segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Música: Maná

Texto: Deiber Nunes Martins


No puedo entiende
este mundo como es...
Que uno puede odiar y ríer y tracionar
Por qué?
Como puede ser que hay gente que pueda matar
por diferencia de opinión, por tierra, o por religión
No sé ..
¡Oh no, míranos!
¿Donde esta nuestro corazón?
¿yeo mi canción ya no hay más sangre gritano?
Fe,
¡Dame Fé,dame alas,dame fuerzas !
Para sobrevivir... en este mundo
Como puede ser que hay tanta destrucción
Inves de resolver les inferma todo el poder
Eso que de claro, hay que amarnos como hermanos
Tenemos el valor para darnos más amor
Lo sé, yo lo sé...
Fe,
¡Dame Fé,dame alas,dame fuerzas !
Para sobrevivir en este mundo...
¡El mundo puede cambiar!
Sólo hay que intentarlo
No hay que odiar, hay que amar
No hay que odiar, hay que amar
Hay que intentar, hay que intentar
¡No hay que perder la FE

Acredito que o desafio da humanidade neste século, seja manter a fé. E quando me refiro a fé, não quero aqui tratar o assunto com proselitismo e leviandade mas sim, permitir algumas reflexões. Nos tempos atuais, a falta de reflexões coerentes sobre determinados assuntos têm sido a causa da banalização dos mesmos. Por isso, quero me ater ao termo Fé.
Algo intrínseco ao ser humano, a Fé é o instrumento pelo qual dominamos nossos instintos, pessimismos e medos e seguimos em frente. Quem nunca se viu às voltas com a sua Fé, sendo provada ou não, ao longo da vida? Todos nós temos Fé. A diferença está no modo como a empregamos no caminho. Por isso, enganam-se aqueles que pensam que o assunto tem a que ver essencialmente com as coisas eclesiais. O próprio positivismo é uma forma de alocação da fé no homem, ser dotado de capacidade para se virar sozinho. O ateísmo é uma forma de fé que tem por desejo retirar toda divindade do caminho.
A fé, me parece um grau de confiança avançado, naquilo que não é tangível, que não se vê e que por isso, foge da confiança do intelecto, sempre material. É um pouco complicado, acreditar no que não se vê, do que não se sente. Mas nós somos testemunhas daqueles que têm fé. Nós vemos os fiéis a uma causa, serem capazes de fazerem o bem ou o mal, pela fé. Também pela fé, vemos coisas inexplicáveis acontecendo e transformando vidas. Não é preciso ser Cristão para se crer em milagres. O ateu muitas vezes busca o milagre da sua vida, mas não sabe. Ou se sabe, insiste no caminho errado.Para aqueles que crêem, o milagre é uma via de mão dupla: não existe milagres sem ações, sem obras. Mas também para os incrédulos a fé é feita de obras. Ou se esquecem do esforço empreendido para duvidar?
Infelizmente, vejo como uma tendência cada vez mais forte, o desaparecimento da fé. As pessoas têm escondido suas posições, seus valores, e agido conforme o status quo. Ninguém quer se comprometer, entrar a fundo nas questões. Quem questiona é polêmico, partidário ou simplesmente um chato de galocha. A vida tem sido levada numa diplomacia medíocre, e este não é um terreno propício a Fé. Então ela fenece e morre, aos poucos.
As opiniões a cada dia estão mais massificadas. Nos grupos, o que impera é a ditadura da maioria, onde todos esperam que um líder ou um formador de opinião se posicione e então vão atrás, sem questionamentos. A Fé é um eterno questionamento. Se não se questiona, como vai subsistir a fé?
Preocupa-me o fato de que as pessoas estejam se esquivando de viver a Fé, de praticarem aquilo em que acreditam, para viver um mundo de faz de conta, cheio de mentiras e sorrisos amarelos. É preocupante ver a confusão que fazem entre um Estado laico e uma nação cristã. Preocupante também, a banalização da violência, do sexismo, da destruição da família, em prol de um ideário moderno, praticado pelos supostos senhores de bem. Preocupa-me a aridez deste solo, incapaz de nutrir a Fé, que nutre o ardor missionário da humanidade.
Senhor, dá-nos Fé. Dá-nos ânimo e força de vontade para vencermos a letargia do mundo, a ditadura da maioria, a falta de compromisso e ideais. Dá-nos uma juventude corajosa, virtuosa e vigorosa, disposta a lutar contra aquilo que insistem em chamar de democracia e bem comum, mas que no fundo é só mais um dos instrumentos pra minar a Fé das pessoas. Senhor, dá-nos Fé. Dá-nos alma e coração de verdade! Amém.

Belo Horizonte, 31 de janeiro de 2011.


Uma História Composta...

Por Deiber Nunes Martins
Música: Almir Sater


Ando Devagar

Ando devagar porque já tive pressa,
E levo esse sorriso, porque já chorei demais,
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei, ou
Nada sei, conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs.
É preciso amor pra puder pulsar, é preciso paz
Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir.

Penso que cumprir a vida, seja simplesmente
Compreender a marcha, ir tocando em frente,
Como um velho boiadeiro, levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou,
Estrada eu sou, conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maças,
É preciso amor pra puder pussar, é preciso paz
Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora,
Cada um de nos compõe a sua história, cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz, e ser feliz,
conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maças,
É preciso amor pra puder pussar, é preciso paz
Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa,
E levo esse sorriso, porque já chorei de mais,
Cada um de nos compõe a sua história, cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz, e ser feliz .

Há sempre a necessidade de uma mudança de comportamento, batendo à nossa porta, seja por conta das fases da vida, onde o casulo em que vivemos já não suporta o nosso corpo, as complexidades das nossas ações, ou simplesmente está envelhecido e obsoleto. É preciso estar sempre preparado(a) para tais mudanças que acontecem naturalmente, mas somos contrários a mudanças. Sobretudo as de comportamento.
Sempre achamos que não é com a gente, que o mundo é quem precisa mudar. Mas no fundo nós sabemos que o mundo não muda. As coisas sempre serão as mesmas coisas. Porque são coisas. Cabe a nós, filhos e filhas de Deus, a capacidade de sermos os roteiristas, os diretores e os atores da nossa vida. E como tais, darmos o devido tratamento ao roteiro, mudando sempre que ele pedir mudança.
Considero mudança de comportamento, um processo contínuo de melhoria do ser humano. Uma possibilidade de se reinventar, de se auto-avaliar e por que não progredir como pessoa. O caráter é uma marca indelével em nossa vida, mas pode ser transformado, se vontade tivermos. Os temperamentos são o nosso tempero, a nossa identidade humana perante a vida. Talvez não possam ser mudados, mas com toda certeza podem ser aprimorados, atenuando as fraquezas e fortalecendo as virtudes. Tudo depende de nós.
Portanto, não tenha medo de mudar. Tenha medo sim, de regredir. De perder sua essência, suas virtudes e endurecer o coração. Tenha medo de se tornar um ser alienado, farisaico, capaz de pensar apenas em si mesmo e esquecer-se de que você compõe a sua história e você a vive. Tenha medo de querer ser como os outros. Tenha medo de virar um ser invejoso, ganancioso, pragmático e cruel. Tenha medo de ser envenenado(a) pelo mundo que não muda. Mas seja capaz de mudar seu comportamento sempre, buscando ser melhor a cada dia.
Aproveito este texto para dar meus parabéns a duas pessoas importantes em minha vida: meu irmão Rodrigo e minha amiga Kelly Polesca, que estão aniversariando hoje, neste último dia de Janeiro. Que Deus os abençoe e os enriqueça com muita paz no coração, saúde, alegrias e realizações.
Você Rodrigo, mesmo com as nossas diferenças, é essencial na minha vida porque tem a coragem de ser feliz que às vezes me falta. Um espírito aventureiro que é essencial, mas que precisa ser dosado pra que possas fazer a diferença na vida de todos. Saiba que Deus te ama e eu também. Parabéns pelo seu dia!
E você, Kelly, muito obrigado por ter feito a diferença em minha vida e muito obrigado por sua amizade. Sei que o tempo e as obrigações nos afastam e não nos permitem colocar o papo em dia, mas você está sempre presente em minhas orações. E como sei que tem boa memória, vai lembrar desta música, que hoje muito me faz refletir sobre o sentido da vida. Parabéns! Viva intensamente seu dia!
A todos os leitores, aniversariantes do dia, sintam-se abraçados e vivam de verdade o aniversário. Que Deus abençoe a todos!

Belo Horizonte, 31 de Janeiro de 2011.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Gente rica não tem sede?

Por Deiber Nunes Martins
Engraçado como os shoppings centers fazem cada vez mais parte do cotidiano de uma sociedade cosmopolita. Não me refiro tão somente ao consumo. Consumo este que em doses exageradas levam ao consumismo, mal dos últimos séculos. Mas de fato, os shoppings por sua comodidade e conforto, têm se destacado.
Os Shoppings têm apelo popular. E apresentam segmentações de acordo com o padrão e o poder de compra de seus freqüentadores. Assim, temos dos shoppings voltados para a elite de consumo, com suas butiques e lojas de preços impensáveis, como os shoppings populares infestados de produtos chineses e iguarias de qualidade duvidosa.
Há cerca de quinze dias atrás fui a um shopping voltado para a classe A, a classe dos mais abastados financeiramente. Estava de passagem e num fim de tarde ensolarado, estava com muita sede. Procurei um bebedouro e fiquei perambulando por ali, no afã de encontrá-lo. Logrado êxito na procura tratei de tentar saciar minha sede. Neste momento, pouco me importava o ambiente em que estava, a água naturalmente deveria estar a temperatura natural fresca ou então se tivesse com sorte, a água estaria geladinha.
Nunca me passou pela cabeça encontrar naquele lugar tão grã-fino água quente. E ela estava quente. Quente não. Estava queimando. Como se estivesse sendo preparada para se fazer um saboroso café. Não estava fervendo, mas estava quente, bem quente. Não a ponto de queimar a boca, mas a sensação de se tomar água quente numa tarde de calor e com toda sede possível é como tomar água fervendo. Uma sensação horrível.
A minha surpresa foi tão desagradável que senti nojo daquele lugar. Olhava as lojas cada uma com seu aroma, cada uma com suas vendedoras e seus vendedores em trajes de gala, a espera dos clientes portentosos. Olhava as pessoas cheias de sacolas e sorrisos enfadonhos. Pensei em seguir para a praça de alimentação e comprar uma garrafa de água mineral. Mas o trauma já estava ali, massacrando meu inconsciente. Então, um sentimento de repulsa misturado com náusea tomou conta de mim. Como se o ar dali estivesse contaminado e intoxicasse meus pulmões.
Tempos depois fico a me questionar sobre os níveis de serviço que estes ambientes oferecem para seus freqüentadores. Há alguns meses, o mesmo shopping foi alvo das reclamações de uma cliente que teve sua bolsa furtada em um bistrot chiquérrimo e caríssimo. O desinteresse nas pessoas nestes paraísos de compras me enoja. Tenho ojeriza destes lugares que são sonhos de consumo da classe média e varandas de casa dos filhinhos e filhinhas de papai. Pessoal grã-fino que trata o essencial como um mero detalhe, um mero acessório. Mas para mim, que sou feito de carne e osso, matar a sede é muito mais que essencial. E muito mais que qualquer luxo.
A região onde se situa tal shopping é a região mais nobre de BH e o mesmo fica no trajeto dos bairros mais ricos, como São Bento e Belvedere. Ou seja, é um ambiente acostumado a receber pessoas de alto poder aquisitivo e formadoras de opinião. Não era pra este shopping oferecer água quente para saciar a sede de seus freqüentadores. Ou o que será que pensam seus gestores e profissionais de marketing: gente rica não tem sede?
Camacan - BA, 21 de janeiro de 2011.