quinta-feira, 28 de maio de 2009
Cairo
Por Deiber Nunes Martins
Se eu pudesse escolher, faria algumas escolhas interessantes. Gostaria de pensar num lugar para ir. Numa cidade pra conhecer. Gostaria de conhecer outras culturas, outros povos e países. Gostaria de fazer tanta coisa! Infelizmente, minha vida não permite escolhas. Já tenho os pacotes prontos e preciso me adaptar a eles. Como TV a cabo que você para assistir ao canal que gosta, precisa pagar por aquele que não te interessa. A vida às vezes é assim.
Um pacote de TV a cabo. Onde fui buscar esta alegoria? Talvez seja o fato de que o serviço que contratei está me dando dores de cabeça... Mas bem, nem sempre podemos escolher... Certa vez, li em algum lugar que a pessoa estava abrindo mão de suas escolhas, para que as pessoas que amava pudessem escolher. A vida não é feita de escolhas pra todo mundo. Hoje você abre mão, amanhã você pode dar as cartas.
Confesso que gostaria sim, de viajar. Conhecer Mônaco, a cidade dos sonhos. Gostaria de passear por Santiago, conhecer Buenos Aires. Gostaria de desembarcar no aeroporto O’Hare em Chicago. Só pra saber se é o aeroporto mais bonito do mundo... Mas não só viajar. Gostaria de poder passar ao menos um dia, sem me deparar com injustiças. Sem reconhecer que para os poderosos é de um jeito e para os pobres de outro. Gostaria sim. Gostaria de ver algum dia o meu trabalho dar algum tipo de resultado. E poder ver os frutos deste trabalho. Ao menos um dia eu gostaria de parar ao invés de ficar o tempo todo em tudo, correndo atrás do meu próprio rabo...
Uma das coisas que mais me fascina em Deus, é que Ele não faz acepção de pessoas. Assim, posso chegar a uma capela e ver uma “formiguinha” sentada num mesmo banco que um executivo. Posso ver jovens e idosos, ricos e pobres, negros e brancos, todos num mesmo propósito: adorar o Senhor. Fascina-me ver que num mundo de diferenças, Deus é um só. E nos chama a ser um também.
Se a minha vida não foi feita de escolhas, é porque Deus quer escolher por mim. E isto me basta. Sinceramente, eu queria ver um mundo diferente. Nem sempre posso ser dono das escolhas. Mas sempre posso ser propriedade de Deus. Esta é a única escolha que importa. E com ela, eu continuo a caminhar.
Belo Horizonte, 27 de maio de 2009.
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