Por Deiber Nunes Martins
Muito me assusta a vaidade humana. Uma das maiores fraquezas do homem (e da mulher) a vaidade é hoje um mal que danifica as relações sociais, interrompe amizades e divide grupos. Tudo em busca do Eu, do suprimento às necessidades de reconhecimento, inerentes ao ser humano, tão esquecido hoje em nosso mundo.
Em busca de reconhecimento, prestígio, sucesso pessoal e profissional, poder, glória e autoridade, o ser humano tem se perdido em vertentes questionáveis. Vemos claramente uma oposição dessas vertentes com os ensinamentos de Deus, escritos no Livro Sagrado. Um exemplo: quantos buscam hoje em dia o melhor lugar na mesa para se sentar. Jesus dizia justamente o contrário, escolher as últimas posições para então poder ascender às primeiras por determinação do anfitrião, saciando assim as necessidades do ego. Jesus já sabia que o ego das pessoas é também o ponto fraco delas. E hoje em dia, quantos em quaisquer grupos sociais, almejam a posição de autoridade, almejam dar as cartas, ser melhores que os demais. Muitos acreditam ser uma questão de justiça, visto que a contribuição que oferecem é superior a dos demais. E aí, acabam contradizendo outros preceitos bíblicos. A matemática de Deus é diferente da humana, mas infelizmente como diz Renato Russo, em uma de suas célebres canções, a nossa "tristeza é tão exata!" Queremos que um mais um seja mesmo dois, quando para Deus pode não ser bem assim. Infelizmente o valor que damos a questões mesquinhas, de mérito e justiça é maior do que o valor que damos a amizade, a parceria, ao companheirismo...
Diante disso, vemos amigos se tornando inimigos, vemos a capacidade humana de perdoar se deteriorando gradativamente tão logo aumentam as necessidades do ego. Um ego ferido precisa cada vez mais ser insuflado, como a necessidade do viciado pelo vício. Jesus não quis assim. Era seu desejo que buscássemos o amor e todas as coisas que com ele vêm acompanhadas – a humildade, o respeito, a mansidão, a verdade.
Jesus quis nos ensinar a lidar com o nosso ego. Mas infelizmente, mesmo pessoas religiosas, conhecedoras da Bíblia e dos ensinamentos cristãos não conseguem desenvolver a habilidade de administrar suas vontades pessoais. Gosto muito de uma frase de Don Vito Corleoni em “O Poderoso Chefão” quando ele adverte seu filho Sonny a não deixar que os outros saibam o que ele, Sonny, está pensando. Uma pessoa com necessidades do ego, acaba mais cedo ou mais tarde, revelando seus pensamentos e por este motivo, acaba sendo motivador de discórdia entre seus pares. Isto, quando não oferece in loco munição ao inimigo, que está por todos os lados, esperando nossa queda. E a quem ele mais espera e por isso coloca situações de tropeço: as pessoas que mais se aproximam dos ensinamentos de Jesus.
Sejamos, portanto, mais prudentes e mansos em nossas ações. Saibamos ser testemunho vivo de Cristo e de sua verdade libertadora no seio de nossa comunidade. E onde quer que estejamos, saibamos que o nosso ego precisa sim ser alimentado mas que antes a nossa alma se faz mais faminta. Faminta de Deus, faminta do Céu.
Jesus, manso e humilde de coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso!
Belo Horizonte, 28 de Março de 2011.
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