sábado, 31 de maio de 2008
Quem está feliz diga: NÓS!
Por Deiber Nunes Martins
Uma das coisas que mais me encantam em Jesus é que Ele não quer que estejamos sozinhos. Em nossa caminhada, Jesus sempre propõe que sejamos humildes e reconheçamos que não somos auto-suficientes. Precisamos depender uns dos outros e realmente dependemos, porque não somos completos. Jesus nos mostra isso na realidade da família. O exemplo da família de Nazaré, onde José, Maria e Jesus, cada um, tinha o seu papel para a família e para a humanidade nos mostra a essência da companhia. O próprio casamento, onde a mulher completa o homem e vice e versa, é uma necessidade do ser humano, preenchida.
Deus não nos quer sozinhos. É um fato. Deus não quis o homem sozinho, na Criação da humanidade. E não te quer hoje sozinho. No entanto, é preciso reconhecer-se dependente do amor do outro, assim como do amor de Deus. Esta realidade é que nos leva além, no plano de Deus. Mas para que não seja o Eu e sim o Nós, a imperar em nossas vidas, é preciso ser companheiro a todo o tempo. É preciso se alegrar com a vitória do outro. É preciso estar junto. É preciso chorar junto, se preciso for.
Em dois tempos. Primeiro, certa vez um professor de marketing disse como conselho a quem queria ser bem sucedido na carreira, que o ideal de vida a ser levado é se aproximar das pessoas que estão numa boa e rejeitar discretamente, as que não estão. Pois alto astral atrai sucesso e baixo astral, fracasso. Pois é, Sr. professor, Deus me ensina ver além da sua idéia egoísta. Deus ensina que a pessoa de bem com a vida me faz estar também, mas a de mal com a vida, mas faz ver que posso ajudá-la. E ajudar.
Segundo, quando estamos em grupo, temos um papel e uma missão. Podemos ir além na vida do outro e o outro em nossa vida. Podemos nos completar. Assim, faz sentido estar junto, faz sentido ser o nós e não o eu sozinho. No entanto, é preciso tomar cuidado com a ilusão de estar sempre acompanhado. Pois existem pessoas que têm aversão a ficarem sozinhas e assim, vão se empurrando em direção as outras, em busca de amizades de fachada que não representam nada a não ser o desfrutar de uma companhia. Certa vez uma amiga minha, entrou neste processo de procurar todo tipo de companhia para evitar a solidão. O resultado foram o cultivo de algumas amizades duradouras e de outras totalmente indesejáveis.
Enfim, estar junto é o que há, todavia é importante em momentos, cultivar o estar sozinho, a solidão. Pois é na solidão que encontramos o maior tempo possível para bater aquele papo com Deus e nos dizer a Ele. Certamente, podemos ter um milhão de amigos mas é salutar com esse milhão de amigos na agenda do celular, encontrar um tempinho para se estar sozinho, para se estar com Deus.
A felicidade passa por aí. Quem está feliz diga nós!
Belo Horizonte, 31 de Maio de 2008.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Meu Presente de Aniversário
Por Deiber Nunes Martins
Amanhã é meu aniversário e quero deixar este texto para reflexão. Vou completar 30 anos daqui a poucas horas. Nestes 30 anos muitas emoções eu vivi. Mas vou garantir a vocês, que nenhuma delas se compara com as emoções que estou vivendo neste momento. O amor bateu-me a porta e mal a abri e ele já foi entrando, intenso, vigoroso, glórias a Deus!
A cada dia sinto-me mais imerso neste amor. A todo tempo, penso nesta Minina, respiro esta Minina. A realidade mais bela da minha vida. A razão dos meus dias. A pessoa que me completa. A Mulher que me faz pensar somente nela e em mais nenhuma outra. Estando perto ou longe, ela está aqui, do meu lado. A posso sentir aqui do meu lado e ela está a mais de mil quilômetros de mim. Não conheço a estrada do amor, mas Deus me conduz por ela.
O que me faz entender que sou dela e que vamos ficar juntos por toda a vida e também na eternidade é que Deus nos aproximou e se sente feliz vendo nós dois juntos. Uma das coisas mais importantes que já vivi nesta minha vida, foi sentir o amor de Deus presente em mim. Em um momento que o que eu tinha era o meu choro. E no segundo seguinte, eu tinha o amor de Bárbara, minha Minina.
Quando Bi me disse que eu tinha que prestar atenção ao que Deus queria de mim, eu fiquei desconcertado. Como vou saber? Como vou ouvir? Eu não sabia. Então me coloquei a seus Pés em adoração. E não senti nada. Mas senti tudo numa frase que veio a minha mente e martelou por todo aquele momento de fé: "Sou teu amigo!" Sim, Jesus me dizia naquela frase que era meu amigo. E que estava comigo e com Bárbara, nos apoiando e assim ficaria para sempre.
A confirmação deste momento veio ao final do momento de adoração, quando o padre disse a seguinte frase: "Jesus é seu amigo."
Parece ser confuso meu relato, mas é assim mesmo. Não dá pra dissociar o amor de Deus e Deus do amor. Nossa história com Deus é feita de amor e o meu amor pela Bárbara tem o toque de Deus. Eu a amo com a minha vida e ela, ela é o meu presente de aniversário. Eu preciso agradecer a Deus por toda a minha vida e também por toda a eternidade, por Ele tem sido misericordioso e bondoso comigo a ponto de colocar em meu caminho, minha amada Bi.
Orquídea, obrigado por você existir e me deixar ser teu jardineiro. Você mora no meu coração e é parte viva de mim. Sem você serei incompleto. Com você, seremos um. E o amor, o amor, é o meu presente de aniversário. Obrigado por este presente! Te amo!
Amanhã é meu aniversário e quero deixar este texto para reflexão. Vou completar 30 anos daqui a poucas horas. Nestes 30 anos muitas emoções eu vivi. Mas vou garantir a vocês, que nenhuma delas se compara com as emoções que estou vivendo neste momento. O amor bateu-me a porta e mal a abri e ele já foi entrando, intenso, vigoroso, glórias a Deus!
A cada dia sinto-me mais imerso neste amor. A todo tempo, penso nesta Minina, respiro esta Minina. A realidade mais bela da minha vida. A razão dos meus dias. A pessoa que me completa. A Mulher que me faz pensar somente nela e em mais nenhuma outra. Estando perto ou longe, ela está aqui, do meu lado. A posso sentir aqui do meu lado e ela está a mais de mil quilômetros de mim. Não conheço a estrada do amor, mas Deus me conduz por ela.
O que me faz entender que sou dela e que vamos ficar juntos por toda a vida e também na eternidade é que Deus nos aproximou e se sente feliz vendo nós dois juntos. Uma das coisas mais importantes que já vivi nesta minha vida, foi sentir o amor de Deus presente em mim. Em um momento que o que eu tinha era o meu choro. E no segundo seguinte, eu tinha o amor de Bárbara, minha Minina.
Quando Bi me disse que eu tinha que prestar atenção ao que Deus queria de mim, eu fiquei desconcertado. Como vou saber? Como vou ouvir? Eu não sabia. Então me coloquei a seus Pés em adoração. E não senti nada. Mas senti tudo numa frase que veio a minha mente e martelou por todo aquele momento de fé: "Sou teu amigo!" Sim, Jesus me dizia naquela frase que era meu amigo. E que estava comigo e com Bárbara, nos apoiando e assim ficaria para sempre.
A confirmação deste momento veio ao final do momento de adoração, quando o padre disse a seguinte frase: "Jesus é seu amigo."
Parece ser confuso meu relato, mas é assim mesmo. Não dá pra dissociar o amor de Deus e Deus do amor. Nossa história com Deus é feita de amor e o meu amor pela Bárbara tem o toque de Deus. Eu a amo com a minha vida e ela, ela é o meu presente de aniversário. Eu preciso agradecer a Deus por toda a minha vida e também por toda a eternidade, por Ele tem sido misericordioso e bondoso comigo a ponto de colocar em meu caminho, minha amada Bi.
Orquídea, obrigado por você existir e me deixar ser teu jardineiro. Você mora no meu coração e é parte viva de mim. Sem você serei incompleto. Com você, seremos um. E o amor, o amor, é o meu presente de aniversário. Obrigado por este presente! Te amo!
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Vivir Sin Aire
Composição: Maná
Cómo quisiera poder vivir sin aire
Cómo quisiera poder vivir sin agua
Me encantaría quererte un poco menos.
Cómo quisiera poder vivir sin ti
Pero no puedo, siento que muero,
me estoy ahogando sin tu amor.
Cómo quisiera poder vivir sin aire
Cómo quisiera calmar mi aflicción
Cómo quisiera poder vivir sin agua
Me encantaría robar tu corazón.
¿Cómo pudiera un pez nadar sin agua?
¿Cómo pudiera un ave volar sin alas?
¿Cómo pudiera la flor crecer sin tierra?
Cómo quisiera poder vivir sin ti.
Pero no puedo, siento que muero,
me estoy ahogando sin tu amor.
Cómo quisiera...
Cómo quisiera lanzarte al olvido
Cómo quisiera guardarte en un cajón
Cómo quisiera borrarte de un soplido
Me encantaría matar esta canción.
Emoções de um Fim de Semana
Por Deiber Nunes Martins
O final de semana prolongado passou e deixou no ar a indefectível sensação de quero mais. Ainda mais que todo ele foi passado nos braços da amada, lá em solo baiano. Deus meu, esta minina tá me fazendo apaixonar pela Bahia...
Era uma da manhã quando desembarquei no Aeroporto Jorge Amado, na bela cidade de Ilhéus. Que coisa maravilhosa! Saí de BH sentindo frio, com a blusa nos ombros e fui recebido num clima agradável na Bahia. Acabei me sentindo um peixe fora d’água diante daquele calor todo do litoral e eu um mineiro saído de frio outono! Coisas do nosso Brasil abençoado por Deus...
Fico maravilhado ao chegar em Ilhéus. É a minha segunda chegada, a emoção é a mesma, mas sentir a cabeceira da pista do aeroporto rompendo com o mar revolto de uma noite quente de outono baiano, faz com que minha alma se agigante, se revigore. Quando a aeronave toca o solo baiano, meu coração dispara. O clima baiano começa a inundar meu ser ainda dentro do avião. É impressionante! Mas o coração dispara não pelo clima baiano e sim pela baiana à minha espera...
Tão logo deixo a angustiante sala de embarque, passo os olhos à espera de minha amada. Tanta gente à sua frente, não consigo de início, vê-la. Uns dois passos mais e ali está! Minha linda com um sorriso só dela e os braços abertos também. O fim da espera e da saudade são selados num abraço apaixonado, só nosso! Deus é mais!
Tanta coisa pra partilhar e tantas alegrias pra compartilhar! Tenho tanta coisa e ela também tem tanta coisa pra dizer. Como é bom estar junto! Após um longo inverno, estamos juntos fisicamente de novo! É bom demais! Minha neguinha está linda! Cada vez mais linda! E eu cada vez mais apaixonado!
Esta viagem tem uma razão especial. Além de ser o meu presente de aniversário, o melhor deles, com todo respeito aos outros, é um momento importante em nossa história: o momento de selar nosso compromisso de em breve sermos um só. Desejava por isso desde que voltei da Bahia, na primeira vez, mas precisávamos amadurecer a idéia, ela precisava conhecer minha realidade aqui em Minas e precisávamos da bênção de Deus e dos nossos pais. Após receber as bênçãos de meu futuro sogro, não tive mais nenhuma dúvida: é Deus que faz o momento e o momento é agora! Sim, a Graça é de Deus e ela é agora! “Hoje é o Tempo da Graça...”, como diz o Eros em sua música. E nós, Bi e eu, tomamos posse deste tempo.
Ainda tenho muito a partilhar, muito neste espaço aqui. Mas também muito a viver deste novo tempo, o tempo do noivado. Que Deus possa continuar nos abençoando, e nos dando a graça do reencontro a cada dia. Que a ponte aérea Ilhéus – BH possa continuar contribuindo para o estreitamento da distância e para matar a saudade, que já se faz enorme, e só faz algumas horas que deixei minha amada Bi no Aeroporto de Ilhéus! Mas dentro da aeronave, afivelando o cinto de segurança, eu já pensava: “Como eu gostaria de um beijinho a mais de despedida...”
Belo Horizonte, 26 de maio de 2008.
sábado, 17 de maio de 2008
Além do Horizonte
Letra e Música: Roberto Carlos
Por Deiber Nunes Martins
Além do Horizonte deve ter
Algum lugar bonito
Prá viver em paz
Onde eu possa encontrar
A natureza
Alegria e felicidade
Com certeza...
Lá nesse lugar
O amanhecer é lindo
Com flores festejando
Mais um dia que vem vindo...
Onde a gente pode
Se deitar no campo
Se amar na relva
Escutando o canto
Dos pássaros...
Aproveitar a tarde
Sem pensar na vida
Andar despreocupado
Sem saber a hora
De voltar...
Bronzear o corpo
Todo sem censura
Gozar a liberdade de uma vida
Sem frescura...
Se você não vem comigo
Tudo isso vai ficar
No Horizonte
Esperando por nós dois...
Se você não vem comigo
Nada disso tem valor
De que vale um paraíso
Sem Amor...
Além do Horizonte
Existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Prá gente se amar...
Nas proximidades do grande dia, dia do reencontro com meu amor, dia de matar toda a saudade que está quase me matando, penso nesta música e nas verdades que ela contém. As vezes nos esquecemos das pequenas coisas boas da vida, fruto de uma rotina caótica e cheia de pressa que temos.
Não dá tempo de pensarmos além do horizonte de nossas vidas. Ficamos cercados em nossos medos, nossas preocupações, nossas dúvidas e receios. uMas devemos ir além. Devemos ir além do horizonte buscar nossa esperança. Infelizmente, o mundo tenta nos cercar e tirar esta esperança de nós. Mas é além do horizonte de nós mesmos que está a nossa felicidade, o nosso lugar.
Que possamos olhar além de nós mesmos. E que possamos amar além do que amamos. Para que Deus seja realidade em nossas vidas para o benefício dos outros. E que nesta realidade, olhando adiante sem se esquecer de tudo o que somos, possamos fazer a diferença no mundo.
Por Deiber Nunes Martins
Além do Horizonte deve ter
Algum lugar bonito
Prá viver em paz
Onde eu possa encontrar
A natureza
Alegria e felicidade
Com certeza...
Lá nesse lugar
O amanhecer é lindo
Com flores festejando
Mais um dia que vem vindo...
Onde a gente pode
Se deitar no campo
Se amar na relva
Escutando o canto
Dos pássaros...
Aproveitar a tarde
Sem pensar na vida
Andar despreocupado
Sem saber a hora
De voltar...
Bronzear o corpo
Todo sem censura
Gozar a liberdade de uma vida
Sem frescura...
Se você não vem comigo
Tudo isso vai ficar
No Horizonte
Esperando por nós dois...
Se você não vem comigo
Nada disso tem valor
De que vale um paraíso
Sem Amor...
Além do Horizonte
Existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Prá gente se amar...
Nas proximidades do grande dia, dia do reencontro com meu amor, dia de matar toda a saudade que está quase me matando, penso nesta música e nas verdades que ela contém. As vezes nos esquecemos das pequenas coisas boas da vida, fruto de uma rotina caótica e cheia de pressa que temos.
Não dá tempo de pensarmos além do horizonte de nossas vidas. Ficamos cercados em nossos medos, nossas preocupações, nossas dúvidas e receios. uMas devemos ir além. Devemos ir além do horizonte buscar nossa esperança. Infelizmente, o mundo tenta nos cercar e tirar esta esperança de nós. Mas é além do horizonte de nós mesmos que está a nossa felicidade, o nosso lugar.
Que possamos olhar além de nós mesmos. E que possamos amar além do que amamos. Para que Deus seja realidade em nossas vidas para o benefício dos outros. E que nesta realidade, olhando adiante sem se esquecer de tudo o que somos, possamos fazer a diferença no mundo.
Um Erro não se Paga por Outro
Por Dalton González, Deiber Nunes Martins e Erick Santiago
Um erro é sempre um erro. E não justifica outro erro. Sempre viverei com isso. Este é um lamento a respeito do que podia ter feito àquele homem, meu cruel algoz. O meu arrependimento é não ter dado a ele a piedade que me foi negada. Foi um erro, mas eu aprendi com ele.
Tudo começou há quinze anos atrás. Ainda me lembro do momento em que me apaixonei a primeira vista por Juliana. Era ela a flor mais linda naquela plataforma da estação. Uma linda manhã de sol, apesar do rigoroso inverno. O trem se aproximava lentamente e eu do outro lado da estação. Sob protestos furiosos dos funcionários da companhia ferroviária, saltei a pequena mureta de cercava os trilhos do trem, atravessei-os a poucos metros da locomotiva e num lépido salto já estava na plataforma, pertinho de Juliana, a razão do meu desatino. De perto, ela era ainda mais linda, com os olhos negros arregalados revelando sua surpresa ante minha aventura. Ao perceber tudo, deu ela um lindo sorriso que eu nunca esquecerei.
Seis meses depois estávamos casados e mais um ano depois, tínhamos nosso filho, José. José era uma criança linda e tinha que ser mesmo, afinal tinha todos os traços formosos da mãe. Era um menino que havia nascido para nos dar muitas alegrias. E era mesmo, a alegria da casa. Crescia como todas as outras crianças, alegre e travesso, mas também muito inteligente e bem disposto. Era o motivo de todo nosso orgulho.
Não sou capaz de descrever a minha felicidade naqueles tempos. Éramos pobres, mas éramos felizes. E eu tinha tudo o que precisava para viver. Como eu amava Juliana e José. Eram a melhor parte de mim. Por isso, ainda hoje eu não entendo como sou capaz de existir sem a minha melhor parte.
Era uma tarde de outono e uma brisa gelada sibilava na janela. Eu havia acabado de chegar do trabalho, estava muito cansado e por isso me deixei cair sobre o sofá que tínhamos na sala. Percebi que o mundo girava ao meu redor e tentei me ajeitar por ali, pegando o jornal daquele dia e folheando-o, na tentativa de manter-me acordado, a espera de minha esposa e meu filho, que voltavam da casa do meu sogro. Queria estar acordado na hora em que chegassem mas não consegui e acredito eu que em poucos minutos estava no mais profundo sono.
Acordei terrivelmente agitado por um angustiante pesadelo. Olhei ao redor e estava tudo escuro. Passavam das três da manhã e o vento outrora sibilante na janela era quase ensurdecedor. Fazia muito frio e ali naquela sala começou o meu fim, o meu drama. Era certo que Juliana ainda não havia retornado e não haviam motivos para que ela não o fizesse. Esta certeza exasperou meu coração e após uns instantes comecei a confirmar todos os fantasmas e pensamentos ruins que se avolumavam em minha mente. Meu sogro ficou preocupado com minha ligação e me disse ter se despedido da filha ainda no início da noite. Liguei para amigos e todos regateavam meu sossego, dizendo não saber de Juliana, nem do meu filho. Minha última ligação trouxe o desespero quando uma das amigas de Juliana, disse que tinha passado a noite esperando por minha mulher, com quem tinha marcado um lanche.
Daí em diante minha cabeça começou a girar vertiginosamente e tudo de ruim parecia se transportar da minha mente, para minha vida. Ao final daquela manhã de sexta-feira, recebi a notícia: minha esposa e filho jaziam mortos.
Nada mais fazia sentido. Não conseguia chorar, não conseguia me mover, estava eu completamente em estado de choque. Recuperei um pouco dos sentidos um dia após o funeral, quando descobri que Juliana e meu filho José, haviam sido mortos pela imprudência de um jovem advogado, filho de pessoas ricas e influentes da minha cidade. Este rapaz, dirigindo sob o efeito de drogas e álcool, completamente embriagado, havia avançado o passeio, atropelado e matado a minha família, a melhor parte de mim. Começava então o meu maior e mais terrível desafio.
Os dias que se seguiram foram angustiantes e pareciam não ter fim. Não tinha forças para comer, andar, dormir, não tinha forças para nada. Apenas uma coisa povoava minha mente e todo o meu ser: fazer aquele rapaz pagar pelo que me fez. Ele tinha tirado a minha vida e deveria pagar por isso.
Sabia eu que a influência política de seus familiares impediria qualquer punição contra ele. E realmente assim o foi. Então tratei de planejar um meio de fazer justiça com minhas próprias mãos. Mas não sabia como fazer e em minha primeira tentativa de acabar com a vida dele, fui descoberto e preso por tentativa de assassinato.
Passaram-se cinco anos até que eu tivesse outra oportunidade. Desta vez, eu já sabia como fazer e não haveria fracasso. Queria vê-lo morto por tudo o que ele me tinha feito. Eu acreditava que acabando com aquele infeliz, daria um fim em toda aquela amargura, em todo aquele sofrimento que vivia. Ledo engano.
Engano que fui entender tempos depois. Talvez eu nunca me esqueça das últimas palavras daquele pobre coitado me dizendo:
“Não há uma noite que eu vá dormir sem me lembrar do mal que fiz a sua esposa e filho. Por isso, eu não posso mais viver. Não tenho o direito a vida, uma vida que eu nunca dei valor...”
Aquelas eram palavras que não me causaram nada, naquele momento. Tão cego de ódio estava, que não as compreendi. Elas ecoaram em minha mente sob a forma dos tiros que disparei naquele garoto. Ainda me lembro dele caindo com olhar resignado e o sangue a jorrar pela sua boca. Ainda me lembro disso. E talvez eu nunca me esqueça.
Um erro não justifica outro erro. Hoje eu sei. Mas não foi da melhor maneira que aprendi. Se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria. Mas não para julgar que não tenho direito à vida, como aquele garoto inconseqüente julgou. O meu querer era poder mostrar a ele que sim, ele tinha o direito a vida. Assim como eu o tenho, assim como Juliana e José também o tinham. Um erro não se paga por outro.
Belo Horizonte, 17 de maio de 2008.
Um erro é sempre um erro. E não justifica outro erro. Sempre viverei com isso. Este é um lamento a respeito do que podia ter feito àquele homem, meu cruel algoz. O meu arrependimento é não ter dado a ele a piedade que me foi negada. Foi um erro, mas eu aprendi com ele.
Tudo começou há quinze anos atrás. Ainda me lembro do momento em que me apaixonei a primeira vista por Juliana. Era ela a flor mais linda naquela plataforma da estação. Uma linda manhã de sol, apesar do rigoroso inverno. O trem se aproximava lentamente e eu do outro lado da estação. Sob protestos furiosos dos funcionários da companhia ferroviária, saltei a pequena mureta de cercava os trilhos do trem, atravessei-os a poucos metros da locomotiva e num lépido salto já estava na plataforma, pertinho de Juliana, a razão do meu desatino. De perto, ela era ainda mais linda, com os olhos negros arregalados revelando sua surpresa ante minha aventura. Ao perceber tudo, deu ela um lindo sorriso que eu nunca esquecerei.
Seis meses depois estávamos casados e mais um ano depois, tínhamos nosso filho, José. José era uma criança linda e tinha que ser mesmo, afinal tinha todos os traços formosos da mãe. Era um menino que havia nascido para nos dar muitas alegrias. E era mesmo, a alegria da casa. Crescia como todas as outras crianças, alegre e travesso, mas também muito inteligente e bem disposto. Era o motivo de todo nosso orgulho.
Não sou capaz de descrever a minha felicidade naqueles tempos. Éramos pobres, mas éramos felizes. E eu tinha tudo o que precisava para viver. Como eu amava Juliana e José. Eram a melhor parte de mim. Por isso, ainda hoje eu não entendo como sou capaz de existir sem a minha melhor parte.
Era uma tarde de outono e uma brisa gelada sibilava na janela. Eu havia acabado de chegar do trabalho, estava muito cansado e por isso me deixei cair sobre o sofá que tínhamos na sala. Percebi que o mundo girava ao meu redor e tentei me ajeitar por ali, pegando o jornal daquele dia e folheando-o, na tentativa de manter-me acordado, a espera de minha esposa e meu filho, que voltavam da casa do meu sogro. Queria estar acordado na hora em que chegassem mas não consegui e acredito eu que em poucos minutos estava no mais profundo sono.
Acordei terrivelmente agitado por um angustiante pesadelo. Olhei ao redor e estava tudo escuro. Passavam das três da manhã e o vento outrora sibilante na janela era quase ensurdecedor. Fazia muito frio e ali naquela sala começou o meu fim, o meu drama. Era certo que Juliana ainda não havia retornado e não haviam motivos para que ela não o fizesse. Esta certeza exasperou meu coração e após uns instantes comecei a confirmar todos os fantasmas e pensamentos ruins que se avolumavam em minha mente. Meu sogro ficou preocupado com minha ligação e me disse ter se despedido da filha ainda no início da noite. Liguei para amigos e todos regateavam meu sossego, dizendo não saber de Juliana, nem do meu filho. Minha última ligação trouxe o desespero quando uma das amigas de Juliana, disse que tinha passado a noite esperando por minha mulher, com quem tinha marcado um lanche.
Daí em diante minha cabeça começou a girar vertiginosamente e tudo de ruim parecia se transportar da minha mente, para minha vida. Ao final daquela manhã de sexta-feira, recebi a notícia: minha esposa e filho jaziam mortos.
Nada mais fazia sentido. Não conseguia chorar, não conseguia me mover, estava eu completamente em estado de choque. Recuperei um pouco dos sentidos um dia após o funeral, quando descobri que Juliana e meu filho José, haviam sido mortos pela imprudência de um jovem advogado, filho de pessoas ricas e influentes da minha cidade. Este rapaz, dirigindo sob o efeito de drogas e álcool, completamente embriagado, havia avançado o passeio, atropelado e matado a minha família, a melhor parte de mim. Começava então o meu maior e mais terrível desafio.
Os dias que se seguiram foram angustiantes e pareciam não ter fim. Não tinha forças para comer, andar, dormir, não tinha forças para nada. Apenas uma coisa povoava minha mente e todo o meu ser: fazer aquele rapaz pagar pelo que me fez. Ele tinha tirado a minha vida e deveria pagar por isso.
Sabia eu que a influência política de seus familiares impediria qualquer punição contra ele. E realmente assim o foi. Então tratei de planejar um meio de fazer justiça com minhas próprias mãos. Mas não sabia como fazer e em minha primeira tentativa de acabar com a vida dele, fui descoberto e preso por tentativa de assassinato.
Passaram-se cinco anos até que eu tivesse outra oportunidade. Desta vez, eu já sabia como fazer e não haveria fracasso. Queria vê-lo morto por tudo o que ele me tinha feito. Eu acreditava que acabando com aquele infeliz, daria um fim em toda aquela amargura, em todo aquele sofrimento que vivia. Ledo engano.
Engano que fui entender tempos depois. Talvez eu nunca me esqueça das últimas palavras daquele pobre coitado me dizendo:
“Não há uma noite que eu vá dormir sem me lembrar do mal que fiz a sua esposa e filho. Por isso, eu não posso mais viver. Não tenho o direito a vida, uma vida que eu nunca dei valor...”
Aquelas eram palavras que não me causaram nada, naquele momento. Tão cego de ódio estava, que não as compreendi. Elas ecoaram em minha mente sob a forma dos tiros que disparei naquele garoto. Ainda me lembro dele caindo com olhar resignado e o sangue a jorrar pela sua boca. Ainda me lembro disso. E talvez eu nunca me esqueça.
Um erro não justifica outro erro. Hoje eu sei. Mas não foi da melhor maneira que aprendi. Se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria. Mas não para julgar que não tenho direito à vida, como aquele garoto inconseqüente julgou. O meu querer era poder mostrar a ele que sim, ele tinha o direito a vida. Assim como eu o tenho, assim como Juliana e José também o tinham. Um erro não se paga por outro.
Belo Horizonte, 17 de maio de 2008.
A história da Lagarta
Postado no Blog Orquídea
Texto de complemento: Deiber Nunes Martins
Imagine uma lagarta. Passa grande parte de sua vida no chão,
olhando os pássaros, indignada com seu destino e com sua forma.
"Sou a mais desprezível das criaturas", pensa.
"Feia, repulsiva, condenada a rastejar pela terra."
Um dia, entretanto, a Natureza pede que faça um casulo.
A lagarta se assusta - jamais fizera um casulo antes.
Pensa que está construindo seu túmulo, e prepara-se para morrer.
Embora indignada com a vida que levou até então,
reclama novamente com Deus.
"Quando finalmente me acostumei,
o Senhor me tira o pouco que tenho."
Desesperada, tranca-se no casulo e aguarda o fim.
Alguns dias depois, vê-se transformada numa linda borboleta.
Pode passear pelos céus, e ser admirada pelos homens.
Surpreende-se com o sentido da vida e com os desígnios de Deus.
(Autoria Desconhecida)
Este texto foi postado pela Bi em seu Blog e veio de encontro com uma situação que a deixou triste. Bom, este é o ambiente do texto, um texto de autoria desconhecida mas que vem nos ensinar muita coisa. As vezes precisamos compreender que o planejado por nós nem sempre é o mais adequado em nossas vidas. A lagarta queria ser bonita e atraente, mas Deus tem o plano Dele e no momento certo, acontece. Não do jeito que ela pensou, mas do jeito Dele. E certamente é o melhor jeito.
Não tenho medo de planejar. Na verdade, planejo minha vida desde pequeninho. O gostoso disso tudo é muitas vezes ver que o plano não vai funcionar, mas que posso refazê-lo ao contexto em que estou vivendo. Quantas vezes meus melhores momentos não foram frutos de desvios em meus planos, ou de planos não concretizados? É por isso que eu só posso agradecer a Deus por tudo o que Ele tem feito em minha vida.
Ontem mesmo foi assim. Fui a um lugar na certeza de que resolveria uma coisa e não consegui. Não foi possível. Meus planos passavam pela resolução daquele problema mas não foi possível. De todo modo, Deus não me deixou voltar de mãos abanando. Consegui angariar informações para meus planos e vou refazê-los. Mantenho o foco no que estou buscando, mas Deus me ensina cada passo e quando dou um passo errado, Ele me ajuda a corrigir. Muitas vezes, Deus me indica o casulo a construir e vou em frente. Peçamos a Deus a sabedoria necessária para construirmos os casulos que Deus quer que construamos. É assim que alcançamos nossos objetivos. É assim que nossos planos se realizam.
Obrigado, Bi, pelo seu texto e pelo seu amor incondicional. Este também é o meu amor por você.
Belo Horizonte, 17 de Maio de 2008
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Diálogos com o Espírito Santo
Por Deiber Nunes Martins
Caríssimo amigo, que semana abençoada esta última que passou! Confesso que ao seu final, estou maravilhado diante das inúmeras bênçãos e também inúmeras provações pelas quais passei, durante estes dias. Foram momentos intensos, onde experimentei duas sensações distintas. De um lado, a tua presença e de outro a incrível sensação da tua ausência, tentando me dominar. Sinto-me feliz por estar aqui e por ter superado esta semana tão difícil.
A certeza da semana abençoada, cheia de graças veio com o início do Cerco de Jericó, lá na Missão Mundo Novo. Ali, de frente ao Santíssimo, todas as esperanças foram depositadas e assim como aquele pão se transfigura no Corpo de Cristo, em Cristo Eucarístico, assim, tais esperanças se transfiguraram em certezas.
Mas não poderia mesmo ser fácil a caminhada. Na quarta-feira, fui tomado por momentos ruins. Tive desentendimentos com pessoas no meu trabalho. Desentendimentos bobos, não fui capaz de aceitar brincadeiras. Acabei não me permitindo rir de mim mesmo e perdir o tempo, a oportunidade de ser mais simpático aos outros. Como se não bastasse, na parte da tarde, não fui capaz de entender o que minha namorada queria me dizer e acabei ficando irritado pela minha incapacidade de compreender, como se isso fosse uma lástima. Não percebi que agindo assim, com tamanha exasperação, eu a deixava entristecida do outro lado, uma vez que ela não tinha como me ajudar e não tinha como explicar melhor pra mim o que sentia. Um problema banal de comunicação, fruto da distância - mais de 1000 km nos separam fisicamente. E sentimos isso na comunicação precária via internet.
Enfim, coisas que parecem ser bobas, foram tentando me derrubar, e quase conseguiram. Mas Deus é mais forte e poderoso que todos os meus problemas, que todos os meus males. É nesta verdade que eu me seguro. E com ela vou em frente. Após uma semana turbulenta cheia de conflitos internos, externos e tudo o mais, estava cansado, completamente esgotado, na sexta-feira. Mas tinha a Vigília de Pentecostes, onde falei a mim mesmo que iria custasse o que custasse. E fui. Como foi bom! Ali, eu percebi o quanto Deus vai nos curando, o quanto Ele se manifesta no meio de nós. Quantas bênçãos derramadas! Quantas pessoas ali chegaram entristecidas, arrasadas e saíram respirando aliviadas, mesmo cheias de olheiras ao final da manhã. Foi uma noite linda, que requer alguns relatos mais detalhados. De todo modo, neste texto, quero mencionar aquele jovem todo sujo, sentado no último banco da Igreja. Ele estava ali, mas era como se não estivesse. Totalmente alheio ao que acontecia, o jovem ficou aquela noite toda de cabeça baixa. Mas ao final da noite, certamente, alguma coisa ficou para ele, daquilo tudo. Confesso que rezei por ele. Rezei para que em algum momento, ele encontrasse naquela noite, uma porta, uma porta mesmo que estreita, para a sua saída.
Não o conheci pessoalmente, não tive oportunidade de falar-lhe, mas sei que Deus queria ele ali e não só o queria ali, como queria também que ele fosse tocado. Ao final da Vigília, olhei para o banco e não o vi. Ele se tinha ido. Mas certamente, não era o mesmo que havia entrado. Talvez sua vida ainda continua difícil. Viver na rua, no frio, não é fácil. Mas que este rapaz tenha ali, naquela Igreja, te encontrado, meu amigo Santo Espírito. E se assim o foi, fico tranquilo, pois não há quem não te encontre que fique o mesmo. Você sempre muda para a melhor a todas as pessoas.
Ao final desta semana, após a Vigília de Pentecostes, vejo o derramamento de Ti sobre as pessoas. Muitas delas, nem sabem. Ainda são incapazes de sentir, mas já são instrumentos Vosso. Canais das suas graças. Que Deus abençôe a todos nós.
Belo Horizonte, em 13 de janeiro de 2008.
sábado, 10 de maio de 2008
Conversa com o Espírito Santo
Por Deiber Nunes Martins
Precisávamos conversar mais, ter mais oportunidades, mas talvez tenha me faltado alguma coisa para isso. Quem sabe, não fosse o momento propício e eu tivesse que vivenciar processos sem me dar conta da sua presença. Agora, este texto é uma breve introdução a uma série de diálogos que desejo travar contigo.
Ainda não sou capaz de entender completamente o mistério da sua misericórdia e bondade para saber o porquê de tanto me esperar, o porquê de tanto sofrer com minha ignorância, minha indiferença à tua amizade, à tua presença. De todo modo, peço-vos perdão pela minha incapacidade de entender a contento que em todo o momento, estás comigo e não me deixas sozinho. A todo o momento, és Tu quem me acolhe e quem prepara o caminho para o meu aprendizado na vida.
Esta semana foi muito produtiva em relação a nós. Gostaria de dizer que aprendi muito. Aprendo sempre contigo, mas esta semana foi a primeira de muitas em que reconheço esta verdade. Não por mal, mas por pouco conhecer-te. Espero poder consertar isso.
Uma coisa interessante é o fato de que por alguma razão que me foge do alcance de entendimento, estivemos tanto tempo bem próximos e sem nos falarmos. Em todo esse tempo, você sabe, o que eu mais buscava era você quem podia me dar. Agora, me sinto feliz porque pode ser diferente. E posso empreender a caminhada sabendo onde encontrar o que precisar. Em você.
Não tenho nada a lhe oferecer em troca. Mas tenho a mim mesmo. Sei que o plano não é meu e posso assim viver melhor minha realidade. Tenho de aprender agora é pedir vossos dons. Pedir o que tens para mim. E humildemente oferecer tudo o que sou a você. Será assim que seu plano se realizará em minha vida. Só lhe peço paciência, se por vezes eu me exasperar, como foi ontem.
Tinha aquele dia nas mãos e joguei quase todo fora. Gastei energia por demais, tentando pôr pra fora minhas frustrações, meus medos e angústias. Como fui teimoso! Mas você, Santo Espírito é tão bom que me faz melhor até mesmo nas minhas teimosias. Na tentativa de me explicar e de tentar entender, fui apresentando tudo o que sou a minha amada. Pra que ela saiba o quão fraco eu sou. Não entendo a sua lógica, mas sei onde ela me levará. E então, entendo que ali, tu estavas bem presente. Tanto do lado dela, quanto do meu. Tu presenciou o choro de minha amada. Viu o que ela sentia. E fez o mesmo comigo. Sabes muito bem o que senti. Em um dado momento, você percebeu que eu me desesperei. Então tu começou a me acalentar.
Acho que esta quarta, foi o começo das coisas. O começo da nossa história. Como bem sabes, não estou preparado. Mas Tu és o meu Deus, o Deus em que confio a minha vida. E se me queres assim, despreparado, muitas vezes imaturo, incapaz de aceitar uma simples brincadeira, às vezes, é porque Tu sabes o plano e onde eu me encaixo nele.
O que ficou desta quarta foi que não devemos ser definitivos em nossa história. Não podemos murmurar com coisas do tipo, "NADA pra mim dá certo.”; "NUNCA vou conseguir.”; “Meus planos NUNCA dão certo." etc... As palavras definitivas não são tuas, Senhor. Assim, que não a acolhamos. Outra coisa importante é que até mesmo em cima das minhas certezas, preciso me calar e ser humilde para aceitar a posição do outro. Se eu estiver errado, Santo Espírito, me corrija. Que no momento da certeza de minha opinião, que eu consiga acolher a opinião do outro, diferente da minha. E que no tempo certo, esta opinião, estando errada, eu tenha uma maneira saudável de mostrar. E estando correta, eu tenha mais uma vez a humildade de reconhecer o meu erro.
Ontem, sexta-feira, foi uma festa e tanto, não foi! Refiro-me a Vigília de Pentecostes. Que momento abençoado, que noite abençoada! Só você sabe o quanto sofri pra conseguir manter-me acordado, para vencer o sono e poder vigiar bem, esta noite. Que os frutos que eu recebi nesta festa, eu possa transmiti-los às outras pessoas, para que outras Vigílias aconteçam e mais e mais pessoas possam viver.
Meu bom amigo, tenho muito a partilhar sobre a Vigília, mas vou deixar para a nossa próxima conversa, no tempo breve. Obrigado pelos seus dons em nossas vidas e por sua infinita bondade e misericórdia.
Belo Horizonte, 10 de maio de 2008.
terça-feira, 6 de maio de 2008
Sou Um Milagre
Música: Banda Louvor e Glória
Letra: Carlos A. Moysés
Por: Deiber Nunes Martins
Nunca houve noite que pudesse impedir
O nascer do sol, e a esperança
E não há problema que possa impedir
As mãos de Jesus pra te ajudar (2x)
Haverá um milagre dentro de mim
Vem descendo o rio pra me dar a vida
Este rio que emana lá da cruz,
Do lado de Jesus.
Aquilo que parecia impossível
Aquilo que parecia não ter saída
Aquilo que parecia ser minha morte
Mas Jesus mudou minha sorte
Sou um milagre estou aqui.
Usa-me sou o teu milagre
Usa-me eu quero te servir
Usa-me sou a tua imagem
Usa-me oh filho de Davi.
Sim, eu sou um milagre. Nada do que hoje eu sou, eu não seria se não fosse por obra e graça de Deus. Não sou nada mas Nele, em Jesus, eu sou tudo. Sou o milagre Dele.
E sendo o seu milagre, Senhor, me coloco ao teu dispor para o que o Senhor quiser e desejar de mim.
Não me pertenço porque antes disso o Senhor me amou e me quis aqui onde estou, em meio aos meus, minha família, em minha casa, em minha cidade. O Senhor me quer ao lado de minha amada, o Senhor me quer em meu trabalho como Analista Ambiental. O Senhor me quer onde eu estou. Sou um milagre, Senhor e estou aqui. E sou o que o Senhor quer de mim.
Quando caminhamos com Deus, o que é impossível, o que não tem saída, é a oportunidade do Senhor se manifestar na vida dos outros. Porque quem vê os nossos problemas, as nossas aflições, muitas vezes não imagina que vamos vencer. Alguns até esperam o momento da nossa queda com prazer. Mas quando caminhamos com Deus e em Deus, a vitória Dele ilumina a vida das outras pessoas que vivem no escuro.
Eu sou um milagre em tuas mãos, Senhor. Mas o meu irmão também é. Todos nós somos. Somos um milagre e estamos aqui. Que possamos entender o Senhor e o seu plano de amor e assim sempre dar o nosso Sim a Ele. Jesus muda a minha sorte a cada segundo da minha vida. E mesmo quando estou no pecado, Ele muda a minha sorte com o seu perdão. E eu posso voltar. E eu posso de novo estar aqui. E em sua misericórdia, eu sou o milagre Dele.
Belo Horizonte, 06 de Maio de 2008.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Até o Fim
Por Deiber Nunes Martins
Música: Engenheiros do Hawai
Letra: Humberto Gessinger
Não vim até aqui
Pra desistir agora!
Entendo você
Se você quiser ir embora...
Não vai ser a primeira vez
Nas últimas 24 horas
Mas eu não vim até aqui
Pra desistir agora!...
Minhas raízes estão no ar
Minha casa é qualquer lugar
Se depender de mim
Eu vou até o fim...
Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento
Se depender de mim
Eu vou até o fim...
Eu não vim até aqui
Pra desistir agora!
Entendo você
Se você quiser ir embora
Não vai ser a primeira vez
Nas últimas 24 horas...
Ainda não se curva
Noite adentro
Vida afora!
Toda vida
O dia inteiro
Não seria exagero
Se depender de mim
Eu vou até o fim...
Cada célula
Todo fio de cabelo
Falando assim
Parece exagero
Mas se depender de mim
Eu vou até o fim...
Não vim até aqui
Pra desistir agora
Eu não vim até aqui
Pra desistir agora!...
Esta música é reflexo dos meus dias. Sábado à noite fiquei refletindo muito sobre ela. Vejo que estou em um caminho longo, marcado por desfiladeiros e pedras por todo lado. Em certas horas, percebo que não posso errar porque um erro por menor que seja coloca tudo a perder. Não há tempo para reclamar o cansaço, é preciso caminhar. Mas ainda assim procuro febrilmente um meio de me tranqüilizar...
Que fique claro que assim como na música, eu não vim até aqui, eu não cheguei onde cheguei, pra de uma hora pra outra desistir. Infelizmente, reconheço-me na condição de compreender que o caminho é difícil, a ponto de que seria normal ser abandonado no meio dele. É um risco que vou correr e que preciso correr. Mas Deus vai além neste meu caminho.
Senhor, que seja seu o caminho. E que também seja seu, o caminhar. Que nada eu faça por mim mesmo, mas que tudo eu o faça pelo Senhor. Deus meu, que pela intercessão de São Miguel eu não erre o caminho e que todas as barreiras sejam em teu Poder derrubadas, para que eu possa pra sempre testemunhar teus feitos a todos que encontrar. Obrigado, Senhor, pela alegria da caminhada, mesmo que por vezes, ela seja feita na dor. Muito obrigado, Senhor.
Belo Horizonte, 05 de Maio de 2005.
Sofrendo de Tabela - Um Desabafo
Por Deiber Nunes Martins
Manhã desta segunda-feira. Acordo num sobressalto. O relógio havia despertado há tempos e era certeza de que eu estava atrasado. Levanto num salto, preparando-me psicologicamente para isso. Tento afastar da mente o princípio básico contido em meu manual de instruções de que acordar nas segundas-feiras é ruim e ainda que acordar atrasado numa segunda-feira é pior ainda. E enfrente vou tropeçando ao banheiro.
Meu banho não é demorado e em pouco tempo estou de volta ao quarto. Sento-me na cama, ainda quente e fico desolado. Era terrível ter de abandoná-la assim. Ainda mais em uma noite em que mal dormi. Olho com tristeza para a cama e lembro-me de que tanto ela quanto o travesseiro foram carrascos comigo. Passei quase toda a noite em claro, virando e revirando de um lado pra outro, a espera de um sono que vem na hora errada. Agora, não é mais hora de dormir. Tristeza...
As vezes, as noites são mesmo traiçoeiras. Por mais que eu tente fugir dos meus medos, das minhas aflições eu não consigo. Sinto-me de repente num vazio tremendo e me sinto sozinho também. Vejo que minha vida eu preciso mudar. E preciso ganhá-la dia após dia. Não é fácil guerrear contra o homem velho que há em mim. Este, insiste em dizer-me que estou sendo injusto, que estou traindo-o, em busca de um alguém que não o sou. Mas é assim mesmo. Por mais que eu possa viver por mim mesmo, ainda há um Deiber que insiste em me prender num mundo que não mais é meu.
Todavia, se eu estou chegando até aqui, é porque não estou de todo sozinho. Deus caminha comigo e combate comigo. Assim, eu posso vencer.
Perdoe-me pelo desabafo. Talvez estas palavras sejam fruto da minha tentativa de me expressar. E nem sempre tenho com quem dizer, então, o papel se faz o meu ouvinte fiel. Que Deus possa dar clareza às minhas palavras e significado ao meu texto, para que este não seja em vão e tenha alguma razão de ser para mim e para o sofrido leitor, que sofre de tabela, com este que escreve.
Belo Horizonte, 05 de maio de 2008.
Meninas da Noite
Por Deiber Nunes Martins
Noite de sábado último, por volta da meia noite. Voltava eu por uma avenida, vindo da Pampulha, quando me deparei ao longo desta com várias mulheres à beira. São garotas de programa. Enquanto conduzia o carro, pensava, com certa tristeza na sorte delas. Garotas novinhas, a maioria delas, presumo eu ainda menores de idade, semi-nuas numa noite fria. A maioria sob o efeito das drogas, totalmente entorpecidas, à espera de um possível “cliente”. Infelizmente, nem todos têm a dimensão do valor que possuem, como território sagrado do Espírito Santo.
É uma imagem comum, em algumas ruas e avenidas de Belo Horizonte, mulheres de programa. Algumas mulheres, nem são mulheres ainda. Mas, a devastação das drogas, a vida noturna, bebidas alcoólicas e a maquiagem abusiva envelhecem meninas que ainda carregam em acessórios e em seus trejeitos a postura infanto-juvenil. Por mais que lampejem sensualidade no vestir-se, essas mulheres-meninas causam tristeza a quem por algum motivo que só Deus sabe não consegue fazer como a maioria e insiste em pensar no outro. Aprendemos no catecismo e na vida que usar estas mulheres como um objeto comprado é um pecado. Mas vejo que além do pecado a prostituição é um atentado em prol do egoísmo e contra o amor.
Chamou-me a atenção uma menina mulata, vestida em trajes sumaríssimos, sendo espancada por um rapaz maior, em plena rua. Talvez fosse aquele o rapaz o aliciador daquelas meninas, conhecido como cafetão, pelo menos foi o que me pareceu. Talvez aquela menina tivesse recusado um programa, talvez aquela menina, não estivesse querendo estar ali. Talvez, fosse alguma coisa assim. Talvez...
Cheguei em casa entristecido com as imagens que vi, embora eu sempre saiba destas coisas. Entretanto, tem horas que ficamos mais sensíveis às realidades que nos rodeiam. Infelizmente, não consigo ser como um motorista em minha vida, aquele preocupado apenas com o trânsito e com a sua condução. Aquele que não olha para o lado. Vejo os outros atentos a suas vidas e nada mais e não consigo ser assim. Gostaria de imaginar histórias de mim mesmo. Mas me deparo com as pessoas nas ruas, com as mulheres na noite. E não consigo deixar de construir em meu intelecto, histórias sem finais felizes.
Belo Horizonte, 05 de maio de 2008.
Noite de sábado último, por volta da meia noite. Voltava eu por uma avenida, vindo da Pampulha, quando me deparei ao longo desta com várias mulheres à beira. São garotas de programa. Enquanto conduzia o carro, pensava, com certa tristeza na sorte delas. Garotas novinhas, a maioria delas, presumo eu ainda menores de idade, semi-nuas numa noite fria. A maioria sob o efeito das drogas, totalmente entorpecidas, à espera de um possível “cliente”. Infelizmente, nem todos têm a dimensão do valor que possuem, como território sagrado do Espírito Santo.
É uma imagem comum, em algumas ruas e avenidas de Belo Horizonte, mulheres de programa. Algumas mulheres, nem são mulheres ainda. Mas, a devastação das drogas, a vida noturna, bebidas alcoólicas e a maquiagem abusiva envelhecem meninas que ainda carregam em acessórios e em seus trejeitos a postura infanto-juvenil. Por mais que lampejem sensualidade no vestir-se, essas mulheres-meninas causam tristeza a quem por algum motivo que só Deus sabe não consegue fazer como a maioria e insiste em pensar no outro. Aprendemos no catecismo e na vida que usar estas mulheres como um objeto comprado é um pecado. Mas vejo que além do pecado a prostituição é um atentado em prol do egoísmo e contra o amor.
Chamou-me a atenção uma menina mulata, vestida em trajes sumaríssimos, sendo espancada por um rapaz maior, em plena rua. Talvez fosse aquele o rapaz o aliciador daquelas meninas, conhecido como cafetão, pelo menos foi o que me pareceu. Talvez aquela menina tivesse recusado um programa, talvez aquela menina, não estivesse querendo estar ali. Talvez, fosse alguma coisa assim. Talvez...
Cheguei em casa entristecido com as imagens que vi, embora eu sempre saiba destas coisas. Entretanto, tem horas que ficamos mais sensíveis às realidades que nos rodeiam. Infelizmente, não consigo ser como um motorista em minha vida, aquele preocupado apenas com o trânsito e com a sua condução. Aquele que não olha para o lado. Vejo os outros atentos a suas vidas e nada mais e não consigo ser assim. Gostaria de imaginar histórias de mim mesmo. Mas me deparo com as pessoas nas ruas, com as mulheres na noite. E não consigo deixar de construir em meu intelecto, histórias sem finais felizes.
Belo Horizonte, 05 de maio de 2008.
sábado, 3 de maio de 2008
O Caminhante
Por Deiber Nunes Martins
Tenho ainda muito o que aprender. Isso é um fato. O importante é que estou aqui, de pé, pronto e disposto ao aprendizado. Engano meu esperar que terei segurança em minha caminhada, em minhas decisões. Tem momentos que se decide totalmente as cegas. Mas é importante decidir e graças a Deus, posso decidir.
Sabe aquelas situações onde você se julga pronto e um pequeno detalhe te desarma? Isso me aflige e muito. Há uma realidade com a qual não posso lidar: o fato de que meu caminho ainda é de pedras, na solidão. Ainda não estou pronto ou preparado pra aceitar isso a cada momento que isso me vem.
Eu não sou a oitava maravilha do mundo e ao contrário estou longe disso. Mas, tem horas que me canso. E não há quem se disponha a me entender. Muitas vezes, eu preciso me despir de mim mesmo, dos meus problemas e tudo o mais, para aprender um pouco com os problemas dos outros, pois são estes problemas que importam. Mas tem horas que eu me canso disso. Tem horas que a máquina aqui pede um ouvido amigo, mas é em vão. Ela não encontra.
Tudo bem, vamos em frente então. O importante é caminhar. O importante é a caminhada. O caminhante não importa. Aliás, ninguém se importa. Só Deus não vai embora quando seus sonhos são frustrados aos quarenta e cinco do segundo tempo. Só Deus permanece ali, quando o único companheiro que você tem é o seu travesseiro. Só Deus não vai embora, quando você precisa de tudo e de todos.
Mas o meu problema não é mesmo, importante. O que eu preciso me convencer a cada momento é que o meu problema não importa, assim como o do outro, também não. Mas eu sou teimoso e tento dimensionar este e outros problemas. Se não ter amigos é um problema, que não seja importante então, tê-los. Mas o que importa é o estar de pé.
Que fica então o recado a você que se encontra a espreita, esperando a minha queda: não será este o gostinho que eu vou te dar. Posso estar enfraquecido, meio baqueado, tonto. E você pode vir com tudo, sem compaixão nenhuma porque eu sei que você não tem. Venha! Venha com tudo e me golpeie! Com toda a sua força! Mas esteja preparado para o meu revide...
Porque eu vou revidar. E como vou!
Eu não me oriento no medo. Porque quem se orienta no medo, é como quem se orienta nos outros e nunca se encontra. Encontra apenas um arremedo de gente, sem identidade, sem brio, que cede a qualquer vento frio que lhe assopra. Eu vou em frente. Eu sou eu. É assim que é e é assim que vai ser.
Deus está comigo e está com todos nós. Não se orientem no medo. Não dêem ouvidos ao inimigo. E não os deixe vencer. Ele só o pode, quando cedemos a vitória a ele. Portanto, vamos em frente! Continuemos a caminhada, continuemos a caminhar...
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