Deiber Nunes Martins
Impressionante como passa sem mexer com os sentidos
Dessa gente sem tamanho abatida
Degustada em porções diminutas
Por um sistema que ninguém vê,
A vida que ninguém sente.
Teus olhos marejam saudades do ontem
O dia que não viveu.
Fica ao entorno um cheiro novo
Do dia que não se apercebe.
Importa mais fazer o feijão
Do que o tempo que não temos.
Impressionante como a gente se esconde
Dos muros que nos juntam
Às lembranças que não temos
Das horas que não vivemos
Do constrangido momento do encontro.
O relativo vazio de nós mesmos
É o exato cheio dos outros.
Completa o que não tem
Falta o que sobra
Impressionante como...
Vazio e cheio se amam!
Belo Horizonte, 14 de novembro de 2014.
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