terça-feira, 21 de agosto de 2012
Harmonia da Alma e do Corpo
quinta-feira, 26 de julho de 2012
A Evolução Religiosa no Brasil: O Arrefecimento do Catolicismo
A Evolução Religiosa no Brasil: as “Meias Verdades”
sexta-feira, 13 de julho de 2012
A Escusa do Guma
terça-feira, 8 de maio de 2012
A Descriminalização do Aborto de Anencéfalos Parte 2: Tristes Conclusões
O período pascal tem servido ao propósito de infindáveis reflexões. Dissensões pessoais que não couberam na quaresma e vieram parar no tempo da alegria. Por algumas razões. Impressionou-me o fato da aprovação do aborto pela Suprema Corte, ter acontecido justamente nas oitavas da Páscoa. Terrível. Estranheza também me causou o apelo midiático a aprovação do primeiro passo a cultura da morte em nosso país. E o que veio a seguir, discussões bioéticas, teológicas, omissão dos legisladores... náusea.
Tenho percebido com sincera tristeza a degradação humana e moral no Brasil. País abençoado por Deus, onde a Graça habita, um país santo e de muita fé. Mas que vem sendo vilipendiado por verdadeiras aves de rapina, travestidas de autoridades e posses. Discute-se o aborto no país onde o adulto já não tem direito à vida garantido pela lei. E pouca gente pensa nisso. Mas aventure-se sair num fim de semana a noite pelas ruas das cidades, de carro. Um bêbado ao volante pode te achar como alvo. Cadê o seu direito à vida?
O argumento dos abortistas é a infame retórica do direito de escolha da mulher. Mas mulher, que escolhas você tem? Você escolhe o salário que vai ganhar, a aposentadoria que vai ter? Você escolhe, para os filhos que escolher ter, o futuro que terão? Você pode escolher o melhor para os seus? Mesmo se você, for "abençoada" pelo sistema, você pode escolher seu amanhã? Mulher, você mulher que pensa em ter o direito de decidir pelo aborto ou não, você pode escolher viver sem o remorso? Você pode escolher não ter sangue correndo em suas veias, nem coração, somente razão? Você pode escolher viver sem alma? Abortistas, fora com a falácia de vocês!
A quem interessa a cultura de morte no Brasil?
Aos mesmos que se locupletam no sistema. Aqueles que vivem às custas das benesses dos poderosos, puxa-sacos e bajuladores. Covardes que não têm receio em esconder debaixo do tapete os pecados dos seus protegidos. Idiotas que defendem a morte sem ao menos pensar que a morte um dia atravessa a vida. E custa caro, muito caro! Um preço maior que as posses de vocês! Fora com vocês covardes!
Tento imaginar a perplexidade do Bom Senhor em sempre dar o melhor para esse povo e em troca sempre receber o pior. Como é triste perceber que não aprendemos nada! Como é triste saber que mesmo na Igreja, não aprendemos nada! Somos tolos a ponto de aceitar que os falsos pastores nos conduzam. E aqui cabe um fato: o homem que se diz mais poderoso deste Estado, prepara-se para apoiar um católico da Renovação Carismática de um lado e um neopentecostal de outro, na luta pela prefeitura de Belo Horizonte. E tudo por que? Porque é mais conveniente a seus projetos rumo ao Palácio do Planalto... Como é triste ver que os caras que decidem nossas vidas, as decidem mediante suas próprias conveniências.
Outro fato: casal processa padre por recusar-se a batizar o filho. A notícia correu Belo Horizonte neste final de semana. A Igreja considera inadequada a postura do padre. Mas antes de dizê-lo, porque a Igreja não acolhe esta família, que desconhece o real sentido do Batismo, desejando-o somente por conta da tradição de ter seus familiares sempre batizados naquela Paróquia? Porque ninguém aparece para orientar o casal a respeito da fé e da necessidade de se viver o matrimônio cristão, de se viver conforme Deus nos ensinou, conforme nos ensina o catecismo, a doutrina de nossa fé? Por maior que possa ser o erro do padre em recusar-se a batizar (e em minha ignorante posição seu erro é mínimo), o mesmo deveria, juntamente com a família ser acolhido pela Igreja.
E pra terminar só mais um fato: reconhecida personalidade do meio católico, um sacerdote, admirado por milhões de brasileiros, cobra mais de cem reais em um show. Será esta a evangelização que este povo precisa? Será que o povo de Deus pode pagar por ela?
Pensar nestes fatos e situações, me faz refletir no quanto a humanidade está distante de Deus. Pensar na cultura da morte, nos efeitos do aborto e da eutanásia para a sociedade brasileira é ver apenas a ponta do iceberg na qual nossa embarcação está para colidir. Vejo com tristeza que a falta do diálogo, da informação, da evangelização, está fazendo com que o jovem consuma cada vez mais o álcool e deste às drogas se faz um pulo. A falta desse diálogo cristão, faz com que os casais cogitem não aceitar o(a) filho(a) que o Senhor lhes deu. Uma vida é uma vida. A partir da concepção. Mas a falta deste diálogo é algo que assombra, entristece. O que estamos fazendo em favor da vida? É o mesmo que estamos fazendo em favor do diálogo cristão, da evangelização. É o mesmo que estamos fazendo em relação ao papel de aproximarmos nosso próximo de Deus.
Pensemos nisso.
Belo Horizonte, 08 de maio de 2012.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
A Descriminalização do Aborto de Anencéfalos Parte 1: Transferimos o Poder a Eles
Por Deiber Nunes Martins
Acompanhei com sincera expectativa a decisão da Suprema Corte brasileira sobre um tema polêmico: o aborto. No caso em questão, o de crianças anencéfalas. No primeiro dia de julgamento, goleada dos abortistas, 5 votos contra 1 em favor da vida. Mas este voto único do primeiro dia, pertencente ao ministro Ricardo Lewandovski, foi muito bem argumentado. O que gerou certa esperança de que os demais ministros fossem acompanhá-lo. Dolorosa ilusão, para aqueles que ainda esperavam da justiça uma palavra em favor da vida. Dos 4 votos que faltavam, apenas o último, do ministro César Peluso foi categórico a favor da vida. Os 3 primeiros, defenderam o aborto, de forma até surreal, com o ministro Ayres Brito chegando ao cúmulo de dizer que o embrião não é um ser humano e que seria um ato de amor, abortar.
Causa estranheza entretanto, não o fato dos ministros decidirem a questão mas o precedente. Sim, porque no Estado democrático que vivemos cabe ao Poder Legislativo o mérito de definir a vida e seus limites. Cabe ao Poder Legislativo, as decisões sobre todas as demandas da sociedade. E neste caso, latente omissão por parte dos parlamentares foi verificada. E a Poder Judiciário, de forma até anti-democrática, coube a incumbência de decidir sobre a questão. E este o fez, sem rodeios.
O aborto antes de mais nada é um atentado contra vida de um indefeso. Isto é fato. Independente de religião, de crença, é um ato que gera traumas para a mãe pois interfere na lei natural dos seres humanos. De modo que para uma mãe de verdade, não é preciso ser católica ou de qualquer outra religião para entender que abortar seu filho, gerará dor e sofrimento pelo resto da vida. Mesmo assim, os abortistas, de forma capciosa utilizaram-se do argumento do sofrimento, da tortura, para defenderem o aborto nos casos de anencefalia. Esqueceram de argumentar sobre a lei natural da vida. Lei a qual os doutores da lei não podem dominar.
Entrando no âmbito da Igreja, vejo que a Igreja Católica, assim como as demais denominações cristãs que lutam em favor da vida, contra o aborto, o têm feito de forma desastrada, desorganizada. Não percebem o quão manipuladas têm sido por uma minoria que detém o controle do sistema. Minoria esta disposta a fazer de tudo, para permanecer no poder. Há que se lembrar que o segundo turno da última eleição presidencial resumiu-se na frívola discussão sobre o aborto, com os dois candidatos disputando quem era menos abortista que o outro, para então abarcar os votos dos fiéis.
Neste ambiente político, deputados e senadores elegeram-se dentro das Igrejas e seitas com votos de fiéis preocupados com o avanço da cultura da morte no país. Agora, que um sindicato de profissionais de saúde inicia o debate sobre o aborto de anencéfalos, estes políticos se calam, evitando chamar pra si a responsabilidade de levar a discussão para o plenário e assim, legislarem contra ou a favor da matéria. Mas o medo da opinião pública, ilustrado não só na pressão popular, mas acima disso até, de setores da mídia e da minoria que chefia o sistema, fez com que transferissem esta decisão para os ministros do Supremo. O objeto da discussão é mascarado e passa a ser uma demanda judicial. Tudo para a manutenção do poder. Tudo para alimentar o sistema.
Como exemplo disso, temos a participação de um deputado federal aqui de Minas, militante da Igreja Católica, em um programa de rádio, manifestando-se de forma lacônica e pouco convincente contra o aborto. Ora, se este deputado, eleito por fiéis de sua Igreja para defender os princípios que a norteiam, gagueja na hora de fazê-lo publicamente, é sinal que algo anda errado. É sinal de que os representantes eleitos não estão de fato comungando dos mesmos interesses de seus eleitores. E então se escondem atrás do Judiciário, para não se comprometerem.
O povo brasileiro, independente de sua crença, está nas mãos de salteadores que, a serviço de uma minoria que prega a cultura da morte traem os ideais daqueles que os elegeram. Estes deputados, senadores, salteadores, fingem-se servos do Senhor, mas são na verdade, servos do sistema. O sistema que defende a cultura da morte de forma lenta, gradual e politicamente correta, para não assustar os incautos. Sistema este que oprime o povo brasileiro, obrigando-o a aceitar senhores de quinta categoria, cingidos em togas e vestimentas reais a decidirem sobre questões que caberiam a nós, pela prerrogativa do voto. Mas o sistema é esperto. E sabe que precisa agir também no voto de cada um, para se perpetuar sistema. Por isso, é preciso que a sociedade se manifeste, escolhendo melhor seus representantes. E aqui, falo para minha Igreja Católica, é preciso uma participação mais incisiva do clero, evangelizando, e orientando os fiéis na escolha do voto. Não como tem feito hoje em dia, lançando leigos engajados e até sacerdotes como candidatos políticos. Mas como fonte de saber e formadora de opinião.
Hoje, aprovaram o aborto de anencéfalos, sob a égide de uma falsa liberdade de escolha da mulher. Talvez mais tarde, aprovem a eutanásia, como Holanda e Bélgica o fizeram, obrigando os idosos a morrerem em casa, visto que nos hospitais se faz dever dos médicos matá-los, para reduzir os custos para o Estado. Hoje, são as crianças que têm seu direito a vida questionado. Quem será amanhã?
Belo Horizonte, 13 de abril de 2012.
terça-feira, 27 de março de 2012
Práticas de Jejum - Quinta Semana da Quaresma: O Jejum dos Pensamentos
O bom pensamento é o motor para nosso sucesso e o nosso crescimento. Já o mau pensamento é o motor para nosso fracasso e as nossas quedas. As nossas atitudes boas ou más começam em nossa mente. Antes de agir, o nosso pensar age por nós. Por isso, a dicotomia entre o bem que sonhamos fazer e o mal que na realidade fazemos. O nosso pensamento nos dirige para o bem e para o mal.
Creio que seja impossível decidir-se por não pensar certa coisa. E mesmo se eu estiver errado, o controle que se deve ter para evitar este ou aquele pensamento deve ser terrível e de conseqüências severas para nossa vida. Não dá pra evitar o mau pensamento, quando se percebe, já pensou. No entanto, podemos combater o mau pensamento em nossa vida.
Esta é a proposta de jejum, com certo atraso, para a quinta semana da quaresma. O jejum do pensamento.
Não proponho deixarmos de pensar. Mas proponho nos esforçamos para combater o mau pensamento. Por mau pensamento, entendo ser tudo aquilo que nos oprime, nos causa desânimo, tristeza, depressão; tudo aquilo que nos faz pecar, nos leva a voltar-se para o mal.
No intuito de combater o mau pensamento, proponho orarmos com fervor, a cada momento que ele ameaçar surgir. Mas nada de desanimarmos ao percebermos más idéias povoando nossa mente: no momento em que percebermos o mau pensamento, paremos e façamos uma oração sincera a Deus, reconhecendo nossas incapacidades e imperfeições. A conversa sincera com Deus é um bálsamo que nos livra do mal, nos edifica, nos torna íntimos Dele e minimiza a ocorrência dos maus pensamentos, pois quanto mais próximos do Pai estamos, mais próximos ainda queremos ficar.
Outra sugestão é combater o mau pensamento com boas idéias. Para cada mau pensamento, substituí-lo por um bom. Seja pela oração ou pela prática de substituir os pensamentos ruins, nos tornamos vigilantes dos nossos pensamentos e atitudes.
E talvez seja por isso, o cuidado com nossos pensamentos seja o diferencial para o nosso crescimento como pessoas, nosso crescimento espiritual, nossa conversão.
Senhor Jesus, aproxima-se a Semana Santa e com ela, vai se chegando ao fim a quaresma, o tempo de conversão. Não sei se estou vivendo bem este tempo, mas confesso que esta tem sido uma das quaresmas mais intensas que tenho vivido. Quanto mais o tempo passa, Senhor, mas eu reconheço as minhas fragilidades e mais eu reconheço que a conversão deve ser contínua, todo dia. Porque todo dia eu tenho maus pensamentos, todo dia eu peco. Por isso, Senhor, que todo dia também eu busque esta conversão sincera. Para que um dia, ao final de minha caminhada, eu possa estar pertinho de Ti. Amém.
Belo Horizonte, 27 de março de 2012
quinta-feira, 15 de março de 2012
Práticas de Jejum - Quarta Semana da Quaresma: O Jejum dos Ouvidos
quarta-feira, 7 de março de 2012
Práticas de Jejum - Terceira Semana da Quaresma: O Jejum da Língua
A Liturgia de hoje nos traz uma passagem contundente sobre os males que nossa língua pode produzir. O trecho a seguir, extraído da passagem do Livro do Profeta Jeremias (Jr 18, 18-20) mostra o profeta nas mãos dos homens a quem tentava abrir os olhos, a serviço do Senhor. Mas os insensatos de coração conspiravam contra ele:
Naqueles dias, 18disseram eles: “Vinde para conspirarmos juntos contra Jeremias; um sacerdote não deixará morrer a lei; nem um sábio, o conselho; nem um profeta, a palavra. Vinde para o atacarmos com a língua, e não vamos prestar atenção a todas as suas palavras”.
19Atende-me, Senhor, ouve o que dizem meus adversários. 20Acaso pode-se retribuir o bem com o mal? Pois eles cavaram uma cova para mim. Lembra-te de que fui à tua presença, para interceder por eles e tentar afastar deles a tua ira.
Os homens queriam atacar Jeremias com a língua. Queriam caluniá-lo. Muitas vezes a língua humana se faz a mais mortal das armas. Quantas intrigas, quantas maquinações, maldades, calunias, enfim quanto pecado pode conduzir nossa língua?
É pensando nisso que vamos a partir de agora, iniciar o jejum da língua, o jejum da fala. Este jejum não significa ficar sem falar por uma semana. Mas nos remete a pensar um pouco mais antes de dizer qualquer coisa. Este jejum nos impede de dizer por dizer, falar por não ter assunto e muitas vezes, é a falta de assunto que nos faz falar o que não devemos, magoar, ofender, difamar, caluniar.
Uma pessoa que se perde no vício da fofoca é uma pessoa intranqüila. Insatisfeita, está sempre em busca de saber da vida alheia, ultrapassando muitas vezes o limite do conveniente e do correto. Na falta de informações, inventa-se, mente-se, calunia-se.
Quantas famílias são destruídas por se falar de mais? Quantos amizades desfeitas por conta de um mal entendido, uma conversa que poderia ter sido evitada, que não precisava ter existido?
Acredito que muitas de nossas fragilidades e pecados, nós expomos aos outros falando mal de alguém, reclamando, usando mal este dom maravilhoso da comunicação, da fala, que Deus nos deu. Quando uma pessoa fala mal de outra, muitas vezes ela está a alertar seu interlocutor de que o problema pode estar nela e não no outro, a quem ela ataca.
Jeremias estava a pregar para os homens de Judá e estes queriam atacá-lo com a língua. O intento deles era por pra fora seus podres, na conta do pobre profeta, com a calúnia. Quantas vezes não fazemos isso? Vemos defeito em tudo! E falamos estes defeitos pelos quatro cantos. Às vezes agredimos o outro severamente por conta de uma palavra mal proferida. Uma conversa desnecessária.
Assim como as práticas anteriores de jejum, esta prática nos remete ao uso do nosso dom (a fala) somente quando necessário. Devemos nos silenciar não só em jejum mas por toda a nossa vida, quando o que tivermos pra falar não acrescentar nada ao nosso ouvinte. Portanto, cada um que participar deste jejum viva-o com a perspectiva de adotar o silêncio por toda a vida. Esta é uma mudança de hábito que nos faz ganhar tempo, uma vez que ocupamos realmente com o que importa que no caso somos nós mesmos. Que ninguém ache que precisa ficar uma semana sem falar. Mas, com este jejum, que possamos atentar para a conversa somente do que é necessário, deixando de lado as "últimas notícias" do vizinho, as "novidades" da sogra... Enfim, todo tipo de assunto que nos faz falar demais. Isto não é fácil. Requer lutar contra si próprio muitas vezes para fazer prevalecer o que Deus nos pede. Para não caluniar, não humilhar, não ferir, não difamar.
Senhor, que possamos aprender com teu silêncio no calvário. Que possamos nos silenciar diante daquilo que não interessa ao outro e que achamos ser nosso dever revelar. A ti, Senhor queremos seguir. Dá-nos a capacidade de compreender teus ensinamentos e a adotá-los não só como jejum mas também uma prática de vida. Amém.
Belo Horizonte, 7 de março de 2012.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Práticas de Jejum - Segunda Semana da Quaresma: O Jejum do Olhar
Caríssimos, entramos na segunda semana da quaresma e o jejum desta semana, não é menos difícil que o anterior. Aliás, não há isso de grau de dificuldade, quando falamos de jejuar. O jejum não foi feito para nos consumir em algo que não damos conta de fazer. Mas o jejum, é uma forma de entrarmos em sintonia com o que Deus quer para nós. E Deus quer a conversão, a transformação do homem/mulher velho em homem/mulher novo. O jejum desta semana é o do olhar.
O que é o jejum do olhar?
Assim como o da caminhada, é um jejum de atitude e por esta razão, muito difícil de se conseguir cumprir. O jejum do olhar é como o da caminhada, é buscar olhar somente para o que interessa. E deixar de lado aquilo que não convêm. Eu decido o que olhar e como olhar. O jejum do olhar vem ao encontro de necessidades bem mais profundas da nossa humanidade. Tem gente, que tem compulsão em olhar o que o outro está fazendo. Em bisbilhotar a vida alheia. O jejum do olhar é uma boa hora pra se evitar este tipo de postura. Tem gente que busca encontrar um erro a todo custo na conduta do outro. Este tipo de olhar maledicente antes mesmo do jejum, deve ser evitado, assim como o olhar de cobiça para a mulher/homem alheios. Não há nada de errado em olhar uma mulher bonita na rua, ou no caso das mulheres um homem. Admirar a beleza é algo saudável. Mas, o mau uso dos nossos olhos, o olhar com intenções obscuras é nefasto para a nossa humanidade. Assim, cada um deve conduzir sua postura do modo como Deus o ensina. No jejum do olhar, se eu posso evitar, contemplar a beleza de uma mulher, evitarei. Evitarei olhar situações que não me dizem respeito e que muitas vezes nossa humanidade vai se calejando em assistir. É o colega de trabalho que chega pra contar o que o colega do outro setor fez. Nós podemos nos privar de saber. Eu não preciso olhar a vida do outro. No jejum, começo a aprender isso.
O jejum do olhar também é uma forma de evitar tomar conhecimento daquilo que não me afeta de modo primário. Atualmente, o noticiário seja ele televisivo, radiofônico, impresso ou digital, parece ter 95% de notícias ruins, e 5% de informes publicitários, comerciais. A cultura do negativismo, da notícia ruim, da tragédia tomou conta do ideário humano. Um amigo meu postou esta semana no facebook que as novelas globais agora, seguem a tendência de mostrar num dado momento a surra que a mocinha dá na vilã. O público quer ver o circo pegar fogo. Todo mundo quer ver a tragédia. Porque não evitar?
Se eu posso evitar de ver aquilo que agride o meu olhar, por que não fazer este bem a mim mesmo?
No jejum do olhar, eu devo fazer a seguinte pergunta: será que o que tenho à minha frente para ver é mesmo necessário que eu veja?
A decisão de olhar é nossa. A decisão de olhar uma mulher passando na avenida; a briga no trânsito, a polícia prendendo o bandido, o vizinho traindo a esposa, o vídeo postado no You Tube, ou no facebook é nossa. Neste jejum, a intenção é não olhar. Não olhar para o que não nos interessa de fato.
É comprometermos a olhar para o horizonte que Deus nos chama a olhar. Olhar de verdade para as necessidades do irmão. Ao invés de perder tempo no facebook, porque não visitar um doente no hospital? Ao invés de perturbar meu colega com as "novas" fofocas do dia porque não aprender algo novo? Porque não revisitar algo bom que o outro fez? Olhar o lado bom ao invés do ruim? Porque não trocar o telejornal mais-do-mesmo por um documentário? Ou um bom filme? Talvez levar a namorada ao cinema, desligar o iphone, iphad ou sei lá o que... Olhar para o que de fato interessa, que é a vida que corre em nossas veias. A dádiva que Deus nos oferece.
Senhor, que neste jejum do olhar, eu consiga de fato, olhar para as maravilhas que Tu criaste. Que eu consiga olhar para o que de fato interessa e assim, deixar de lado os vícios e compulsões de olhar para o lado ruim das coisas, ou buscar o inconveniente para lançar meus olhos. Que eu consiga ao longo desta semana, aprender que Teu Filho Jesus foi tentado a olhar para uma outra realidade, a realidade do pecado. E resistiu, nos ensinando a resistir com Ele. Que eu consiga, Senhor Jesus, ao final desta semana, ter um novo olhar, renovado por Ti. Amém.
Belo Horizonte, 29 de fevereiro de 2012.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Aquele estranho dia que nunca chega: o católico-light
Ao ler o mais novo texto do blog “O Catequista”, sobre a nulidade matrimonial, me vem o desejo de escrever um pouco sobre uma erva daninha a consumir nossa espiritualidade, o católico-light. Ouvi este termo pela primeira vez da boca do saudoso Pe. Léo, em uma de suas maravilhosas pregações e hoje tenho percebido dentro das paróquias, nos grupos e movimentos da Igreja, como o catolicismo light vem estragando as pessoas. Católico-light é aquele que professa a doutrina católica mas comunga de certas práticas contraditórias à religião católica. Vamos falar um pouco sobre isso.
Se fizermos uma enquete entre os grupos pastorais, muitos deles de sólida espiritualidade e outros de catequese, aos quais deveriam ter a obrigação de conhecer a fundo a doutrina católica, perceberemos que um expressivo número de pessoas integrantes destes grupos, acreditam em reencarnação, são favoráveis ao aborto em casos extremos, acreditam e lêem horóscopo, além de seguirem certas ideologias da nova era.
É sério? De onde você tirou isso, Deiber?
Elementar meu caro leitor, basta dar uma corrida pelas timelines do Facebook, por exemplo. Aliás, é nas redes sociais (orkut, facebook, twitter, etc) que se encontra um terreno fértil à disseminação das práticas de catolicismo light. Quanta porcaria o povão compartilha!
Mas, na maioria das vezes, a pessoa não vai na crista da onda desse movimento da web. É assim mesmo que pensa. Muito por desconhecimento da sua fé. Estes incautos são muitas vezes formadores de opinião dentro da paróquia, influenciam e lideram pessoas em grupos pastorais. Ou simplesmente exercem a popularidade que lhes é peculiar e mesmo sem saber, disseminam um catolicismo que não é nosso.
Por isso não é de se estranhar quando o blog “O Catequista” fala sobre nulidade matrimonial, ancorado no desconhecimento da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio, sexualidade fecunda e a educação dos filhos na fé da Igreja. Este tripé que legitima o matrimônio na maioria das vezes não é ensinado na catequese, passa despercebido no momento de preparação para o Crisma e em tantas vezes é negligenciado na preparação dos noivos. Tão grave quanto isto é o fato de os casais não aproveitarem o curso de noivos como deveriam e assim compreenderem a essência do matrimônio.
Como se pode perceber, o católico-light vai sendo formado ao longo de sua caminhada dentro da Igreja muitas vezes por outros católicos-light. Católicos que não aprenderam ao longo de suas formações a riqueza da doutrina de nossa fé. Assim, transmitem a experiência de vida que tiveram. Deste círculo vicioso, surgem aberrações como o movimento “Católicas-pelo-direito-de-decidir” ou coisa parecida.
Caríssimo(a), infelizmente o catolicismo light bate à nossa porta. Há pouco tempo tive sérias dissensões com membros de grupos pastorais adeptos da Teologia da Libertação e derivados. Também já vi pessoas bem firmes na fé, pregando suas crenças na reencarnação e em valores espíritas. A TV é um poderoso instrumento do catolicismo light, a serviço do encardido. Na TV valores são corrompidos, o sexo antes do casamento é valorizado, assim como o aborto, a eutanásia e o divórcio são aconselhados, mesmo que implicitamente. E nesta toada vai se formando o católico-light, cercado de argumentos questionáveis.
É preciso que tenhamos zelo e carinho com a nossa fé. Deixar de ser um católico-light é antes de tudo abraçar os ensinamentos de Jesus presentes na Sagrada Escritura. É aprofundar-se nos assuntos de nossa fé, procurar ler as Encíclicas papais e os demais documentos da Nossa Igreja. É ter o Catecismo da Igreja Católica como livro de cabeceira e consultá-lo sempre que uma dúvida surgir. E além de tudo isso, meus leitores, é reconhecer nossas limitações e o nosso pouco conhecimento da fé. Com este espírito de humildade, somos capazes de crescer na fé e defendermos de verdade a nossa Doutrina Católica. Que o nosso Bom Deus nos ajude a sermos fiéis e a deixarmos o catolicismo light, se neste estivermos imersos. Amém.
Belo Horizonte, 24 de fevereiro de 2012.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Práticas de Jejum - Primeira Semana da Quaresma: O Jejum da Caminhada
Por Deiber Nunes Martins
Amigos, nesta primeira semana da quaresma, uma semana mais curta, de quarta de cinzas até o primeiro domingo da quaresma, quero praticar o jejum da caminhada. Um jejum que talvez esteja sendo cunhado por mim (risos) mas que pode ser valioso para a vivência deste tempo.
Mas em que consiste o jejum da caminhada?
Afirmo que não se trata de abrir mão de caminhar. Mas sim, evitar o “caminhar à toa”,
O jejum da caminhada também nos permite evitar ir à casa de alguém sem um motivo real, apenas para falar mal da vida alheia. Podemos evitar de ir ao shopping fazer uma compra desnecessária. Podemos jejuar aquela caminhada àquele lugar inconveniente. Podemos nos abster de ir a um lugar que sabemos que não estaremos bem. Podemos nos abster daquela visita desnecessária. Enfim, podemos jejuar aquela caminhada que não nos levará a lugar nenhum, não representará crescimento em nossa vida. Como disse no post anterior, este é um jejum de ação. De modo que busco nele deixar de caminhar rumo ao pecado. E como é difícil este tipo de jejum!
Fazendo o jejum da caminhada, quero selecionar nesta semana, os passos que darei em minha vida. Começando do físico, partirei para o espiritual. Não quero andar errante, perdido, sem rumo. Mas quero gastar minha energia com o que de fato importe. Se neste período, houver um doente a quem eu deva visitar e levar conforto, alento, então não será uma caminhada infrutífera e devo sim ir. Mas não quero caminhar sem propósito definido.
Senhor, Tu que caminhaste rumo ao calvário carregando a Cruz dos nossos pecados, dá-me a graça de viver bem este primeiro jejum da quaresma, que me proponho fazer. Que ao mesmo tempo em que abdique de andar rumo a lugar nenhum, eu deixe de lado a preguiça de ir onde realmente preciso ir. Que caminhe firme na fé e persevere no intento de fazer somente a Tua Vontade, onde quer que eu esteja. Amém.
Belo Horizonte, 23 de fevereiro de 2012.
O Tempo Quaresmal
Nesta quarta de cinzas, iniciamos o tempo quaresmal que são quarenta dias de reflexões, jejuns e orações em busca de mudança de vida, conversão. Infelizmente, por desconhecimento das coisas de nossa fé, nós nos abdicamos de viver este tempo como ele deve ser vivido. Muita gente, acha que passar quarenta dias sem fazer aquilo que gosta e que muitas vezes é um vício, como o álcool, vai purificar todos os dias restantes do ano em que fizer o que gosta e que se faz muitas vezes um vício em sua vida. Muitos fazem deste pseudo-sacrifício, uma justificativa para um ano cheio de libertinagens. Quero neste texto e nos próximos que postar sobre o tema refletir sobre este assunto e mais, construir junto com vocês, meus leitores, boas práticas de vida para este tempo de profundo recolhimento e reflexão.
A quaresma são quarenta dias que antecedem a semana santa, precedida pelo domingo de ramos. Neste 2012, tem seu início em 22 de fevereiro e término em 1 de Abril. Durante este período, a cor litúrgica das celebrações é o roxo, que simboliza a penitência. Quaresma é tempo de penitência. A Igreja nos pede neste período que busquemos o recolhimento espiritual, muita oração e jejum. Não é uma imposição, mas se torna salutar viver este momento sem abusar da euforia e dos excessos. Em duas datas torna-se obrigatório abster-se de comer carne: a quarta de cinzas e a sexta-feira da paixão. Nestas duas ocasiões devemos perseverar no jejum de carne, salvo em situações de saúde, onde uma dieta prescrita por médico nos indique o consumo de carne. De todo modo, nestas datas, podemos trocar a carne de boi ou porco, ou mesmo de aves, por peixe. Ou mesmo fazermos o sacrifício de nestes dois dias não comermos carne.
Segundo o Monsenhor Jonas Abib o ato de jejuar vem da Tradição da Igreja Católica e não significa passar fome. “Jejuar é refrear a nossa gula e disciplinar o nosso comer.”(1) Mas o jejum, meus caros não cabe apenas a comida/bebida. O jejum pode ser também de ações. É importante frisar que o jejum é uma forma de penitência, é um modo de buscar a purificação do corpo e o autodomínio de nossas atitudes.
Quero nesta quaresma, assumir o compromisso de semana a semana praticar diferentes tipos de jejum. E ao longo das semanas quero partilhá-los com vocês. Que Nosso Bom Deus nos dê a graça de vivermos de verdade este tempo frutífero e abençoado, e não de tristeza e terror, como muitos dizem.
Senhor Jesus, esteja conosco nesta quaresma, ensinando-nos a jejuar, a orar e a buscar de verdade uma vida nova. Que possamos chegar ao Tempo Pascal revigorados e curados de muitos males e vícios. Que eu possa deixar o homem velho nesta quaresma e ressuscitar contigo na Páscoa, como Homem Novo, cheio de Vossa Graça, sendo luz para o mundo e sal para esta terra. Amém.
Belo Horizonte, 23 de fevereiro de 2012.
(1) ABIB, Jonas Mons. PRÁTICAS DE JEJUM. Ed. Loyola, São Paulo, 1994.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Desperta a minha fé, Senhor, Desperta!
Por Deiber Nunes Martins
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Na Fria Noite
Por Deiber Nunes Martins
Cadeiras espalhadas, garrafas quebradas
Na fria noite em que nada ficou no lugar
Você se perde, devaneio, frio sei lá
Não sabemos onde isso pode parar
A loucura afinal vence o frio
O medo supera a mais torpe razão
Vencemos a sombra da noite
Mas perdemos o calor da ilusão.
Tudo começa e termina nesta noite
E deste sonho nada podemos levar
A uma voz, sombria ficaste de repente
E ao seu gesto não pude deixar de notar.
Ficou na boca o amargor
Sarado na balinha de limão
Mas nada seria como antes
Encravava em meu peito a paixão.
E você saiu pela porta que entrou
Não se termina o que não pode começar
Não se define o que não pode acontecer
E aquela fria noite, tornou-se meu ar.
Belo Horizonte, 27 de janeiro de 2012.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Aquele estranho dia que nunca chega: as chuvas
Por Deiber Nunes Martins
domingo, 1 de janeiro de 2012
Feliz Ano Novo!
Por Deiber Nunes Martins
2012 chegou! Hora de executarmos tudo aquilo que planejamos nos últimos momentos de 2011. É chegada a hora de ser feliz. E é agora! A maravilha do ano novo está na possibilidade enorme de se fazer a diferença. A metade do ano costuma dar preguiça e o final deste nos faz esperar o início do que virá, para mudarmos alguma coisa. O começo do ano então é o momento!
Momento de se começar novos hábitos. Abolir os vícios, os velhos hábitos. Construir novas pontes, duradouras e sólidas em nossos relacionamentos. Reconstruir os corações partidos da nossa vida. O ano novo é o momento! Visitar um amigo, saber como está, desejar fazer de cada dia do novo ano um novo dia de fato.
Vivemos cercados de coisas para concluir, projetos a executar, que nunca o fazemos! O ano novo é o momento. Preciso fechar cada porta que me leva às tentações. Muitas vezes são projetos mal terminados. A vida é o projeto de Deus para cada um de nós. E dentro deste projetão que é a nossa vida, estão os projetos menores, os subprojetos, que perpassam nossas vidas. Talvez um curso, uma viagem, um desejo de vida, algo que queremos dar seqüência, mas deixamos pra depois. O ano novo é agora! É o momento!
Neste 2012 eu desejo pra mim, e pra você, meu irmão, minha irmã, um ano produtivo. Que possamos concluir nossos projetos em andamento, e iniciar outros. Uns talvez ambiciosos, como a compra de uma casa, ou uma total mudança de vida; outros de médio porte e outros pequeninos, como uma simples arrumação de quarto. Sim, este pode ser o projetinho a terminar na vida de muita gente. Mas é nos projetinhos que vislumbramos a vida. Todas as nossas possibilidades. É arrumando o quartinho bagunçado no primeiro dia do ano, que arregaçamos as mangas para executar os projetões que Deus tanto espera de nós. É arrumando o meu coração bagunçado, que eu posso ajudar o outro a arrumar o dele também. Tudo tem seu momento, sua hora. O ano novo está ai. A hora é agora. Que Deus nos dê um ano novo cheio de saúde, de harmonia interior, de muito trabalho e também de muitas conquistas! Precisamos conquistar muito em 2012. Que assim seja!
Meu bom Deus me ajude no dia de hoje, a arrumar o quartinho bagunçado do meu coração. Ajuda-me a colocar em ordem meus sentimentos, minhas relações, a minha vida! Ajuda-me a perdoar quem me ofendeu, e a pedir o perdão pra quem ofendi. Ajuda-me a abolir os maus hábitos, todos eles. Ajuda-me a ser bom, se eu não sou. Ajuda-me a ser melhor, se já sou bom. Ajuda-me a ser melhor esposo, melhor pai, melhor filho, melhor irmão, melhor amigo, melhor colega de trabalho, melhor cristão. São nestes pequenos projetos que a vida se renova. Se faz nova! Como este ano que aí está. Obrigado, Senhor, por começar este 2012. Louvado seja! Amém!
Belo Horizonte, 01 de janeiro de 2012.