domingo, 31 de maio de 2009

Mais Perto



Música de Pe. Fábio de Melo
Texto: Deiber Nunes Martins

Onde é que você vai com tanta pressa
Com esse ar de quem tem muito o que fazer
Se eu posso lhe pedir alguma coisa eu lhe peço: senta aqui
Como um dia eu sentei naquele poço
E a amizade visitou meu coração
Fui amigo e o esposo que faltava e hoje pode ser também assim
Os seus olhos me revelam tanta sede
E não sou indiferente a sua dor
Mas tem coisas que não faço,
Não são minhas,
Dependem somente do seu querer
O milagre se dará por duas vias
Uma é minha e a outra deixo pra você
Se você trouxer a mim a sua água
Eu devolvo vinho.

Chega mais perto, não tenha medo
Não diga nada, silêncio é palavra que não faz segredo
Se for preciso enxugo o seu rosto
Lágrimas são fragmentos de história que posso entender.

Eu lhe vejo entrelaçado em tantos erros
Machucando tanta gente sem saber
Infeliz vai se tornando pouco a pouco, por favor, queira voltar
Não prometo dar-lhe um jardim de flores
Mas prometo a força pra poder plantá-lo
E asseguro no cultivo estar bem junto, se preciso, lhe consolar
Cantaremos a semente germinada, podaremos o que não puder crescer
Cada poda há de ter ensinamento eu vou lhe ajudar a compreender
Sou o verbo do princípio feito carne
Sou o Deus que resolveu ter coração
E hoje está sentado à beira deste poço
Mirando o seu rosto, na voz deste moço, lhe dando um recado
Que se for possível espero visita, não tarde em chegar
A casa é a mesma, o mesmo endereço, espero por lá
Chega mais perto.


Hoje foi um daqueles dias cansativos. Um dia daqueles que pra esquecer. Então é como se eu estivesse chegando num poço e lá encontrasse Jesus. Disposto a me refazer, Jesus vai repassando minha história. Todos os meus medos e anseios. E vai com seu bálsamo me curando. Me ensinando a cultivar boas sementes. A cultivar uma vida que precisa ser cultivada.
Hoje foi um dia de trevas. Mas aos 45 do segundo tempo, o Senhor traz a luz. Obrigado Senhor por me ensinar a seguir em frente, mesmo diante de tanta dor. De tanto sofrimento. Muito obrigado Jesus, porque Tu me mostras que o silêncio é palavra que não faz segredo. E que minhas lágrimas Tu sabes perfeitamente de quais fragmentos de história provêm. Obrigado Senhor.

Belo Horizonte, 31 de Maio de 2009.

sábado, 30 de maio de 2009

Camacan



Por Deiber Nunes Martins

Já não esqueço o seu olhar
Já não escuto a sua voz
Este seu jeito de me amar...
Já não percebo o seu olhar
Já me perscruta a sua voz
Este seu jeito de me amar...

Vou me acabar, na mesa de um bar
Vou entregar meu coração
Não tenho mais solução

Meu coração falido está
Entregue ao martírio da saudade
De um amor que mata assim
Um triste fim, que torpe maldade!

A paga devida aos credores
É maior que a capacidade de amar
É bom dever este amor
E saber que com ele posso sonhar.

Mas todo sonho de dois é realidade
Vida que segue, sonho que se move
E de sonho em sonho, Camacan
Onde a vida se renove...

Já não esqueço o seu olhar
Já não escuto a sua voz
Este seu jeito de me amar
Já não percebo o seu olhar
Já não entendo a sua voz
Este seu jeito de me amar.

Vou me acabar na mesa de um bar
Vou entregar meu coração
Não tenho mais solução

Já, já não entendo o seu olhar
Já não escuto a sua voz
Este seu jeito de me amar
Então...

Vou me acabar, na mesa de um bar
Vou entregar meu coração
Não tenho mais solução

Já, já não percebo o seu olhar
Já não escuto a sua voz
Este seu jeito de me amar
Então eu vou, então eu vou
Então eu vou pra Camacan!

Belo Horizonte, 30 de Maio de 2009

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Belo Horizonte




Música: "Envelheço na Cidade", composição de Edgard Scandurra, Ira!
Texto de: Deiber Nunes Martins

Envelheço na Cidade

Mais um ano que se passa
Mais um ano sem você
Já não tenho a mesma idade
Envelheço na cidade...

Essa vida é jogo rápido
Para mim ou prá você
Mais um ano que se passa
Eu não sei o que fazer...

Juventude se abraça
Se une prá esquecer
Um feliz aniversário
Para mim ou prá você...

Feliz aniversário
Envelheço na cidade...(3x)

Feliz aniversário!...

Meus amigos, minha rua
As garotas da minha rua
Não os sinto, não os tenho
Mais um ano sem você...

As garotas desfilando
Os rapazes a beber
Já não tenho a mesma idade
Não pertenço a ninguém...

Juventude se abraça
(Faz de tudo) prá esquecer
Um feliz aniversário
Para mim ou prá você...

Feliz aniversário
Envelheço na cidade...(3x)

Feliz aniversário!


Hoje é o o meu dia. Trinta anos passados e agora sinto a necessidade de recomeçar. Muitas alegrias, muitas conquistas e realizações. Mas também muitos fracassos, muitas decepções. Tudo bênção! A cada situação vivida, a cada conquista, a cada fracasso, eu pude me rever, pude me reencontrar. Cada minuto de minha vida teve e tem um propósito e esta é a alegria.
Hoje, completando 31 anos, quero agradecer a Deus pelo dom da vida. Pela oportunidade de estar aqui. Mas também quero relebrar com carinho de todos os bons momentos vividos. Se hoje eu tenho um desejo gostoso de voltar no tempo e viver a vida simples de um dia só, é porque foi muito bom. E porque num determinado momento de minha vida, minhas decisões me causaram afastamento daquela fase. Mas eu quero vivê-la novamente, hoje com a maturidade dos meus 31 anos.
Meu maior presente hoje é a vida e a saúde. Hoje, meu caminho me leva ao matrimônio. E também me leva à paternidade. Em breve serei marido e pai e isso me encanta. E este encantamento não se deve só pelas circunstâncias mas também pela emoção de viver em breve situações que eu nunca imaginei vivê-las. Então, o meu maior presente e o peço a Nosso Senhor Jesus, é a vida e a saúde, pra poder viver estes momentos. Eu não tenho pretensões de uma vida longeva. O estilo de vida que levo, sei lá, talvez me dê outros trinta anos ou um pouco mais ou menos. Enfim, como estou nas mãos de Deus, desejo o tempo que Ele me der. Então, desejo viver este tempo com muito amor. A cada dia me convenço mais de que o amor é a base de tudo. E sendo a base, é dele que virá a felicidade.
Se Deus confia a mim a dádiva de ser esposo, chefe de família e pai, é porque me ama. E este amor deve ser traduzido em minha vida para os outros. Esta é a minha meta, o alto. E para o alto, para o céu, preciso olhar ainda mais para os lados, para os outros. Ao mesmo tempo que meu tempo é curto, meu tempo é hoje. Preciso hoje fazer o que esperam amanhã.
Obrigado, Senhor pela dádiva da vida, pela emoção de ser em breve esposo e pai. Mesmo que não seja nas circunstâncias que eu queria, que eu desejava, estou feliz. Porque o Senhor permite ao me usar que duas vidas se tornem uma e que novas vidas surjam ao longo de minha história. Estou feliz pelo meu dia. Obrigado, meu Senhor!

Belo Horizonte, 29 de Maio de 2009.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Ouro Preto




Música: "Uma Vida Só", Pe. André Luna, SCJ
Texto de: Deiber Nunes Martins

Conte uma história, de felicidade
Fale dos tempos de amor
Quando os dias demoravam a passar
E as horas se perdiam...

Lembra aquele dia, sem correr
Antes de a gente levantar
Com jeito de domingo
Todo mundo, o cheiro do café
E a vontade de ficar mais um pouco...

Quero voltar no tempo e lembrar
A vida simples de um dia só
Pois eu preciso respirar de novo
O que foi bom faz bem a vida inteira
Os sentimentos não voltam, eu sei
Mas a gente muda...

Levanta! É hora de acordar! Só falta você!
É triste quando a gente perde tempo
Não sabendo, viver
É bem melhor quando se ama de verdade
E aproveita uma vida só
Porque a vida pode não dar outra chance...


Amigos, é sempre bom dizer o quanto esta música é importante para mim. O quanto esta música traduz a minha história. Porque eu não posso negar, tenho saudades do tempo de antigamente. Sem nenhum saudosismo ou melancolia, apenas tenho saudade do tempo onde eu era feliz e não sabia.
Tenho saudades do tempo de criança. Naqueles dias, eu não me cobrava tanto e nem me punia por conta dos resultados. Era um tempo lúdico, onde pude aprender e desenvolver habilidades ímpares. Não considero que tenha perdido tempo. Também não vejo como me arrepender de alguma coisa. Simplesmente foram tempos bons que não mais voltarão.
É como o amigo que partiu e não deu mais notícias. Ou como aquela despedida doída no saguão do aeroporto. Você quer ficar ou você quer ir junto. Vem um nó na garganta, uma vontade louca de explodir o pranto, de chorar e chorar. A despedida nos faz perceber que a pessoa que foi não voltará do jeito que está indo. Há um pedaço nela que fica com a gente. E assim são os bons tempos. Eles não voltarão. Talvez você se permita um revival. Mas nunca será do jeito de antes. Então, você encontra aquele amigo de outrora, mas não tem a mesma graça de antes. As brincadeiras de hoje são mais maduras e o humor de ambos não é o mesmo. O entrosamento parece enferrujado, perdido, ressecado. A vida e o tempo faz isso com a gente.
Sempre que eu escutar esta música do padre, me remeterei ao tempo que não volta. Não com a saudade apaixonada, mas com um desejo de fazer diferente hoje. Para que amanhã eu venha a sentir saudade dos tempos, de ontem. "Uma Vida Só" me leva a um caminho tortuoso das reminiscências... Aquele amor não correspondido, aquele gol perdido, aquela alma lavada... Tudo me faz pensar... Pensar no tempo presente. Eu sou feliz e ainda não sei.

Belo Horizonte 28 de maio de 2009.

Cairo


Por Deiber Nunes Martins

Se eu pudesse escolher, faria algumas escolhas interessantes. Gostaria de pensar num lugar para ir. Numa cidade pra conhecer. Gostaria de conhecer outras culturas, outros povos e países. Gostaria de fazer tanta coisa! Infelizmente, minha vida não permite escolhas. Já tenho os pacotes prontos e preciso me adaptar a eles. Como TV a cabo que você para assistir ao canal que gosta, precisa pagar por aquele que não te interessa. A vida às vezes é assim.
Um pacote de TV a cabo. Onde fui buscar esta alegoria? Talvez seja o fato de que o serviço que contratei está me dando dores de cabeça... Mas bem, nem sempre podemos escolher... Certa vez, li em algum lugar que a pessoa estava abrindo mão de suas escolhas, para que as pessoas que amava pudessem escolher. A vida não é feita de escolhas pra todo mundo. Hoje você abre mão, amanhã você pode dar as cartas.
Confesso que gostaria sim, de viajar. Conhecer Mônaco, a cidade dos sonhos. Gostaria de passear por Santiago, conhecer Buenos Aires. Gostaria de desembarcar no aeroporto O’Hare em Chicago. Só pra saber se é o aeroporto mais bonito do mundo... Mas não só viajar. Gostaria de poder passar ao menos um dia, sem me deparar com injustiças. Sem reconhecer que para os poderosos é de um jeito e para os pobres de outro. Gostaria sim. Gostaria de ver algum dia o meu trabalho dar algum tipo de resultado. E poder ver os frutos deste trabalho. Ao menos um dia eu gostaria de parar ao invés de ficar o tempo todo em tudo, correndo atrás do meu próprio rabo...
Uma das coisas que mais me fascina em Deus, é que Ele não faz acepção de pessoas. Assim, posso chegar a uma capela e ver uma “formiguinha” sentada num mesmo banco que um executivo. Posso ver jovens e idosos, ricos e pobres, negros e brancos, todos num mesmo propósito: adorar o Senhor. Fascina-me ver que num mundo de diferenças, Deus é um só. E nos chama a ser um também.
Se a minha vida não foi feita de escolhas, é porque Deus quer escolher por mim. E isto me basta. Sinceramente, eu queria ver um mundo diferente. Nem sempre posso ser dono das escolhas. Mas sempre posso ser propriedade de Deus. Esta é a única escolha que importa. E com ela, eu continuo a caminhar.

Belo Horizonte, 27 de maio de 2009.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Nova York



Por Deiber Nunes Martins

Fico a pensar em nossa história, nos dias futuros. Não sou de viver o passado e por isso, quando penso em nós dois, vou além. Além do nosso tempo. E pensando no futuro, resolvi escrever este texto. Sem nenhum nexo ou motivo, mas tudo bem. Esta é a minha semana e ao menos neste tempo posso me dar a este luxo...
Eu poderia pensar em tantas ocasiões com minha amada. Tantos momentos vividos, tanta coisa boa! Nossa, eu teria todos os motivos para divagar sobre o passado. Mas atualmente, ao olhar minha querida e futura esposa, eu só consigo vislumbrar o futuro. Um tempo diferente que só pode ser imaginado. E certamente, não será como a imaginação. Mas será bom. Qualquer tempo, mesmo que fora do meu controle, fora da minha imaginação e razão tem tudo para ser bom. Primeiro, porque creio no poder de Deus em minha vida e na vida dos meus. Segundo, porque ao lado da Bi todas as coisas serão boas. Até mesmo uma topada em uma pedra. Tenho a convicção de que sofreremos muito. E falo isso com ela. Mas por outro lado, tenho a certeza de que o sofrimento que eu escolho enfrentar será bálsamo para nossas vidas. Eu tenho a consciência de que ao lado de Bi, teremos inúmeras batalhas a enfrentar. Mas tenho a certeza de que estaremos unidos. Um doado ao outro e nesta doação, Deus estará presente. Com a sua graça e com seu amor. Fruto desta doação serão nossos filhos. Hoje, eu começo a pensar na dádiva de ser pai. É um momento único na vida de uma pessoa. Ter um pedacinho seu em um novo ser, o filho. Ainda não tenho a dimensão desta felicidade. Mas a cada dia que passa, mais viva fica esta realidade em mim.
Por isso penso no futuro. Tento planejar o melhor para minha vida porque sei que o meu melhor será o melhor para meus filhos. Esta verdade está presente em nossas vidas, minha e da Bi. Mas acima disso, o meu melhor será o melhor para ela, minha futura esposa. E o melhor dela, o meu melhor. Seremos um só.
Assim, qualquer tempo no futuro será tempo de bênçãos. Será abençoada cada fração de segundo do futuro porque mesmo sendo pecador, mesmo dando minhas cabeçadas e buscando a todo custo me afastar no plano de amor de Deus, Ele me ama. E em seu infinito amor, o que vier será lucro. Com o foco no Senhor é que penso o meu futuro. Se serei um bom filho, um bom marido, um bom amigo, um bom funcionário, um bom pai, isto minhas obras se encarregarão de dizer. O que importa é o amor com que Deus me ama e me preenche. A ponto de vislumbrar um futuro santo. Seja ele qual for.
A minha amada, apenas digo o seguinte: te amo ontem, hoje, amanhã e sempre!

Belo Horizonte, 26 de maio de 2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Chicago



Por Deiber Nunes Martins

Precisamos de um tempo para nós...
Um tempo assim para não fazer nada
Um tempo pra te ver
Um tempo pra ser visto
Precisamos de um tempo para nós...

Há tanto tempo anseio te ver
Meu desejo foge de mim, se perde ao longe
E nos completa, nas ondas do amor
Nosso tempo sempre curto
Ilusão pra muitos, para nós a realidade...

Precisamos de um tempo
Dar um tempo,
Ter um tempo,
Tempo de amar-nos
Tempo de reencontro...

Você é minha vida e eu sei que sou a sua
Precisamos de um tempo, um tempo todo nosso
Precisamos matar esta saudade
Que invade nosso ser e se faz verdade
Precisamos de um tempo para nós...

O tempo tem sido o inimigo
Roubando vontades e desejos,
Deixando a vontade de se ver de novo
Precisamos transformá-lo em aliado
Que ele conduza o nosso eterno amor...

Tempo, tempo, tempo, é o que tanto preciso!
Tempo pra te amar, tempo pra te ver
Tempo de sentir você e ser sentido também
Enquanto eles precisam dar um tempo
Nós precisamos dar um tempo para nós...

Precisamos de mais tempo para amar.

Belo Horizonte, 25 de maio de 2009.

domingo, 24 de maio de 2009

Bruxelas


Por Deiber Nunes Martins

Acaba esta saudade do meu peito
Eu preciso insanamente de um café bem forte
Pra espantar a morte, e tudo mais que tenha feito
Nesta história não há lugar pra tanta sorte...

Verdade é o que vivi nesta cidade
A tristeza é só um lugar ainda não visitado
Eu tenho amado, tenho sofrido, de verdade
E com a felicidade minha vida tem flertado.

O amor que eu busquei está bem perto
Preciso agora acabar com esta dor
Um amor assim tão natural e tão certo
Preciso agora me render a este sabor.

Mas eu vou ficar bem, vou viver sim
Meu amor me leva, me guia me conduz
E a cruz, estará pertinho de mim
Eu sempre precisarei de uma luz.

Amor, felicidade é ter você comigo
Serei mais eu com você do meu lado
Tenho sonhado, mas o sonho é meu amigo
Somos espelhos vivendo o amor tão esperado.

Belo Horizonte 24 de maio de 2009

Semana das Cidades

Esta semana, semana do meu aniversário, resolvi dedicar as cidades. Lugares como quaisquer outros, onde pessoas vivem, pessoas nascem, crescem, enfim vivem suas vidas um dia de cada vez.
A esta semana, a começar deste domingo, 24 de maio, darei o nome aqui neste blog de Semana das Cidades.
A todos, meu abraço!
Deiber Nunes Martins.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Coitada da Rotina...


Por Deiber Nunes Martins

As pessoas se reúnem nos bares, nos clubes ou em programas de televisão para discutir a crise. Mas a crise que estou falando é outra: não é a crise financeira e sim a crise da família, a crise do casamento.
Não conheço as estatísticas, mas ouvi de uma amiga, uma mulher bem feminista e radical em relação às famílias, que o número de divórcios hoje é superior ao de casamentos na maior parte do mundo. Eu que sou um cético convicto, não creio muito neste lance de amostragem e margem de segurança: acho que a amostra sempre pode estar manipulada, enviesada, contaminada.
Mas ficam algumas idéias em minha mente. Por que o casamento é hoje uma instituição falida, como apregoam artistas e personalidades importantes na TV? Eu que estou prestes a me casar, não tenho respostas para esta pergunta. Mas tenho idéias...
Primeiramente, o casamento tem sido mostrado e evidenciado como um contrato social. Um contrato onde as duas partes se comprometem a realizar cada um a sua parte no acordo, sob a vigilância até mesmo extremada de órgãos e agências de regulação e controle. E neste ponto, saem de cena as ANAC, ANATEL e ANEEL da vida para tomarem suas posições, pais, mães, sogros, sogras, irmãos, irmãs, tios, tias, primos, primas, enfim, família. A cada casal que se decide pelo casamento é uma luta! O pai pressiona de um lado, a sogra pressiona do outro. O sogro se coloca indiferente quando na verdade está querendo esganar o genro intruso que lhe rouba o diamante precioso. A sogra se enche de mimos com a nora, quando na verdade gostaria de esganá-la pelo mesmo crime. Família...
Mas na verdade, a família exerce certo tipo de pressão sobre os noivos porque ela (família) sabe que está em xeque. Os tempos modernos, a era digital, o Big Brother, as mulheres-fruta, enfim, tudo representa oposição a família e esta padece. Está falida. Com os dias contados, a cada casal de namorados que decidem ficar noivos, um fio de esperança renasce.
A vida é rude, o sistema, brutal. Casais enfrentam crises antes mesmo de se casarem. No noivado, as brigas já aparecem. As crenças se misturam e viva a maldita diferença! Um correndo para um lado o outro para o outro. Ninguém se entende. Acabam se casando. E acabam se separando a seguir.
Quando não se separam, ficam a filosofar sobre a existência deste ser único, formado por dois - marido e mulher. A seguir um típico modelo "receita de bolo", um texto apócrifo cunhado na internet, um libelo de auto-ajuda aos casais:
O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher. O segredo no fundo é renovar o casamento e não procurar um casamento novo.
Renovar o casamento e não procurar um novo. O que isso quer dizer? Fugir da rotina, o bode expiatório dos divórcios. É fácil dizer: não suporto rotina. É um daqueles chavões de pessoas em estado completo de mediocridade tipo, "meu defeito é ser perfeccionista".
É fácil colocar a culpa na rotina quando um casamento não dá certo. Quando um casal se divorcia, é comum uma das partes dizer que a rotina matou o casamento. Mas será que esta mesma parte que se queixa da rotina, experimentou a Graça da empatia (colocar-se na posição do outro)? Se na Igreja, junto do padre, o casal se transforma em uma só carne, porque tamanha dificuldade em serem empáticos um com outro? Talvez seja porque quando casam, o fazem por si mesmos e não pelo outro a quem dizem amar...
O texto apócrifo ainda fala sobre sair pra dançar, viajar em segunda lua de mel... Bom, eu não sei dançar, então to lascado! Quantas famílias vivem com um salário mínimo, menos de quinhentos reais? Viajar como? Ainda mais em lua de mel? Existem situações profiláticas que não se aplicam ao todo. É como o médico que insiste naquela dieta de comer frutas raras e caras, como se o paciente tivesse nascido em berço esplendido. Ninguém pensa que o cara pode ser um capitão de indústria. Então as soluções apresentadas são fantasiosas, ou então pra serem vividas no País das Maravilhas.
Falta pensar um no outro. Não é preciso pensar que estão de caso novo quando na verdade o caso é único. O "papo é reto" quando Deus une, nada separa. Eu vou ficar inventando bobeira? Caso novo com a mesma mulher? Bobagem desvairada... A cada dia que passa mais casais se rendem as práticas mundanas. Acreditam que uma relação apimentada pela pornografia, pela prostituição, pelas casas de swing, orgias e afins, renovarão o casamento. Quantos casais geram lucros aos sex-shops, pelo simples ato de pensar o sexo como um processo de renovação contínua, de mudança contínua. Tipo aquelas tecnologias japonesas que infestaram as empresas na década de oitenta.
Enfim, tudo em busca de matar a rotina. Matar a tal repetição diária. A vida é uma rotina. Deus criou o sol para marcar o dia e a lua para marcar a noite e nunca mudou isso. Se Deus não gostasse da rotina, cada dia começava com um sol diferente.
É preciso aos casais viverem a harmonia do amor. É preciso viver o matrimônio, a doação. Um precisa carregar o outro sempre. Hoje eu não estou bem, respeite o meu mal-humor, amanhã eu te compenso com o carinho que faltou hoje... É preciso voltar-se para o outro, envolver-se no universo do outro, para que ele(a) não se sinta sozinho(a). A pior solidão é aquela que você vive com você mesmo. E o outro não se importa. A pior dor é aquela que não dói, mas que gera indiferença. O pior amor é aquele que não se vive, se diz. Ou nem isso.
O casamento tem falido porque o egocentrismo tem lucrado. Enquanto se coloca a culpa na rotina da vida que nada tem a ver, o mundo egoísta vai ensinando suas práticas nefastas, cultivando a mágoa, o ressentimento, o divórcio, advogados, argh! E coitada da rotina... acaba pagando o pato.

Belo Horizonte, 13 de Maio de 2009


Belo Horizonte, 13 de Maio de 2009

domingo, 10 de maio de 2009

Pegadas da tua Ausência


Pe. Fábio de Melo

Tua presença meu Senhor posso notar
Vejo as pegadas que deixaste
Em nosso altar
Onde em mistério tu te mostras
Sem que os olhos possam ver
Mas o percebe o coração que sabe crer

Crer que o altar é o lugar da comunhão
Onde humano e divino dão-se às mãos
E os sabores desta terra
Se misturam aos do céu
Frutos da vida que nos mostram
Quem tu és

Te adorarei, Senhor, de todo coração
Te louvarei, te bendirei
Te glorificarei, Senhor
E enquanto espero e tua volta
Eu volto aqui
Te receber em mim eterniza a minha vida

Tua presença meu Senhor posso sentir
Vejo as pegadas que deixaste
Em meu jardim
Onde as belezas desta terra
Prenunciam as do céu
Só pode ver o coração que sabe crer

Crer que o eterno neste tempo já se faz
E a vida humana neste altar é muito mais
Nele antecipa-se à chegada
De quem nunca se ausentou
Pois a saudade é uma forma de ficar.


Meu Senhor, quando não falas, é que eu te escuto mais claramente. No silêncio da vida, no quarto escuro em uma noite mal dormida, no silêncio do Sacrário ou simplesmente no contemplar da natureza, é que suas palavras mais ecoam em meus ouvidos. Perdão, Senhor, por nem sempre te escutar. Perdão Senhor, por deixar os atropelos da minha vida, a volúpia dos meus pensamentos, passarem a frente dos teus conselhos.
Obrigado Senhor, por me mostrar que em meio a ausência humana, com tanto egoísmo, desamor e indiferença, há a Tua presença. Que a cada dia mais, eu possa ser um instrumento Teu. Muito obrigado, Senhor.

Dona Otília

(Homenagem às mães)

Por Deiber Nunes Martins

Minha história com mamãe sempre foi de muito amor. Com seu jeito amável, ela foi modelando tudo o que eu sou hoje e principalmente, Dona Otília é a responsável direta pelo coração que tenho. Ela me ensinou a agir com amor em tudo o que eu fizer. E mais ainda, me ensinou a ser filho.
Se o expresso da minha vida está se encaminhando para novas estações, minha mãe tem boa parte de culpa. Nunca me esquecerei dos seus esforços pelos meus estudos, do seu empenho em me preparar para a vida. Graças a ela, pude perceber o quão importante é fazer a diferença na vida do outro. Pois ela fez a diferença na minha vida.
Tive todas as oportunidades e todos os caminhos possíveis para seguir. Mas devo a minha mãe a sabedoria de seus conselhos. Quantas e quantas noites em claro, conversando, divagando sobre a vida e sobre o mundo. Graças a estas conversas, eu hoje estou aqui. E bem ou mal, mesmo com alguns tropeços, fiz as melhores escolhas que poderia fazer. E graças a Dona Otília tenho maximizado os meus acertos e minimizado os meus erros.
Ah os erros. Nem sempre a gente acerta. E boa parte dos meus erros, aconteceram quando deixei de lado os conselhos de mamãe. Ou quando não dei ouvidos ao que ela dizia. Meus arrependimentos não foram do erro em si e sim de ter perdido a oportunidade de escutar a sabedoria de minha amada mãe.
A senhora, Dona Otília, todo o meu incondicional amor. Peço perdão se em algum momento deixei de ser um bom filho. E digo neste dia todo teu, o quanto preciso da senhora. Novas batalhas eu vislumbro pela frente. Mas meu coração segue tranqüilo, porque caminha no compasso do teu, minha mãe. Que a Virgem Maria, exemplo maior de mãe possa te encher de bênçãos, de saúde e de vida. Mãe, eu te amo!
A todas as mães, que com amor incondicional doam suas vidas por teus filhos, um feliz dia das mães. Que Deus abençoe a todas vocês.


Belo Horizonte, 10 de maio de 2009.

sábado, 9 de maio de 2009

Nem Sempre Acontece

Por Deiber Nunes Martins

Em meus devaneios,
Penso em cada coisa
E me esqueço do principal
Estamos lutando há dias
Pelo que é certo
Mas eu só queria satisfazer uma vontade
Ter você aqui esta noite
Venha para mim
Eu preciso de você
Não me deixe aqui sozinho
Nós somos espelhos um do outro
E nos encontramos um no outro
Mas nem sempre tudo sairá como planejamos
Enfrentamos o mal todos os dias
Você e eu, pode dar certo
Dois em um só coração
Eu não preciso que me digam o que fazer
Nem o que dizer
Só preciso do seu olhar
Em minha direção
E nada mais
Eu preciso de mais um tempo
Não posso ficar assim
Veja, o que vai ser de mim?
Se você é o horizonte que tanto almejo
Você é a razão da minha vida
E eu não sei mais viver sem você
Eu tenho apenas uma esperança
Não me deixe aqui sozinho!
Nem sempre as coisas saem como o planejado
As vezes não saem
Mas é o melhor que eu posso fazer
Tente entender
E aceitar
Eu te amo.

Belo Horizonte, 09 de Maio de 2009.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A torcida atleticana é um barato


Por Deiber Nunes Martins

Quem não mora em Minas, talvez não conheça a marca registrada deste Estado: a torcida atleticana. Ser torcedor do Galo é um barato! Sofremos com a derrota, sobretudo as mais acachapantes e para o rival azul. Mas insistimos. O Atlético é algo que está impregnado no nosso sangue, no nosso DNA, na nossa alma. Perdemos de cinco para os refrigerados e na semana seguinte, já estamos de novo, com radinho no ouvido torcendo para o Galo Doido.
Quarta-feira, vagão de metrô em Belo Horizonte, dez e meia da noite. Dezenas de pessoas, em sua maioria, jovens voltando da escola. E a maioria com fonezinho no ouvido. Cada pessoa, cada um absorto em seus pensamentos, em suas músicas em suas vidas. Ou então com a atenção grudada no jogo de futebol.
Era o Galo no Mineirão, enfrentando o Vitória da Bahia. Coitado do Vitória! Quando é que seu time vai ver uma torcida como a nossa? Alegre, vibrante e fiel. Mesmo diante dos três “cocos” que havíamos tomado no Barradão na semana anterior. O atleticano tem alma, tem paixão. Ele respira Clube Atlético Mineiro. Mesmo quem não curte futebol, pode curtir o Atlético. Muitos, torcem para o Galo, por causa da torcida. Mas o Atlético é como um parente bem próximo: seja como for, nós o amamos.
Pois bem. Naquele jogo difícil, na ânsia de furar o ferrolho baiano, uma retranca descabida e o jogo asqueroso dos baianos, fazendo cera até no minuto de silêncio, todo torcedor atleticano sabia que era importante naquela situação, fazer o primeiro gol antes dos trinta minutos iniciais. E ele veio. Jogada bem feita, conclusão de Renan para o gol vazio. Galo um a zero.
Foi então que o momento mágico aconteceu. Momentos como este é que fazem o torcedor cruzeirense, rasgar-se de inveja mesmo com um título ganho em cima de nós debaixo do braço. No momento do gol, todo o vagão pulou de alegria. Parecia um jogo de copa do mundo. Cruzeirenses e os demais passageiros, alheios ao jogo, tentavam se fazer indiferentes, mas não conseguiam. A torcida do galo contagia. E quando se percebe, todo mundo tá cantando o hino. Até um jovem com a camisa da Máfia Azul tamborilou com as pontas dos dedos no banco, o hino alvinegro.
O jogo terminou três a zero para nós. Foi para os penais. E nos pênaltis deu Vitória. Mas quem disse que o torcedor atleticano se deixa abater? Hoje nas ruas de nossa Belo Horizonte, via-se mais camisas alvinegras que as azuis. Ser torcedor do Galo é um barato!

Belo Horizonte, 07 de maio de 2009

O Expresso


Por Deiber Nunes Martins

Seguindo em velocidade constante, com paradas bem calculadas e destinos desconhecidos, segue o expresso da minha vida. Não sei por onde vai passar, nem onde a viagem terá seu fim. Mas suspeito onde e quando vai ser a próxima parada: no lugar ideal do meu repouso e as vésperas da primavera.
Amigos alegrem-se! É o meu expresso chegando. Quase sempre não visto. Quase sempre esquecido. Mas sempre constante, sempre presente e com a pontualidade do Céu. Eu não sei o que vai acontecer amanhã, não sei quais desafios serão encontrados nos trilhos. Mas sei que a próxima estação vai chegar. Ela está no alto de um morro e tem uma imagem de São Sebastião dentro dela. E meu coração me diz que nesta estação vou encontrar a Mulher da minha vida. Então, eu preciso aqui mesmo, no meio do caminho, me preparar. Ir me arrumando. Penteando os cabelos, lavando meu rosto amarrotado. Vestindo minha roupa de baile e indo ao vagão restaurante comer alguma coisa, pois ninguém é de ferro. Eu quero muito isso.
O expresso está chegando. Em breve. Que Deus possa conduzir esta viagem e fazer com que tudo saia conforme a Sua vontade. Porque se não, o trem não chega e se descarrila no meio do caminho. É assim que acontece quando tiram Jesus do comando. Fica ai no controle, meu Jesus. Tu és o maquinista do Expresso da minha vida. E sempre vai ser. Com Tuas mãos no controle deste trem eu fico tranqüilo. A espera do meu amor. Apenas confesso, Senhor, estou ansioso e minhas mãos trêmulas e suadas. Mas louvado seja, meu Deus! Chegaremos em breve, à próxima parada.

Belo Horizonte, 07 de maio de 2009.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Espelhos


Por Deiber Nunes Martins

Você e eu somos espelhos
E o mundo podemos mudar
Lutamos contra tudo e contra todos
Um amor distante, um lugar.

Venha comigo,
Renuncie-se
Renda-se,
Ame-me.

Temos tanto a fazer, tanto a sentir
Somos espelhos neste louco amor
Sou o teu retrato pendurado na parede
Sua dor é igual a minha dor.

A vontade que tenho é de ir pra longe
A um lugar distante de mim
Onde nada possa alcançar
A um lugar onde o amor não tenha fim.

Se você quiser vir
Eu te levarei para longe de nós dois
Para longe, bem distante
E o lugar nós vemos depois.

Você diz que eu não te entendo
Você não diz o que está sentindo
Eu sofro com suas dores
Eu sou feliz sem estar sorrindo.

Venha comigo, me entenda
Sinta o que eu sou e espero
Me encha de amor, eu preciso
Meu Deus que desespero!

Situação,
Decepção,
Separação,
Desolação
Traição,
Condenação,
Intenção,
Agressão...

Compreensão, perdão, redenção...

Se você vier,
Seremos um só nesta jornada
Somos espelhos um do outro
E você é tão esperada!

Mas enquanto você não vem
Eu te procuro, eu te preciso, eu te amo
Em meus sonhos, você está chegando
E nas manhãs eu sempre te chamo.

Belo Horizonte, 01 de Maio de 2009.