Por Deiber Nunes Martins
Era para ter sido uma festa. E em uma festa, coisas boas acontecem. Pessoas sorriem, ficam felizes. Uma festa é uma festa. E não seria diferente esta tarde no Mineirão. Não seria diferente, se o lado atleticano tivesse motivos para se congratular. Não teve nenhum. O Cruzeiro ganhou de goleada, mais uma vez, cinco a zero e conquistou na prática o campeonato mineiro de 2008.
O lado atleticano, impassível, assistiu ao time azul mais uma vez, fazer chacota com o amor desta torcida apaixonada, que é a atleticana. Uma razão muito simples: foi-se o tempo que jogador de futebol colocava a paixão no bico da chuteira. Talvez, embaixo do solado de uma chuteira, você encontre até um cartão de crédito. Mas amor pela camisa que veste, não.
De todo modo, não se pode chamar de mercenários os jogadores atleticanos. Coitados. Eles bem que tentaram. Tentaram fazer diferente. Tentaram devolver ao time a dignidade. Mas não conseguiram. Foram infelizes no tentar, no proceder. E o Galo Forte Vingador ficou desta enfeitiçado pelo maldito “SE”: “Ah se o Rafael Miranda tivesse cortado aquele passe desconcertante do Wagner!”; “Ah se o Leão não tivesse desmantelado o time, colocando o Kleber no lugar do Márcio Araújo(quando eu poderia imaginar que sentiria falta do futebol do Márcio Araújo!)”; “Ah se o Leandro Almeida tivesse marcado o Leonardo Silva nos dois lances e não a bola!” “Ah se o Renan não tivesse sido expulso...”; e por ai vai.
Reclamaram da arbitragem. Não hoje. No primeiro jogo, lá atrás, na fase de classificação. Colocaram a boca no trombone acusando tudo e todos de formarem um complô contra o Galo. Tudo num jogo que não valia nada! Tudo pra tentar justificar o injustificável: o Galo é hoje pior tecnicamente que a Raposa. Eles têm o melhor time! É duro de engolir, mas é a verdade. E pasmem: demorará pelo menos uns dez anos, para podermos sonhar com uma supremacia atleticana em Minas Gerais.
Mas eles reclamaram da arbitragem. Chamaram juiz mineiro de ladrão e pediram juiz mineiro na final. Os cruzeirenses espertos ganharam à simpatia da Federação e impuseram juiz de fora. Na verdade, um juiz em fim de carreira. E como tal, bem mais passível a erros que qualquer outro. E neste caso voltamos ao maldito “SE”, que se (risos) entrasse em campo todos os times seriam campeões: “Ah se juiz tivesse expulsado o Jonathan quando ele isolou aquela bola num lateral do Galo: ele não teria feito os dois gols que fizera!”
De todo modo, não é culpa da arbitragem. Também não é culpa dos comentaristas que em uníssono apontaram o time azul estrelado como o virtual campeão antes do jogo começar. Também não é culpa do Leão. Também não é culpa do Kalil. Também não é culpa do Cruzeiro. A culpa é nossa, torcedores apaixonados demais pra perceber que o time atleticano ainda é inferior e necessita de reforços que não serão contratados. A culpa da derrota de hoje e de todas as outras é a nossa paixão, que nos cega impedindo de vermos o óbvio.
Diante disso, eu reconheço como torcedor, que hoje o Atlético Mineiro não têm condições de encarar não só o Cruzeiro, mas nenhum outro time de ponta do futebol no Brasil. Tudo bem, temos o Tardelli. E temos o Júnior. Mas futebol é coisa pra onze em campo e outros onze fora dele...
O jogo de hoje era pra ter sido uma festa. E foi. Que pena, Galo que você não pode comparecer!
Belo Horizonte, 26 de abril de 2009.
domingo, 26 de abril de 2009
Música para o Deiber
Por Deiber Nunes Martins
Para quem não tem momento
Para quem não tem razão
Este é meu sentimento
Este é meu coração
Que não pode mais, não pode mais sofrer assim...
Como se eu estivesse tão perto do amor
Que ele pudesse ser visto e tocado
Mas é só um sonho, maldita dor
Amor que não pode ser cuidado.
E por não ser cuidado dói demais
Arrasa meu ser esta dor tirana
Corrói o meu peito e tudo mais
Acabe logo comigo dor insana!
Desejo ir pra longe de mim
Mas acima de tudo desejo ficar
Mesmo sofrendo tanto assim
Sou feliz por tanto amar.
E neste mistério vou sofrendo vivendo
Amor que é amor prova mesmo toda dor
Inebriado, continuo sofrendo
Nenhum mal acabará com meu amor.
E mesmo o sabor amargo da bebida
Não tira da boca o sabor daquele beijo
Último lampejo da despedida
Últimos suspiros de um louco desejo...
Para quem não tem momento
Para quem não tem razão
Este é meu sentimento
Este é meu coração
Que não pode mais, não pode mais sofrer assim
Que não pode mais, não pode mais viver assim
Que não pode mais estar longe de mim.
Belo Horizonte, 26 de Abril de 2009.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Música para Bá
Por Deiber Nunes Martins
Flores para o meu momento
Flores para quem me amou
Flores para o nascimento
Flores para quem voltou
Meu coração é como uma flor
Finda o verão, ela murchará
Com o outono, encolhe o amor
Mas eu sei, ela voltará!
Ela um dia me disse o amor
Eu aprendi no teu perdão
Não tenho mais temor
Não vou errar a canção.
E um dia ela vai voltar eu sei
Meu verso durará o tempo que for
E minha verve, um dia reviverei
E mostrarei todo o meu amor.
Oh amada, cura o meu coração sofrido
Cuida desta flor maltratada
Faz de mim, seu amado, seu marido
E fica comigo, minha doce namorada.
Talvez o tempo demore a passar
O tempo que parece ser algoz
Nunca amou e não nos deixa amar
Lentamente ele passa por nós.
Lentamente veloz....
O dia de hoje eu queria beber
Esquecer a tristeza do meu verso
Entornar a vida velha e renascer
Ser desta baiana, verso e reverso.
Flores para o meu momento
Flores para quem me amou
Flores para um sentimento
Flores para quem deixou.
Flores para o meu momento
Flores para quem me amou
Flores para o meu tormento
Flores para quem me olhou...
Flores para o meu amor!
Belo Horizonte, 16 de abril de 2009
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