quinta-feira, 28 de maio de 2009

Ouro Preto




Música: "Uma Vida Só", Pe. André Luna, SCJ
Texto de: Deiber Nunes Martins

Conte uma história, de felicidade
Fale dos tempos de amor
Quando os dias demoravam a passar
E as horas se perdiam...

Lembra aquele dia, sem correr
Antes de a gente levantar
Com jeito de domingo
Todo mundo, o cheiro do café
E a vontade de ficar mais um pouco...

Quero voltar no tempo e lembrar
A vida simples de um dia só
Pois eu preciso respirar de novo
O que foi bom faz bem a vida inteira
Os sentimentos não voltam, eu sei
Mas a gente muda...

Levanta! É hora de acordar! Só falta você!
É triste quando a gente perde tempo
Não sabendo, viver
É bem melhor quando se ama de verdade
E aproveita uma vida só
Porque a vida pode não dar outra chance...


Amigos, é sempre bom dizer o quanto esta música é importante para mim. O quanto esta música traduz a minha história. Porque eu não posso negar, tenho saudades do tempo de antigamente. Sem nenhum saudosismo ou melancolia, apenas tenho saudade do tempo onde eu era feliz e não sabia.
Tenho saudades do tempo de criança. Naqueles dias, eu não me cobrava tanto e nem me punia por conta dos resultados. Era um tempo lúdico, onde pude aprender e desenvolver habilidades ímpares. Não considero que tenha perdido tempo. Também não vejo como me arrepender de alguma coisa. Simplesmente foram tempos bons que não mais voltarão.
É como o amigo que partiu e não deu mais notícias. Ou como aquela despedida doída no saguão do aeroporto. Você quer ficar ou você quer ir junto. Vem um nó na garganta, uma vontade louca de explodir o pranto, de chorar e chorar. A despedida nos faz perceber que a pessoa que foi não voltará do jeito que está indo. Há um pedaço nela que fica com a gente. E assim são os bons tempos. Eles não voltarão. Talvez você se permita um revival. Mas nunca será do jeito de antes. Então, você encontra aquele amigo de outrora, mas não tem a mesma graça de antes. As brincadeiras de hoje são mais maduras e o humor de ambos não é o mesmo. O entrosamento parece enferrujado, perdido, ressecado. A vida e o tempo faz isso com a gente.
Sempre que eu escutar esta música do padre, me remeterei ao tempo que não volta. Não com a saudade apaixonada, mas com um desejo de fazer diferente hoje. Para que amanhã eu venha a sentir saudade dos tempos, de ontem. "Uma Vida Só" me leva a um caminho tortuoso das reminiscências... Aquele amor não correspondido, aquele gol perdido, aquela alma lavada... Tudo me faz pensar... Pensar no tempo presente. Eu sou feliz e ainda não sei.

Belo Horizonte 28 de maio de 2009.

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