o cristianismo pudesse ser difundido? Inúmeros foram os cristãos daquele tempo que, mesmo sabendo das conseqüências de seguir Jesus Cristo – as mais atrozes possíveis – seguiram. E fizeram a diferença no mundo contemporâneo. Não fossem os grandes cristãos, heróis daquele tempo e hoje não seríamos seguidores de Cristo e hoje não teríamos a oportunidade de conhecer o caminho, a verdade, e a vida. A maioria destes heróis, são desconhecidos aos católicos mais fervorosos. E quantos e quantos cristãos de hoje, nem sabem que tais heróis existiram, para que pudessem hoje, estampar no peito, o título de cristão?
Exemplos práticos da vida cristã, os heróis religiosos, que viveram no anonimato fizeram grandes obras em prol da fé. São pessoas que abraçaram um ideal de vida que a princípio não era o deles e o priorizaram, acima até mesmo de suas vontades pessoais. E hoje, muitos deles, não são nem sequer mencionados.
Longe do campo religioso, quantos heróis do dia a dia fazem a diferença na vida das pessoas e nem são lembrados. Circula na internet, uma suposta carta de um petroleiro da Plataforma P 18 da Petrobrás ao apresentador Pedro Bial questionando os critérios desse para chamar aos participantes de seu reality show de “heróis”. O argumento deste petroleiro leva em conta seus colegas de serviço mortos em um acidente de helicóptero que se preparava para sair da plataforma e os responsáveis pelas operações de salvamento das vítimas. Engraçado pensar que este petroleiro está certo. A dor da perda de seus companheiros o fez pensar na importância do termo herói, para que este não pudesse ser usado de qualquer maneira pelos meios de comunicação.
Entretanto, acredito que o apresentador não fez por mal ao classificar os “BBB’s” de heróis. Este predicativo é fruto do nosso desconhecimento do que seja de fato, a palavra, herói.
Deste modo, vê-se que o herói de verdade não tem um nome, uma identidade. O verdadeiro herói é aquele que se esconde na vaidade dos outros, que se dizem heróis do nosso tempo. E na maior parte dos casos, o verdadeiro herói nunca será lembrado. Mas nem por isso deixará de ser, um herói.
Belo Horizonte, 17 de março de 2008.
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