quarta-feira, 13 de novembro de 2013

É tempo de ser vaso novo




TODO TEU
(Eros Biondini)
Quero colocar
Em tuas mãos a minha vida
Me deixar remodelar
Como um vaso no oleiro.

O meu coração ponho hoje em teu altar
Minha vida está pronta pra recomeçar
Ao lado teu

Ser todo teu, inteiro teu
Quero ajudar cada passo do meu ser
Ser todo teu, inteiro teu
Quero te dar os meus pedaços para que
Um vaso novo eu possa ser.

Por Deiber Nunes Martins

Estamos nos aproximando do Tempo do Advento. Tempo de espera pelo nascimento do Menino Jesus. Tempo de olhar pra nós mesmos, rever nossas atitudes e tudo o que vivemos durante o ano que aproxima-se do fim.
Tempo de conversão.
Vejo o Advento, assim como a Quaresma. Tempo de voltarmos para Deus. Refazer a nossa história. Tempo de recomeçar. E esta música do Eros me veio à mente nesse intuito. Como diz o Pe. André Luna, somos “terra do mesmo chão”. Somos barro que o Senhor transformou em vaso.
Com o pecado, o tempo que passa e as agruras da vida, este vaso vai se desgastando. Trincando, partindo. E assim vai perdendo a sua função de levar água viva aos confins deste mundo sedento. Chegamos a nosso destino muitas vezes quase que vazios, tendo perdido da água que carregávamos pelo caminho. É hora de se deixar remodelar.
Jesus é o nosso oleiro. A Cruz lhe deu a expertise necessária para o ofício de remodelar vidas, retirando delas as trincas do pecado.
Damos o nosso sim. Mas para isso, é necessário a tortuosa caminhada de conversão, de arrependimento. Digo tortuosa porque se o pecado fosse ruim ninguém pecava. E por isso, muitas vezes é difícil sair da vida velha, largar o homem velho. É como numa despedida onde a vida velha insiste em querer nossa presença.
“Fica mais um pouquinho, fica para o café.”
E talvez vamos ficando. Mesmo sabendo que o nosso vaso está quebrado e vazio. O homem velho não se importa se a água que lhe vem é pouca. Não se importa com nossas rachaduras. Importa nosso barro seco. Mas é preciso um repensar de atitudes. É preciso sair de si e ir em busca de uma vida nova, do homem novo. É preciso se deixar remodelar nas mãos do oleiro Jesus.
Mas este é um processo que dói. Como dói. Porque o oleiro precisa nos quebrar em pedacinhos. Quebrar nossa autossuficiência, nossa prepotência, nossa vaidade e nosso orgulho. Até que voltemos ao pó, com o nosso arrependimento sincero.
O oleiro trabalha o pó transformando-o em barro. Remodela-o a seu modo e leva—o forno para ganhar consistência. Pronto! Um vaso novo surge. Pronto para sua finalidade.
O processo de conversão por mais doloroso que seja é necessário. E não há outro caminho. Se queremos permanecer em Deus, precisamos de conversão dia após dia.
Senhor, dá-me a graça da conversão. Que eu perceba a minha história e queira reconstruí-la contigo, sempre. Quebra em mim o velho homem, cheio de trincas, danificado. E faça de mim um vaso novo, homem novo. Amém.

Belo Horizonte, 13 de Novembro de 2013.