Por Deiber Nunes Martins
Hoje foi um grande dia para mim. Tive a honra de ser o padrinho de uma linda criança. Fico a refletir as maravilhas do Batismo, para os católicos. E confesso que somente hoje pude perceber a importância deste elo com Deus.
No Batismo, rompemos com o pecado original e nos tornamos participantes da Glória de Deus. O Batismo é sinal de vida e busca da santidade. Por isso, os pais católicos querem antes de tudo, batizar seus filhos. Assim também o fim com minha afilhada, embora ela já tenha 10 anos de idade. Mas acredito que a sementinha de Cristo em seu coração tenha sido plantada ainda em sua concepção lá atrás, pela sua mãe. Cristo muitas vezes é uma sementinha de mostarda, que deixada pra lá, acaba se recolhendo nos corações, esperando a hora de brotar e gerar planta e fruto.
Tão logo Izabelle (minha afilhada) nasceu, esta sementinha começou a fazer força pra brotar. Deus está nas pequenas coisas, e sempre me causou admiração o fato de as outras pessoas admirarem tanto a Izabelle. Seu jeito sereno, santo, mesmo nas traquinagens de criança. Izabelle sempre me mostrou Cristo Menino, sempre me mostrou a singeleza da santidade, a simplicidade do coração. Fruto que eu sempre quis ter.
Um dia, ainda namorava a mãe de Izabelle, fui surpreendido pelo convite para ser seu padrinho. Ela me puxou num canto e me perguntou: "Você quer ser meu padrinho, Deiber?"
Não digo que fiquei surpreso com o convite. Esperava que ela fosse me pedir para batizá-la. Mas confesso que naquele dia fiquei muito feliz. Me senti responsável por uma vida. A confiança daquela menina em mim, me fez voltar pra casa chorando de alegria. Ela é a minha primeira afilhada. E no caso dela, algo interessante: ela mesmo me escolheu. Não foram seus pais. Foi ela. A minha responsabilidade sobre esta menina aumenta ainda mais, uma vez que não é de conveniência a minha escolha para batizá-la. Como acontecem nas famílias tradicionais, escolhe-se o padrinho pela importância dele na família, pelo status social, ou pela capacidade financeira. No caso da Izabelle, é diferente. Ela não tem o discernimento destas coisas. Apenas sentiu em mim o pai ausente que ela sempre desejou. As pessoas buscam coisas tão simples e as vezes a gente complica pensando demais no que os outros pensam.
Eu, que nada posso de material oferecer a esta minha afilhada, me comprometi, desde então, a doar o meu amor e o meu melhor, pelo bem estar dela. Tempos depois, a mãe dela e eu viemos a nos separar, terminamos o namoro. Mas ainda assim, Izabelle manteve-se firme na sua escolha. E mostrou a mim e a todos, que o que importa não são as conveniências da vida, mas o amor que dela recebemos.
O Batismo hoje, para mim, é mais que um ritual. É mais que a tradição, mais que uma característica da nossa Igreja Católica. O Batismo hoje para mim, é um gesto de amor. Deus me presenteia hoje, com a Izabelle. Espera de mim o cuidado que ela tanto precisa. Espero dela a felicidade. Espero dela a santidade. Estou feliz por te batizar, Izabelle. Estou muito feliz!
Belo Horizonte, 23 de novembro de 2008.
domingo, 23 de novembro de 2008
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