Por Deiber Nunes Martins
Alguns textos revelam um pouco da nossa essência de vida. Outros, até bem mais. E a maioria do que escrevemos nos revela por inteiro, tudo aquilo que somos e que passamos para o papel. Não dá pra fingir uma coisa que não somos, porque nas pequenas coisas, nas pequenas frases, palavras, revelamos o que realmente somos. E aí, cai ao chão toda máscara. É por essas e outras que eu amo escrever. Porque escrevendo, eu revelo a mim mesmo. E assim, também, me conheço um pouco mais.
No final de semana, recebi uma crítica sobre o texto "Mes Raisons". Uma amiga me criticou pela frase: "É assim que vai ser, e é assim que é." Em sua visão, ela entendeu ser esta frase de um autoritarismo sem tamanho. E que de minha parte, isso não combinava. Resolvi passar o natal pensando nesta frase e no texto em que ela estava inserida. Realmente, descobri que minha amiga, está com razão.
Dou a mão à palmatória pra reconhecer que aquele texto está carregado de parte de mim que não me pertence. Eu não o fingi. Mas, por engano tracei linhas que não me pertencem. Por engano, relatei um amor que não vivi. Um sentimento que não me pertenceu. E que por isso, não há razão de ser.
Amiga minha, esqueça o texto. Em breve, vou refazê-lo. Poderia apagá-lo, retirar do meu blog. Mas não vou. Deixarei ele exposto para me lembrar o quanto sou humano e quando somos acometidos por erros. Tudo naquele texto foi um erro. Inclusive o contexto no qual estava inserido e que passo a relatar agora.
As minhas razões eram pra ser as mais nobres possíveis. Era pra ser um amor a ser vivido. Mas não passou de ilusão. Na verdade, eu confundi as coisas. Confundi os momentos, e os sentimentos. Felizmente, foi passado. E não me machuquei. Embora, tenha experimentado sentimentos bem humanos como o ódio e o rancor. Felizmente também, estes estão superados.
Sendo assim, "Mes Raisons" e "Ma Fleur" representam devaneios de minha mente. E como devaneios, mesmo sendo essência minha, não me pertencem. Assim como todo aquele sentimento não me pertece. Graças ao Bom Deus, que me prepara o melhor.
Não sou autoritário, mas o bordão "É assim que vai ser e é assim que é" representa uma vontade que se tem de sentir o que não se controla, o que não se aprende, o que não se ordena, o que não se entende, o que não se conta, o que não se descreve, mas se escreve: o amor. Uma vontade minha de encontrar a amada de minha vida. Mesmo que por vezes, eu a fantasie por demais. Mas está certo, atendendo a inúmeros pedidos, vou parar de fantasiar...
Até mesmo porque a mulher daquele texto, idealizada, era a mulher perfeita. E a amada de minha vida, não pode ser perfeita, porque perfeição não existe. Só Deus é perfeito. Só em Deus reside a perfeição. Mas eu naquele momento, acreditei nas coisas simples que eu via. E me encantei com a simplicidade que eu via e vivia.
Enfim, talvez eu tenha mesmo sido autoritário. Mas foi no sentido de querer o melhor para minha vida, e não querer que este melhor passasse. Mas o meu erro foi acreditar que o melhor era o que eu via apenas com os olhos. Nem sempre o melhor é o que vemos com os olhos. O melhor vem do coração. Por isso eu não sentia. Em meu pragmatismo fui autoritário, este é o meu mea culpa. Mas que atire a primeira pedra quem nunca errou, se prendendo à razão e se esquecendo do coração...
Acho que são estas as cercanias do meu ser. Este ser que anseia por amar sem medida. Este Homem que anseia por um mundo novo, anseia por viver a vida simples de um dia só. Este ser que anseia por amar incondicionalmente e poder dizer neste amor que:
É assim que vai ser e é assim que é.
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