domingo, 9 de agosto de 2009

Dia dos Pais


Música: Edgard Scandurra (Ira)
Texto: Deiber Nunes Martins

Só depois de muito tempo fui entender aquele homem
Eu queria ouvir muito mas ele me disse pouco
Quando se sabe ouvir, não precisam muitas palavras,
Quanto tempo eu levei, pra entender que nada sei!
Que nada sei.

Só depois de muito tempo comecei a entender
Como será meu futuro, como será o seu
Se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho!
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?
Cantar depois...

Se sou eu ainda jovem, passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção
O que cantarei depois?

Só depois de muito comecei a refletir
Nos meus dias de paz, nos meus dias de luta
Se sou eu ainda jovem, passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção,
O que cantarei depois?

Se sou eu ainda jovem, passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção,
O que cantarei depois?
Cantar depois...


A letra da música "Dias de Luta", do “Ira!”, revela um pouco das angústias do pai. Pai é aquele que mesmo a distância, segura a mão do filho(a), cuidando para que o melhor lhe aconteça. É assim nosso relacionamento com o Pai Celestial, Deus Pai, o Criador. É assim que ele faz com a gente. Sentimo-lo à distância, mas Ele está nos segurando. O pai segura o filho. E o filho, bem, o filho insiste em passar por cima de tudo, derramando lágrimas, sofrendo e fazendo sofrer. Mas o pai acaba lembrando ao filho, que um dia, ele também vai ser, pai.
Ninguém sabe, mas nos momentos mais duros da minha vida, na hora em que era difícil segurar as lágrimas, na hora em que era difícil encontrar a paz necessária, para o sono restaurador, eu dizia: "Ainda sou o filho, ainda sou jovem e ainda não sou pai..." Hoje, depois de tanto sofrer, eu vejo que Deus sempre me disse: "O momento é agora." E então, resta-me assumir as missões que Ele me dá, como a missão de ser pai. Porque nunca estamos preparados para gerar. E Deus nos dá esta Graça pra nos preparar depois, no dia a dia, no troca de olhares entre pai e filho(a)...
Minha história de amor com meu pai, passa pela distância, passa pela timidez de dois homens no momento de dizer "Eu te amo!" um para o outro e passa também pelo amor que sempre pautou nossas vidas e que construiu tudo o que sou hoje. Se eu agrado ou desagrado, devo a meu pai, o meu caráter, a minha história. Como um jardineiro, meu pai me preparou e me prepara para o mundo. Houve momentos para adubar, regar, revolver a terra e houve momentos de poda também. Em todos eles, fui cuidado. Houve cuidado. Houve amor. Por isso, eu posso amar meu pai. Porque o amor que há em mim, foi plantado por ele.
Não tenho a pretensão de ser grandioso, como ele foi. Mas tenho a pretensão de ser o melhor para meus filhos, pois isso ele me ensinou. E hoje, eu sei que posso ser. Meu pai é o meu herói e um herói, só pode gerar outros heróis.
Obrigado, Senhor Deus, pela vida de meu pai, Antônio. Que este dia dos pais seja para ele repleto de bênçãos. Alivia as dores dele, Senhor, dê a ele, saúde e paz. E um pouco mais de fé também, para que ele possa ver a sua obra e o seu infinito amor. Obrigado também, Senhor, pela minha vida e pela vida de todos os pais que fazem do dia de luta de cada dia, uma bandeira com a estampa de seus filhos.
A todos, um feliz dia dos pais!



Belo Horizonte, 09 de Agosto de 2009.

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