Por Deiber Nunes Martins
Parte Um
Difíceis têm sido os últimos dias. É visível a dor do fim da noite, quando as luzes se apagam, todos dormem a exceção de quem sofre. Sofre a ansiedade dos dias futuros, que não existem, sofre as oportunidades perdidas, como se não houvesse outra pela frente, sofre a dor que nunca sentiu, sofre a dor de todo dia, sofre a dor do erro. Sofre uma dor que não existe mas dói.
A cada vez mais me convenço de que arrepender-se é não poder esperar por outra chance. Porque na verdade, não se pode mesmo. Os tempos não voltam. É preciso recomeçar um recomeço diferente, onde o que ficou para trás, ficou mesmo, é morto. Entretanto, a dificuldade de cada dia é um sinal de crescimento. Quanto mais difícil a caminhada para o céu, é porque mais próximos estamos dele. Assim, o crescimento pessoal é medido conforme as dores que se pode suportar. Mas não se iluda, não podemos muito.
As vezes ainda me assusto como posso num momento estar tão sereno, tão calmo e no momento seguinte, tão agitado, tão nervoso e confuso. Talvez eu não me conheça tanto assim, a ponto de poder evitar. Talvez meu coração ainda seja um terreno desconhecido para mim. Ainda não sei quais as minhas razões, se é que elas existem.
O que importa é que se em algum momento eu achei que tudo seria fácil, então eu posso dizer que me enganei. Não está sendo. E não será surpresa nenhuma se bater a minha porta, a vontade de desistir e jogar tudo pro alto, voltar atrás. Porque a cada passo dado maior é a dor. Todavia, não dá mais pra voltar.
O que me consola e me prepara para a dura jornada, é a certeza do amor. Porque o amor é maior que toda a minha dor. E por ele, eu sou capaz de morrer. Não há mais uma essência de vida, há todo o meu ser em busca do que outrora era só um sonho. E mesmo se tivesse volta, eu não capitularia. Eu não sei no que vai dar, não sei qual é o plano. Apenas sei que não vou capitular.
Belo Horizonte, 17 de Março de 2008.
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