sábado, 2 de agosto de 2008
Fios de História
Por Deiber Nunes Martins
Os fios de história remontam minha vida. História contada, história vivida, inúmeras histórias e estórias. Para cada fiapo de história, pessoas nasceram, morreram, choraram ou sorriram. Emoções foram vividas, às vezes à flor da pele. Tudo em um fio de história.
Como nos filmes antigos, em preto-e-branco, cinema mudo, minhas histórias contam quase tudo de mim. Por vezes de modo implícito nos acontecimentos, ou em outras ocasiões, de modo bem explícito, bem destacado. Prefiro aquelas em que não sou o personagem principal. Prefiro estar à margem dos acontecimentos. Mas há os casos em que a história acontece por minha causa. Sou o agente principal. Quanta responsabilidade perpassa por mim, nestas horas. Muitas vezes é tão tênue a linha divisória entre o mocinho e o bandido, o herói e o vilão, Luky Skywalker e o Darth Vader. É tão fácil deixar de ser o herói querido e passar a ser o vilão odiado! Tudo bem, não sou uma unanimidade de aceitação, ou ao menos uma pessoa simpática aos outros, mas espera um pouco, ser sempre o vilão da história cansa. Lógico, ser vilão exige muito do ator, sua interpretação tem de ser bem mais crível que a do mocinho sem sal, mas ganhar a antipatia do público não é nada bom.
Existirão horas em que o Deiber deixará de ter a Força ao seu lado e se tornará o Darth Vader mesmo. Mas não quer dizer que isto me faz do mal. Me faz ser mais questionador, me faz ser mais crítico, mais cético, mais chato. Mas não do mal. Os fios de história da minha vida, talvez façam os outros produzirem roteiros que não condizem... com a minha vida! Então é preciso cuidado ao interpretar os fios de história que se vê por aí...
Como numa colcha de retalhos, sendo tecida passo-a-passo, é construída a nossa história. O trem margeia lugares, estações, situações. No meu caso, eu não cheguei a um lugar vindo do nada, saí de um ponto, uma estação, um fio de história contado por alguém em algum tempo. Mas o legal disso tudo é que o produtor principal do filme que é a nossa vida é Deus Nosso Pai. E muitas vezes, é Ele em pessoa que escreverá os fios de história, mas é só isso. Deus é tão bom que não escreve o roteiro todo. Deixa a cargo de nós mesmos a função de roteirista e diretor. Em suma, Deus cria o argumento, quem faz a história somos nós.
Enfim, todos os fios de história precisam ser contados. No meu caso, serei contado aos poucos. Cada fio de história se faz importante na construção do roteiro da nossa vida, mas não é o todo. Assim, se o fio de história de hoje não é o que agrada, pode se passar para outro, e por aí vai, e por aí vamos, andando de trem e contando nossas histórias...
Camacan, BA e Belo Horizonte, MG em 02 de Agosto de 2008.
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