segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sobre o Casamento...

Música: Márcio Todeschini, Comunidade Canção Nova
Texto: Deiber Nunes Martins

Vou Te Amar

Eu tanto esperei pra te ver assim,
Já sofremos juntos, sonhamos juntos,
Que bom poder dizer: "Chegamos aqui"!
Tão bom é o nosso Deus que nos quis assim,
Nossa humanidade tão diferente,
Com Deus a gente aprende o que é o amor!
É negar-se a si mesmo sempre que for preciso,
Pra fazer o outro feliz!
É dizer a verdade com carinho e ternura,
É estar presente, ser presença, ser amigo e cuidar!
Vou te amar, porque Deus me ensina a ser teu,
Vou te amar, meu caminho pro Céu é contigo.
Foi fazendo a vontade do nosso Deus,
que te encontrei!
Vou te amar!


A música acima é o tema de entrada do meu casamento, muitos de vocês sabem e conhecem. Mas resolvi voltar a ela, em virtude da proximidade do casamento de um amigo meu, e de algumas questões que partilhávamos. Ele me dizia que por eu ser casado, teria toda propriedade em abordar o tema, e eu dizia pra ele que não é bem assim. O casamento não é um curso profissionalizante, onde você entra e já sai preparado para o mercado de trabalho. Casamento é muito mais do que um curso, a ponto de não sabermos explicá-lo.
Casamento é o dia a dia, o viver a dois, a três, a quatro e por aí vai, quando surgem os filhos. É uma dádiva que Deus nos oferece. Mas não é fácil. Casamento, antes de tudo requer paciência, carinho, afeição, empatia, compreensão. Casamento é antes de tudo também, dor, sofrimento, raiva, paixão, amor... Casamento é sentimento! Não é fácil lidar com sentimentos e situações. Mas é preciso sabedoria para aceitar que nem todas as batalhas são vencidas, que nem todas as vezes nossa opinião tem algum valor. Todos nós temos escolhas, mas chegam horas em que as escolhas de um ou de outro limitam-se naquilo que o esposo(a) mais necessita. É por isso que muitas vezes o desejo de um é a necessidade do outro.
Gostei muito da fala da personagem Ryan Bingham, vivido por George Clooney no filme "Amor sem Escalas". A personagem, um executivo solteirão, vive na ponte aérea totalmente alheio a vida social. Aparentemente, não seria o melhor conselheiro para um noivo indeciso e inseguro as vésperas do matrimônio. Mas é dele, Ryan, uma frase perfeita sobre o casamento: "Todos nós precisamos de um co-piloto em nossa vida." Ninguém pode andar sozinho.
Mas o casamento é um desafio. É preciso negar-se a si mesmo pra fazer o outro feliz. Encarar sempre a verdade, sem medo de suas consequências e ser presença o tempo todo. De fato, não é a mais simples das missões. Mas certamente é a que proporciona os melhores frutos.
Infelizmente, tantos casais optam pela dissolução do casamento tão logo aparece a primeira crise. O Papa João Paulo II em uma oração belíssima para as famílias, pede a Deus que cuide dos casamentos de modo a que eles sejam mais fortes que qualquer crise. Porque de fato, eles os são. E o próprio Jesus, no Evangelho de São Marcos (Mc 8, 32-33) deixa claro o quanto precisamos renunciar ao pensamento dos homens, o pensamento do mundo, repleto de vaidade e orgulho. Precisamos nos humilhar, acolher o outro no seu erro e perdoar setenta vezes sete, para que este possa se formar, curar-se dos vícios e ser melhor. É um carregando o outro. Não só no tempo bom, na lua de mel. Mas também nas intempéries e crises.
Às vezes o casal se sentirá sozinho, ele de um lado, ela de outro. Nem sempre, um terá a habilidade de compreender o outro e fará com que este se sinta solitário(a). Talvez seja esta uma das táticas do demônio para desarmonizar uma união. É preciso mesmo na solidão amar e respeitar o momento do parceiro(a). E não se iludam: parece doer tanto quanto a amputação de um membro, o ato de engolir o egoísmo, para o bem do matrimônio, do esposo, da esposa. Infelizmente, nossa cultura possessiva e cheia de manias não nos preparou para lidar com os dissabores, as derrotas e as perdas. Mas é necessário, no casamento, aprender.
Quando eu renuncio a mim mesmo, a Graça acontece. A tentação perde força e a alegria volta. Deus se faz vitorioso em nossa vida, na vida do casal, na vida de uma família. Mas é preciso ao homem e a mulher perseverar no matrimônio. O sucesso do matrimônio é o sucesso da família. É meio caminho andado para criarmos filhos e filhas saudáveis fisica, mental e espiritualmente. É fazer a vontade de Deus.
Um casamento bem vivido é um caminho bem trilhado para o Céu.

Belo Horizonte, 21 de Fevereiro de 2011

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