quinta-feira, 7 de maio de 2009

A torcida atleticana é um barato


Por Deiber Nunes Martins

Quem não mora em Minas, talvez não conheça a marca registrada deste Estado: a torcida atleticana. Ser torcedor do Galo é um barato! Sofremos com a derrota, sobretudo as mais acachapantes e para o rival azul. Mas insistimos. O Atlético é algo que está impregnado no nosso sangue, no nosso DNA, na nossa alma. Perdemos de cinco para os refrigerados e na semana seguinte, já estamos de novo, com radinho no ouvido torcendo para o Galo Doido.
Quarta-feira, vagão de metrô em Belo Horizonte, dez e meia da noite. Dezenas de pessoas, em sua maioria, jovens voltando da escola. E a maioria com fonezinho no ouvido. Cada pessoa, cada um absorto em seus pensamentos, em suas músicas em suas vidas. Ou então com a atenção grudada no jogo de futebol.
Era o Galo no Mineirão, enfrentando o Vitória da Bahia. Coitado do Vitória! Quando é que seu time vai ver uma torcida como a nossa? Alegre, vibrante e fiel. Mesmo diante dos três “cocos” que havíamos tomado no Barradão na semana anterior. O atleticano tem alma, tem paixão. Ele respira Clube Atlético Mineiro. Mesmo quem não curte futebol, pode curtir o Atlético. Muitos, torcem para o Galo, por causa da torcida. Mas o Atlético é como um parente bem próximo: seja como for, nós o amamos.
Pois bem. Naquele jogo difícil, na ânsia de furar o ferrolho baiano, uma retranca descabida e o jogo asqueroso dos baianos, fazendo cera até no minuto de silêncio, todo torcedor atleticano sabia que era importante naquela situação, fazer o primeiro gol antes dos trinta minutos iniciais. E ele veio. Jogada bem feita, conclusão de Renan para o gol vazio. Galo um a zero.
Foi então que o momento mágico aconteceu. Momentos como este é que fazem o torcedor cruzeirense, rasgar-se de inveja mesmo com um título ganho em cima de nós debaixo do braço. No momento do gol, todo o vagão pulou de alegria. Parecia um jogo de copa do mundo. Cruzeirenses e os demais passageiros, alheios ao jogo, tentavam se fazer indiferentes, mas não conseguiam. A torcida do galo contagia. E quando se percebe, todo mundo tá cantando o hino. Até um jovem com a camisa da Máfia Azul tamborilou com as pontas dos dedos no banco, o hino alvinegro.
O jogo terminou três a zero para nós. Foi para os penais. E nos pênaltis deu Vitória. Mas quem disse que o torcedor atleticano se deixa abater? Hoje nas ruas de nossa Belo Horizonte, via-se mais camisas alvinegras que as azuis. Ser torcedor do Galo é um barato!

Belo Horizonte, 07 de maio de 2009

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