Por Deiber Nunes Martins
Como é sabido de muitos de vocês, nasceu dia 10 de setembro, minha filha, Maria Isabel. O que vocês ainda não sabem é a benção que ela tem sido para nós. Um presente de Deus tanto para Bárbara quanto para mim. E diante disso, só temos a agradecer a le bon Dieu.
Acompanhei todo o processo de gestação de minha esposa, criando aquela espectativa em relação àquele novo ser que faria parte de nossa família. Nem bem sabíamos o sexo e já nos pegávamos fazendo planos para o futuro do bebê. Nisso sempre fomos acessorados pelos vovôs e pelas vovós... A gravidez é um processo de maturidade do casal, visto que juntos vivem os dramas as alegrias e as novidades daquele momento. Talvez seja por isso que cada gravidez é de um jeito, por isso as mulheres são apaixonantes e por isso Deus é tão perfeito em sua Criação. Nada é do mesmo jeito em se tratando de uma vida.
Ao final da gestação bateu em ambos aquela ansiedade de quem anseia tudo dar certo no momento certo. A diferença foi que eu tive de me segurar para não transparecer a Bárbara tudo o que sentia de modo a não comprometer a gestação. Aprendi com isso que devemos ser transparentes em tudo, mas também devemos ser cuidadosos com o bem estar do outro a nossa volta. Na verdade, eu tinha de pensar não só em mim, mas também na Bárbara e na Maria Isabel. E foi o que fiz.
Então chegou o grande dia. Começou de véspera, no dia do administrador, data de minha última postagem, com as famigeradas dores que chegam de tempo em tempo. Até então, não sabia o que fazer e como fazer. Então apenas esperamos e rezamos. Por volta das 22 horas quando as dores se tornaram mais frequentes e cada vez menos suportáveis, ligamos para nossa amiga Liliane a quem só temos a agradecer pelo carinho e desprendimento em querer acompanhar o parto, como ótima enfermeira que é. Seguramente, uma profissional do Reino.
A partir da chegada da Liliane em nossa casa, fomos vivendo no compasso da espera até o momento exato da ida para o hospital. Nisso, ainda preciso dizer e agradecer à Providência de Deus que nos enviou a Liliane. E com ela e seus conselhos profissionais, foi possível levar Bi no momento exato para o hospital. Ainda que tivéssemos alguns contratempos, como a falta de vagas na primeira maternidade que fomos. Mas por intermédio da Virgem Maria e de anjos como a Liliane e o Dr. Victor, obstetra da Bárbara tudo foi contornado.
E quando me percebi, estava com o rosto colado ao vidro daquele berçário, vendo minha filha em seus primeiros minutos de vida, cercada de enfermeiras que lhe prestavam os primeiros cuidados. Minutos depois via minha esposa agora com o semblante de mãe. Sem aquele sofrimento das dores do parto. Como o semblante da mulher muda em fração de segundos! A dor é sofrida e parece ser terrível. Mas no instante seguinte em que ouvimos o choro da criança, parece que nada mais dói e a mulher é acometida por uma sensação semelhante ao contrário da dor. Algo maior, bem maior que o alívio efêmero.
A partir daí, seguem-se os dias, cada um com uma descoberta própria. Sempre que contemplo minha filha, percebo nela um traço do que ela virá a ser lá na frente, no futuro. Já percebi que não tem puxado muito minhas feições. Tem ficado mais na beleza da mãe, no que ela está muito certa. Mas de mim tem puxado a massa cinzenta, o intelecto que modéstia a parte é abençoado por Deus. E é o que desejo: Maria Isabel com as virtudes mais fortes da Bárbara e do Deiber e os defeitos mais fracos de ambos.
E hoje, a um mês e pouquinho de vida, Maria Isabel já fez até travessuras! E como é lindo o seu sorriso! Fico a pensar que se quando grande ela sorrir assim pra mim, conhecerá meu ponto fraco e livrar-se-á de uma reprimenda, mesmo que necessária. Sinto-me intensamente feliz como nunca me senti antes. E hoje, posso compreender as palavras de um grande amigo, Valério, que me dizia: "Você vai descobrir o que é ser pai quando tiver seus filhos!
Belo Horizonte, 19 de outubro de 2010.