quinta-feira, 13 de novembro de 2008

As Duas Faces da Lei


Por Deiber Nunes Martins

Escrever sobre "As Duas Faces da Lei" é algo bem fácil. Tanto que aproveito para fazê-lo ainda com os créditos finais do filme fresquinhos na cabeça e o gostinho da pipoca na boca. Confesso que esta facilidade toda me desapontou, pois eu esperava mais do tão aguardado encontro de Al Pacino com Robert de Niro.
Ícones do cinema, os dois atores são daqueles que seguram qualquer produção. Talvez seja por isso, que a produção de Jon Avnet seja passível de crítica. Não fosse pelos dois, passaria despercebido do grande público. Mas tudo bem, vamos ao filme.
Com uma trama requentada, Avnet tenta convencer o espectador de que ele nunca viu a história a ser contada. Pacino e De Niro vivem dois policiais veteranos, em busca de um assassino serial que poderia ser um policial. Desculpem pela rima, mas é que tem a ver com a poesia da trama...
Num roteiro confuso que se perde sozinho, os dois astros apenas empreendem o gesto de interpretar. Não incorporam os policiais e acabam formando uma dupla que cansaria mais que Mel Gibson e Danny Glover num impensado "Máquina Mortífera 5". Esta displicência de Robert de Niro e Al Pacino, se deve em parte ao roteiro nada verossímil. Mas também os dois têm parcela de culpa nos atropelos.
Talvez o grande pecado de “Righteous Kill” (título do filme nos EUA) além de ser deveras comum, é sua previsibilidade. Numa história de detetive qualquer, desvendar o mistério em poucos minutos de projeção é um crime. Pedindo perdão pelo trocadilho, o filme deixa a desejar justamente no ponto onde deveria ser impactante: o mistério. A partir daí, tem-se uma interminável seqüência de idas e vindas que não levam a lugar nenhum e personagens coadjuvantes sem nenhum perfil como os de John Leguizano, que já esteve melhor em outras aparições, Curtis Jackson, Brian Denheri e Carla Gugino. Restam ao longa Pacino e De Niro. E o final só pode depender deles.
Esta previsibilidade do roteiro atenua a trilha sonora marcante e realça os deslizes da montagem. Mas no filme tem Robert de Niro e Al Pacino! Deveria bastar, mas não basta.

Belo Horizonte, 13 de Novembro de 2008.

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