sábado, 29 de março de 2008

Casulo

Este é o dia que o Senhor fez para nós. Alegremo-nos e Nele Exultemos.

Por Deiber Nunes Martins

Conforme escrevo em minhas confidências, hoje é um dia de sentir saudades de minha amada. Ela está lá noutra cidade e eu aqui. A realidade dela é lá e a minha aqui. Isto torna as coisas um tanto quanto difíceis. Isto porque em meus relacionamentos fui adestrado a estar bem perto da pessoa amada. E agora isto não é possível. Sofro por isso. Mas por outro lado, a alegria de Deus vem ao meu encontro para me contagiar. Por que Deus é assim, quando nossos exércitos vão se extinguindo, vamos perdendo batalhas e mais batalhas, Ele vem ao nosso encontro, pra nos dar a força necessária para superar o que muitas vezes é insuperável aos olhos humanos. Assim, a alegria me contagia e nela reside a minha força. Mas não é uma alegria absurda, eufórica, uma falsa alegria focada no desespero. A alegria do Senhor é aquela que apazigua meu coração. Vai me dando forças para continuar a caminhada e me dando também a paz de espírito necessária para transmitir esta alegria aos outros.
Deus vai conduzindo as coisas e muitas vezes, o plano Dele é incompreensível para nós. Porém, se não podemos compreender os planos do Pai, precisamos compreender o seu amor por nós. Assim, deve ser nossa caminhada.
E hoje, o desejo que veio a mente foi o de ir além de minhas forças e compreensões. Meu desejo hoje, foi me lançar nos braços de Deus e caminhar pra junto de minha amada, sem lenço e sem documento. Apenas com minha essência. Deixaria meu emprego, minha família, minha vida. E iria pra Bahia, cuidar dela.
O bom é que Deus vai aos poucos nos formando nas pequenas coisas. Nas coisas mais simples. O desejo de largar tudo foi enorme. A saudade apertando de um lado, minha amada vivendo os processos dela, de outro. E apesar disso, eu entendo que é preciso estar aqui, assim como ela, precisa estar lá. Pelo menos por agora. Entender isso, não é abrir mão deste amor que nos consome, mas dar a ele a oportunidade de se solidificar cada vez mais. Assim como a lagarta que precisa viver o processo de estar presa ao seu casulo, para se transformar em borboleta, talvez o nosso amor precise estar preso ao casulo da distância para ser a tradução da maravilha de Deus para as pessoas. É assim que imagino meu amor com a Bi: um testemunho das maravilhas de Deus, fonte de evangelização para as pessoas.
Então, ao partilhar com ela as agruras do dia, percebo que também da parte dela, não é fácil. O atual momento, os problemas familiares, em tudo, Deus está nos formando. Tanto ela como eu. Não podemos lutar além de nossas forças. Devemos antes ser dóceis ao Senhor. Mesmo que ser dócil a Deus não represente uma vida de conto de fadas, um mar de rosas. Mas ao contrário, uma batalha ferrenha, para estar perto Dele e não vacilar nas murmurações e reclamações.
O texto de hoje, meus amigos, era um colóquio sobre as minhas dores. Mas por tudo o que vivi neste dia, mudei seu enfoque. Ao invés de me entristecer, devo me alegrar. E ao invés de chorar, devo sorrir. Pois é a alegria do Senhor a minha força. Força para caminhar este caminho as vezes de pedras em lugar das flores.

Belo Horizonte, 27 de março de 2008.

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