sábado, 10 de maio de 2008
Conversa com o Espírito Santo
Por Deiber Nunes Martins
Precisávamos conversar mais, ter mais oportunidades, mas talvez tenha me faltado alguma coisa para isso. Quem sabe, não fosse o momento propício e eu tivesse que vivenciar processos sem me dar conta da sua presença. Agora, este texto é uma breve introdução a uma série de diálogos que desejo travar contigo.
Ainda não sou capaz de entender completamente o mistério da sua misericórdia e bondade para saber o porquê de tanto me esperar, o porquê de tanto sofrer com minha ignorância, minha indiferença à tua amizade, à tua presença. De todo modo, peço-vos perdão pela minha incapacidade de entender a contento que em todo o momento, estás comigo e não me deixas sozinho. A todo o momento, és Tu quem me acolhe e quem prepara o caminho para o meu aprendizado na vida.
Esta semana foi muito produtiva em relação a nós. Gostaria de dizer que aprendi muito. Aprendo sempre contigo, mas esta semana foi a primeira de muitas em que reconheço esta verdade. Não por mal, mas por pouco conhecer-te. Espero poder consertar isso.
Uma coisa interessante é o fato de que por alguma razão que me foge do alcance de entendimento, estivemos tanto tempo bem próximos e sem nos falarmos. Em todo esse tempo, você sabe, o que eu mais buscava era você quem podia me dar. Agora, me sinto feliz porque pode ser diferente. E posso empreender a caminhada sabendo onde encontrar o que precisar. Em você.
Não tenho nada a lhe oferecer em troca. Mas tenho a mim mesmo. Sei que o plano não é meu e posso assim viver melhor minha realidade. Tenho de aprender agora é pedir vossos dons. Pedir o que tens para mim. E humildemente oferecer tudo o que sou a você. Será assim que seu plano se realizará em minha vida. Só lhe peço paciência, se por vezes eu me exasperar, como foi ontem.
Tinha aquele dia nas mãos e joguei quase todo fora. Gastei energia por demais, tentando pôr pra fora minhas frustrações, meus medos e angústias. Como fui teimoso! Mas você, Santo Espírito é tão bom que me faz melhor até mesmo nas minhas teimosias. Na tentativa de me explicar e de tentar entender, fui apresentando tudo o que sou a minha amada. Pra que ela saiba o quão fraco eu sou. Não entendo a sua lógica, mas sei onde ela me levará. E então, entendo que ali, tu estavas bem presente. Tanto do lado dela, quanto do meu. Tu presenciou o choro de minha amada. Viu o que ela sentia. E fez o mesmo comigo. Sabes muito bem o que senti. Em um dado momento, você percebeu que eu me desesperei. Então tu começou a me acalentar.
Acho que esta quarta, foi o começo das coisas. O começo da nossa história. Como bem sabes, não estou preparado. Mas Tu és o meu Deus, o Deus em que confio a minha vida. E se me queres assim, despreparado, muitas vezes imaturo, incapaz de aceitar uma simples brincadeira, às vezes, é porque Tu sabes o plano e onde eu me encaixo nele.
O que ficou desta quarta foi que não devemos ser definitivos em nossa história. Não podemos murmurar com coisas do tipo, "NADA pra mim dá certo.”; "NUNCA vou conseguir.”; “Meus planos NUNCA dão certo." etc... As palavras definitivas não são tuas, Senhor. Assim, que não a acolhamos. Outra coisa importante é que até mesmo em cima das minhas certezas, preciso me calar e ser humilde para aceitar a posição do outro. Se eu estiver errado, Santo Espírito, me corrija. Que no momento da certeza de minha opinião, que eu consiga acolher a opinião do outro, diferente da minha. E que no tempo certo, esta opinião, estando errada, eu tenha uma maneira saudável de mostrar. E estando correta, eu tenha mais uma vez a humildade de reconhecer o meu erro.
Ontem, sexta-feira, foi uma festa e tanto, não foi! Refiro-me a Vigília de Pentecostes. Que momento abençoado, que noite abençoada! Só você sabe o quanto sofri pra conseguir manter-me acordado, para vencer o sono e poder vigiar bem, esta noite. Que os frutos que eu recebi nesta festa, eu possa transmiti-los às outras pessoas, para que outras Vigílias aconteçam e mais e mais pessoas possam viver.
Meu bom amigo, tenho muito a partilhar sobre a Vigília, mas vou deixar para a nossa próxima conversa, no tempo breve. Obrigado pelos seus dons em nossas vidas e por sua infinita bondade e misericórdia.
Belo Horizonte, 10 de maio de 2008.
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