sexta-feira, 30 de abril de 2010

Maio - Mês de Maria


Por Deiber Nunes Martins

Amigos, este mês de maio, consagramos a santíssima Virgem, pedindo a ela que nos conduza por todo o ano. Neste sentido e intenção, quero oferecer a vocês meus leitores um pouco sobre a devoção a Mãe de Jesus por meio de seus inúmeros títulos. A fonte de minhas informações são blogs, enciclopédias e lecionários sobre Nossa Senhora.
Que neste tempo, aproveitemos se não para coroá-la Mãe de Deus e nossa, ao menos para reconhecer sua santidade e o que ela é: Mãe de Nosso Senhor, Porta do Céu, Estrela da Manhã.
Maria por sua intercessão, pode nos levar ao Céu. Que nós nos rendamos a sua devoção e assim a defendamos dos insultos e escárnios de nossos irmãos que infelizmente ainda não a conhecem.
Maria, vós que possui infinitos títulos, venha em nosso socorro intercedendo a Deus por nós. Cuida de teus filhos, Maria. Dá-nos a tua benção de mãe. Mãezinha, tu és a Rainha de nossas vidas e mesmo que não a reconheçamos, perdoa-nos. E interceda por nós, junto a Jesus.
Mamãe do Céu, nós te amamos!

Belo Horizonte, 30 de abril de 2010.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Arroz, feijão, angú e carne moída


Por Deiber Nunes Martins


Era noite, pessoas voltavam para suas casas depois de um dia estafante de trabalho. Um dia normal como todos os outros, para todo mundo, inclusive José, inclusive eu. Voltava para casa, cansado, depois de um dia tenso e provocador, com o gosto amargo de uma derrota em minha boca, em minha alma. Havia sido derrotado em meus intentos pessoais talvez para ser manietado em minhas vaidades, em meus interesses. Chateado com toda aquela situação em meu trabalho, tentava concentrar-me no livro, enquanto o ônibus enchia como um balaio de feira. Fazia frio, e pude contemplar a loucura da cidade, medida no barulho, nos arrulhos do trânsito, dos vendedores, enfim de uma vida cosmopolita.
Passávamos a frente da Catedral da Boa Viagem, quando o sinal fechou e avistei os guardadores e lavadores de carro se posicionando, calculando espaços para uma vaga aqui outra acolá. Era hora da Santa Missa. Em meio a correria daqueles homens por entre os carros estacionados no entorno da catedral, estava José, arranhando com o garfo sua marmita de alumínio amassada, garimpando os últimos farelos de comida.
Um dos passageiros do ônibus, sentado mais ao fundo do coletivo, conhecia José e por isso indiretamente, ficamos sabendo o nome daquele homem que ao ser chamado, ergueu o corpo por sobre a coluna de um dos carros, a marmita e o garfo seguros na palma de uma das mãos, a outra segurando o pedaço de pano que serviria para dar brilho a pintura do veículo. Era tudo muito rápido a ponto de se parar pra comer e no instante seguinte voltar a rotina dos baldes com água, escovões, estopas e flanelas, ferramentais do ofício de lavador de carros.
Li em um jornal há algum tempo que a prefeitura de nossa cidade estava confortável no afã de proibir o trabalho dos guardadores e lavadores de carro, os chamados flanelinhas. É bem verdade que uma pequena máfia de flanelinhas tira o sossego dos cidadãos, cobrando pagamento adiantado, arranhando os carros e sendo cúmplices nos roubos e furtos. Mas também é verdade que muitos trabalhadores, ganham a vida guardando e lavando carros pelas ruas de BH. Assim sendo, muito em breve aquele José e todos os outros seriam defenestrados ou passariam a ganhar o pão na clandestinidade.
Mas aquele homem ainda podia tomar conta dos carros e lavá-los e por isso se apressava em pegar a flanela. No entanto, ao ouvir o chamado cumprimentou o passageiro, que lhe perguntou curioso:
“O rango deve ter sido bom, Cê ta quase lambendo a marmita. Que tinha de bom aí?”
“Arroz, feijão, angu e carne moída. Não é todo dia que dá pra comer e hoje trouxe um banquete de casa, se pudesse eu repetia...”
O sinal abriu, o passageiro fez um sinal para José e este voltou ao seu batente, colocando a marmita em um canto na rua, enrolada em uma sacola.
José voltou para o seu trabalho, satisfeito com aquela comida que comera e assim, podia saborear o seu trabalho também. Eu, em meu cansaço, talvez não tenha saboreado minha marmita como deveria. Sem dúvida alguma, os infortúnios de José eram mais sérios que os meus. Faltava-lhe comida e quando conseguia levar arroz, feijão, angu e carne moída na marmita, era o seu banquete. Minhas atribulações vinham de um trabalho sem identidade, repetitivo, que agregava pouco valor, o que me desmotivava. Era um trabalho arroz com feijão, mas eu precisava fazer deste um banquete. Aquele José, mesmo sem me conhecer, estava me ensinando uma boa lição.

Belo Horizonte, 21 de abril de 2010.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Semana Santa


Por Deiber Nunes Martins

A Semana Santa é um convite a conversão, a uma mudança integral de hábitos e atitudes que nos afastam de Deus. O grande drama do calvário talvez não seja a dor física desenhada nas agruras dos açoites, talvez não seja a dor cáustica da humilhação moldada nas ofensas e nas cusparadas. O grande drama do calvário talvez seja a solidão de Jesus estampada no abandono dos amigos, daqueles que juraram dar a vida por ele mas que o negaram sem pestanejar. Talvez o grande drama do calvário esteja no Cristo abandonado por nós.
Abandonamos Jesus quando nos afastamos de sua Verdade. Quando nos deixamos aprisionar pelos pecados, pelas fraquezas e não afirmamos em alto e bom som que somos do Céu, que somos Filhos do Céu. Este abandono faz com que a Cruz que Jesus carregou seja ainda mais pesada. Pois é o peso dos nossos pecados, que Ele carregou na Cruz.
A cada abandono, a cada dor, mais fundo a espada traspassava o coração de Maria. A Mãe de Jesus sofreu cada dor que o Filho sentia, pois Mãe é Mãe, já diz o provérbio do povo. E a vida nos ensina quão dolorosa a dor de uma mãe, ao ver seu filho desamparado. Se com as mães acontece assim, que dor atroz a Mãe do Nosso Senhor sentiu?
A Semana Santa precisa ser bem vivida por nós, para que possamos assim ter uma idéia mínima do amor de Deus por nós. Não somos nada e Ele nos ama como se fôssemos mais que tudo. Que nos aproximemos de Cristo em seu mistério de Paixão, Morte e Ressurreição, a ponto de derrotarmos a culpa que trazemos conosco e que nos afasta Dele. Que esta Semana Santa nos leve do calvário de nossos pecados à ressurreição do nosso voltar pra casa, para os Braços de Deus.
Feliz Páscoa a todos!
Belo Horizonte, 01 de Abril de 2010.