terça-feira, 3 de março de 2009

Sempre há um Recomeço


Por: Deiber Nunes Martins

Às vezes, sou invadido por uma força bem maior que eu. Uma força que me faz querer recomeçar. Como se tudo o que eu escrevesse na areia da praia tivesse sido apagado pela maré alta. Mas com esta força, eu escrevo tudo de novo. Muitas vezes, meu discurso ecoa pelo ar, e se perde ao longe, no horizonte. Eu insisto, e falo de novo! Há uma força em mim que me faz ser assim. Quando não quero.
E sempre recomeço tudo. Mais uma vez. Sou redundante, enfadonho, chato. Mas não desisto. Quero me fazer ouvir. Mas às vezes, não digo nada. O silêncio fala mais que as palavras. Basta querer ouvir. Mas querer de verdade, olhar nos olhos e sentir as palavras que brotam no meu ser. É disso que preciso. E isso me dá forças pra continuar. Sem esta força, não há recomeço. Eu não poderia ir além.
Há um mar imenso dentro de mim. Um sentimento tão grande, tão forte, uma poesia tão insana, que não quer sair. Um desejo tão profundo de pôr pra fora, tudo aquilo que eu guardo e que me machuca. Quero recomeçar a todo dia. Quero pôr pra fora este desejo. Mas quando insisto em pôr pra fora este sentimento, ele insiste em estar aqui dentro.
Tem horas que é duro recomeçar. Saber que não aconteceu como você queria. Não saiu como queria. É doído, cruel, difícil... Dói na carne e na alma. Mas sempre há um recomeço.

Canavieiras, 23 de fevereiro de 2009.

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